AVALIAÇÃO DA INSEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NOS DOMICÍLIOS DOS ALUNOS MATRICULADOS NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA CIDADE DE PETRÓPOLIS/RJ

Yasmin Rodrigues; Jhenifer de Souza Medeiros; Joana da Silva Costa

Título do Trabalho

Autores

Yasmin Rodrigues
Jhenifer de Souza Medeiros
Joana da Silva Costa

Modalidade

PESQUISAS CIENTÍFICAS - aquelas que são fruto de pesquisa empírica dentro dos parâmetros do método científico.

Área temática

CUIDADO E HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE - Cuidado em saúde transcende a realização de técnicas e aspectos físicos, contempla a compreensão do conceito ampliado de saúde, e envolve uma interação afetiva que respeita, acolhe e considera a diversidade da existência humana. Nesse contexto, a humanização significa dialogar com a singularidade de cada pessoa, reconhecendo suas crenças e valores, compartilhando assim um ambiente de cuidado implicado com a realidade, com as políticas públicas e com a necessidade dos coletivos que vivem nos territórios.

Data de Publicação

19/02/2025

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2024/948475-avaliacao-da-inseguranca-alimentar-e-nutricional-nos-domicilios-dos-alunos-matriculados-na-rede-municipal-de-ensi

ISSN

2675-8563

Palavras-Chave

Alimentação Escolar, Segurança Alimentar e Nutricional, Direitos Humanos.

Resumo

Uma alimentação nutricionalmente adequada é uma necessidade básica e direito de todo ser humano, fundamental à sua dignidade e prevista pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. Para respaldar esse direito, o governo brasileiro criou a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional. A realização plena do direito deve ser baseada em práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural, sustentabilidade social, econômica e ambiental. Durante o período da pandemia foram realizados estudos nacionais sendo constatado que 41,3% dos domicílios estavam em situação de Segurança Alimentar e Nutricional e 28% encontrava-se com Insegurança Alimentar (IA) leve. Entre a primeira pesquisa realizada em 2020 e a segunda em 2022, houve um aumento de IA grave de 9% para 15,5%. Diante do exposto, entende-se que o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) tem um papel importante no combate à IA no período pós pandemia, se tornando necessário realizar um rastreamento na rede municipal para traçar um diagnóstico. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a prevalência da insegurança alimentar e nutricional das famílias dos alunos matriculados na rede municipal de ensino da cidade de Petrópolis/RJ. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, sob o nº 6.007.818, em março de 2023. A pesquisa foi realizada no período de maio a outubro com as famílias de todos os alunos matriculados nas escolas municipais de Petrópolis no ano de 2023. A coleta de dados foi realizada a partir da utilização de um questionário virtual, enviado para as famílias através de um aplicativo de mensagens com o auxílio das diretoras. O mesmo continha dados como o gênero do(s) aluno(s), data de nascimento, nome da escola e o distrito em que a família residia. Estas informações foram utilizadas para controle dos pesquisadores para evitar que fossem computados dados repetidos. Além disso, continha perguntas referentes ao número total de crianças e o número total de pessoas que residiam no domicílio. Para o levantamento de dados econômicos e sociodemográficos haviam questões referentes à renda em salário mínimo, nível de escolaridade e auto identificação da raça. Também foi questionado se esta renda possuía vínculo com algum benefício financeiro do governo. Ainda teve uma questão sobre o recebimento ou não do kit de não perecíveis e/ou hortifrutigranjeiros no ano de 2020 entregue pela Gerência de Alimentação Escolar. Para a avaliação da IA foi utilizada a versão reduzida da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), composta por 5 perguntas. Os questionários foram respondidos mediante o aceite do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para a avaliação dos dados foi utilizado o software EpiInfo 7.0® com apresentação dos dados em números absolutos e relativos. Foi utilizado o teste Qui-quadrado para correlacionar os dados sociodemográficos e econômicos com a prevalência da IA. Foram classificadas com IA as famílias que responderam “sim” a pelo menos uma das 5 questões do EBIA. No caso do 4º e 5º distrito, regiões que inicialmente não atingiram o número mínimo amostral estipulado por distrito (considerando a fórmula de Slovin para cálculo e erro amostral tolerável de 5%), foi realizado contato telefônico com as gestoras solicitando o reencaminhamento do questionário para as famílias. Foram excluídas todos que não aceitaram o TCLE (n=138), aqueles que preencheram o questionário duas ou mais vezes, os que colocaram as informações incompletas no campo gênero, data de nascimento e escola, número de crianças e número de adultos no domicílio incorretas (n=179). A região do 5º distrito foi excluída por não atingir o número mínimo amostral de respostas (n=324). Acredita-se que tal fato ocorreu em função de a área ter característica rural, o que dificulta o acesso à internet e aparelhos celulares. No final, foram aceitas 2882 respostas. Observou-se como características sociodemográficas e econômicas: 49,17% relataram ensino médio completo ou superior incompleto, 46,46% se autodeclarou como branca, 40,39% informou possuir renda entre 1 e 2 salários mínimos, 55,45% informaram não possuir nenhum tipo de auxílio do governo. Em relação ao recebimento do kit de hortifrutigranjeiros 52,26% informaram não ter recebido. Sobre a avaliação do EBIA, 64,26% foram classificados com IA. As prevalências citadas anteriormente foram encontradas em cada distrito, quando analisados individualmente. Ao correlacionar a IA com os dados sociodemográficos e econômicos, observou-se que a insegurança está associada ao ensino médio completo ou superior incompleto, nos 1º, 2º e 3º distrito a cor associada foi branca e no 4º a cor foi parda, em relação a renda, foi relacionado com a remuneração menor que 1 salário mínimo e foi associado ao recebimento do Auxílio Brasil. Ao realizar o teste Qui-quadrado foi encontrado o p-valor de 0,0000, para todo o município e para os distritos, não encontrando diferença significativa. Estudos como o de Silva et al. (2021), apontam que indivíduos com ensino médio incompleto ou inferior estão mais propensos a enfrentar IA, em consonância ao que foi encontrado nesta pesquisa. O estudo de Lima et al. (2022) destaca que a IA frequentemente afeta populações negras e pardas, refletindo desigualdades no acesso a recursos e oportunidades. Segundo o estudo de Mendes e Santos (2023), famílias com rendimentos baixos têm maior probabilidade de enfrentar IA, conforme os achados desta pesquisa. Conclui-se que o percentual de famílias em situação de IA encontrado no município é um fator preocupante, indicando a necessidade de implementação de mais políticas públicas envolvendo diferentes setores a fim de reduzir essa realidade. Além disso, o estudo obteve algumas limitações devido a forma de coleta de dados, excluindo um distrito importante a ser avaliado. Pesquisas periódicas de avaliação da IA são necessárias para acompanhamento desta situação.

Título do Evento: XXX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento: Petrópolis
Título dos Anais do Evento: Anais da Semana Científica
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

RODRIGUES, Yasmin; MEDEIROS, Jhenifer de Souza; COSTA, Joana da Silva. AVALIAÇÃO DA INSEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NOS DOMICÍLIOS DOS ALUNOS MATRICULADOS NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA CIDADE DE PETRÓPOLIS/RJ.. In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) UNIFASE/FMP, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2024/948475-AVALIACAO-DA-INSEGURANCA-ALIMENTAR-E-NUTRICIONAL-NOS-DOMICILIOS-DOS-ALUNOS-MATRICULADOS-NA-REDE-MUNICIPAL-DE-ENSI. Acesso em: 30/08/2025