HIPÓTESE DA TORÇÃO AXIAL: UM ESTUDO SOBRE AS ASSIMETRIAS DA FACE, DO TRONCO, DOS BEIJOS E ABRAÇOS

Publicado em 19/02/2025 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
HIPÓTESE DA TORÇÃO AXIAL: UM ESTUDO SOBRE AS ASSIMETRIAS DA FACE, DO TRONCO, DOS BEIJOS E ABRAÇOS
Autores
  • Gabriela Barroso Sardinha
  • Maria Julia do Nascimento Cordeiro da Cunha
  • Carlos Henrique Dumard
  • HUGO MACEDO RAMOS
Modalidade
REVISÃO DE LITERATURA - pesquisa bibliográfica de natureza narrativa ou sistemática que se propõem a responder uma pergunta específica de forma objetiva, utilizando métodos rigorosos para recuperar, selecionar, descrever e sintetizar os resultados dos estudos incluídos.
Área temática
CUIDADO E HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE - Cuidado em saúde transcende a realização de técnicas e aspectos físicos, contempla a compreensão do conceito ampliado de saúde, e envolve uma interação afetiva que respeita, acolhe e considera a diversidade da existência humana. Nesse contexto, a humanização significa dialogar com a singularidade de cada pessoa, reconhecendo suas crenças e valores, compartilhando assim um ambiente de cuidado implicado com a realidade, com as políticas públicas e com a necessidade dos coletivos que vivem nos territórios.
Data de Publicação
19/02/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2024/948895-hipotese-da-torcao-axial--um-estudo-sobre-as-assimetrias-da-face-do-tronco-dos-beijos-e-abracos
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Assimetria, vertebrados, torção axial, comportamento social, beijo, abraço.
Resumo
Introdução - Diversas teorias foram propostas para explicar a organização contralateral dos vertebrados, mas foram invalidadas por inconsistências. A Hipótese da Torção Axial (HTA) afirma que essa forma organizacional é resultado de uma torção de 180º da cabeça rostral em relação ao tronco, a qual explica as assimetrias externas presentes nos indivíduos. As assimetrias internas, como a localização das vísceras, entretanto, não são explicadas pela HTA, tendo em vista que não sofrem influência da seleção evolutiva para sistema bilateral ou da seleção sexual. Objetivo - Explicar as assimetrias da face e do tronco, com base na HTA, o que repercute em padrões de comportamentos sociais, como beijar pela esquerda ou abraçar pela direita. Métodos - Para o estudo, foram analisadas informações de superfície 3D, a partir de um banco de dados criado com base em 200 digitalizações 3D de rostos humanos individuais, além de fotografias frontais de rostos humanos com aproximadamente o mesmo a partir de um software de gráficos vetoriais, com a região central do rostos contendo olhos, nariz e boca escondidos para evitar viés subjetivo do experimentador e tendo a posição do trágus das orelhas e da região bucal como referência. Por fim, foram relacionadas pesquisas na internet por fotos de beijos e abraços, utilizando como mecanismos de busca mais eficientes as palavras-chave,em fotos de abraços, “abraços” e as palavras chaves, em fotos de beijos, “beijo no aeroporto” e “beijo social”. A análise completa foi realizada três vezes, resultando em 398 fotos únicas de beijos e 398 fotos únicas de abraços, as quais foram classificadas para o lado do abraço (contato do tronco direito ou esquerdo). Subcategorias testadas, como “homens”, “mulheres”, “casais mistos”, “fotos cinzas” tiveram resultados substancialmente diferentes. Discussão: O presente estudo fornece a primeira validação empírica dos efeitos anatômicos e comportamentais previstos pela HTA, incluindo um novo tipo de assimetria, a aurofacial. Conforme previsto, a região facial foi posicionada significativamente à esquerda em relação ao plano médio entre as orelhas, já que o processo de torção axial é incompleto. Como a simetria máxima é alcançada ao final do crescimento por estar sob forte relação com a seleção sexual, crianças apresentam maior grau de assimetria aurofacial do que adultos. Nesse sentido, por conta da assimetria aurofacial, o comportamento humano do beijo é sistematicamente enviesado à esquerda do rosto, enquanto o abraço para o lado direito do tronco. Além dessa, a assimetria cerebral prevê que o lobo frontal seja enviesado à esquerda e o occipital, à direita da linha média. Confirma também a assimetria perisylviana de que o sulco central e o lobo temporal direitos sejam mais frontais do que os esquerdos. Em relação à coluna vertebral, considerando que seja crucial para a locomoção, prevê-se que seja altamente simétrica na maior parte de seu comprimento, todavia, devido ao gradil costal, a coluna torácica é em média menos simétrica do que a coluna cervical, mesmo em indivíduos saudáveis. Na escoliose idiopática, apesar de a rotação ser consideravelmente maior do que em pessoas hígidas, segue a mesma direção. No que tange aos efeitos comportamentais, o viés do comportamento de beijos e abraços é fortemente reduzido por contextos emocionais, não sendo encontrado, por exemplo, nenhum viés em beijos públicos entre estranhos. Além disso, parecem ser reduzidos em indivíduos canhotos. Teorias anteriores acreditavam que o viés do abraço resultava da dominância da mão direita. Entretanto, essa explicação revela-se improvável quando os dois opostos utilizam a mão direita para envolver o ombro esquerdo, uma vez que os lados esquerdos dos troncos tendem a se encontrar, o que vai de encontro com o padrão observado no estudo. Nesse sentido, as assimetrias anatômicas refletem-se em assimetrias comportamentais no tronco e no rosto. Conclusões - A HTA está intimamente vinculada à hipótese de inversão dorsoventral, tornando-se a única teoria do prosencéfalo contralateral e do quiasma óptico a ter passado por testes empíricos. De acordo com essa nova visão, a simetria do corpo dos vertebrados é apenas superficial e uma adaptação secundária ao modo de vida ativo dos vertebrados. O coração e os órgãos internos retêm sua orientação original no corpo, enquanto as outras partes do organismo apenas assumem uma simetria bilateral em virtude de processos de desenvolvimento altamente avançados e complexos. A assimetria aurofacial sistemática do lado esquerdo foi prevista e confirmada pela HTA, sendo maior em crianças do que em adultos. O torque Yakovleviano e a assimetria rotacional das vértebras torácicas em populações humanas saudáveis estão em direções opostas. Embora algumas das descobertas acima possam ser explicadas por hipóteses alternativas, não há conhecimento de nenhuma outra teoria que possa explicar esse padrão complexo e contraintuitivo de resultados.
Título do Evento
XXX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SARDINHA, Gabriela Barroso et al.. HIPÓTESE DA TORÇÃO AXIAL: UM ESTUDO SOBRE AS ASSIMETRIAS DA FACE, DO TRONCO, DOS BEIJOS E ABRAÇOS.. In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) UNIFASE/FMP, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2024/948895-HIPOTESE-DA-TORCAO-AXIAL--UM-ESTUDO-SOBRE-AS-ASSIMETRIAS-DA-FACE-DO-TRONCO-DOS-BEIJOS-E-ABRACOS. Acesso em: 02/08/2025

Trabalho

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