RELATO DE EXPERIÊNCIA BANCO DE LEITE

Publicado em 19/02/2025 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
RELATO DE EXPERIÊNCIA BANCO DE LEITE
Autores
  • Beatriz Gomes Correa de Moragas
  • Ana Flávia Cecília Gonçalves
  • mariana barbosa de araujo
  • Janaína Ribeiro Monteiro Burger
  • Mayara Guimarães de Souza
Modalidade
RELATOS DE EXPERIÊNCIAS - vivência no ambito acadêmico ou não, de caráter artístico, político, cultural, mas que permitiram aprendizagens significativas para a formação profissional do(a) estudante;
Área temática
CUIDADO E HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE - Cuidado em saúde transcende a realização de técnicas e aspectos físicos, contempla a compreensão do conceito ampliado de saúde, e envolve uma interação afetiva que respeita, acolhe e considera a diversidade da existência humana. Nesse contexto, a humanização significa dialogar com a singularidade de cada pessoa, reconhecendo suas crenças e valores, compartilhando assim um ambiente de cuidado implicado com a realidade, com as políticas públicas e com a necessidade dos coletivos que vivem nos territórios.
Data de Publicação
19/02/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2024/947220-relato-de-experiencia-banco-de-leite
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Enfermagem, Banco de leite, Translactação.
Resumo
O aleitamento materno é uma prática importante, tanto para a mãe quanto para a criança e para a sociedade em geral, que deve ser sempre incentivada e protegida, salvo em algumas situações excepcionais (como por exemplo, HIV+ e HTLV+). Segundo o Ministério da Saúde, o aleitamento materno deve ser exclusivo até os 6 meses de vida do bebê e complementado até os 2 anos ou mais. O leite materno é fundamental para a saúde da criança pela sua disponibilidade de nutrientes, estímulo cognitivo e fortalecimento imunológico e afetivo. Amamentar exige paciência, empenho, foco e implica um conjunto de fatores, seja materno ou relacionados ao RN, não sendo apenas na tomada de decisão entre querer ou não amamentar. Além do conhecimento dos benefícios e de como realizar a técnica correta, o apoio social, familiar e dos profissionais da saúde geram um grande impacto para que o desfecho seja positivo para esse binômio. Quando ocorre uma mudança de expectativa, afastando o bebê desse processo de ser amamentado diretamente no seio materno, pode gerar frustração para a mãe. Desejosa pelo processo de amamentar, uma opção é a translactação. A indicação pode ser por causas relacionadas ao recém-nascido (RN) ou às mães. Para o RN, a indicação é decorrente da sucção pouco eficiente de prematuros ou condição que o impeça de fazer muito esforço, como hipotonia muscular ou frênulo curto. Para as mães, essa indicação ocorre, por exemplo, devido a descida tardia do leite, pós-parto imediato, uso de medicamento que dificulte a produção do leite ou retomada da amamentação. Também podemos acrescentar a introdução de outras formas de oferecer o leite materno em outros dispositivos e que esse seja orientado corretamente pelos profissionais para que a puérpera seja capaz de realizar em domicílio com segurança. Por esse motivo, o objetivo é compartilhar uma experiência vivenciada em um hospital em Petrópolis, durante os serviços no banco de leite humano em que foi prestado assistência ao processo de translactação. Esse processo exige apoio, acompanhamento científico e emocional a fim de oferecer segurança e obter evoluções com o passar do tempo. Como profissionais da saúde e compreendendo a importância do aleitamento materno, o desejo por compartilhar essa experiência se fez presente. Puérpera, 31 anos, primípara, compareceu ao banco de leite com RN de 7 dias, informando dificuldade para amamentar e solicitando ajuda do banco de leite. Relatou que durante estadia na maternidade apresentou dificuldades na amamentação e a assistência prestada na mesma para auxiliar, foi o uso de seringa para sucção do mamilo e assim, exteriorizá-lo. Visto que, na avaliação do profissional que prestou o cuidado, o mamilo invertido da puérpera seria a causa da dificuldade no processo de amamentação. Devido à dificuldade de colocar o RN ao seio, ainda na maternidade, introduziram fórmula oferecida no copinho. A administração da fórmula em qualquer recipiente precisa ser orientada, e no relato da puérpera nota-se falta de informações acerca do método. Quando ofertado o leite pelo copinho o ideal é que o RN busque o leite, estimule o processo de sucção e o trabalho da língua, visto que, por meio desse recipiente a oferta do líquido é maior do que da mama quando comparados. Ao avaliar o RN, notou-se ausência do reflexo de sucção. Ao solicitar que a mãe ofertasse o leite materno no copinho, que foi retirado em bomba pela ordenha, notou-se o desperdício. Percebendo que o RN não estava ingerindo a quantidade adequada de leite para sua idade. Durante anamnese, percebe-se que RN não possuía quantidade de trocas de fraldas adequadas, o que nos alerta para quantidade inadequada de ingesta de leite. Mãe refere que RN é bastante sonolento e possui poucos períodos de atividade, mais um indício de que esse lactente não está ingerindo quantidades suficientes e possivelmente está fazendo episódios de hipoglicemia. Foi estimulado o reflexo de sucção e alimentado com o método “finger feeding” fornecendo orientação de como mantê-lo em domicílio. Puérpera refere que teste da linguinha foi realizado durante internação na maternidade, e obteve resultado negativo. Porém, ao exame físico, percebe-se notório frênulo lingual encurtado e pouca elevação da língua ao chorar, sendo sugerido que procurasse um profissional da odontopediatra. O teste da linguinha foi refeito pela odontopediatra com resultado negativo novamente, profissional contraindicou a frenectomia e encaminhou para fonoaudióloga. A mãe foi instruída a fazer uso de bico de silicone, aumentar a numeração da sonda utilizada no finger feeding e encurtamento do dedo introduzido junto a sonda, além de exercícios para melhor mobilidade do maxilar. Paciente comparece pela segunda vez ao banco de leite, ainda em uso da técnica finger feeding, em que utilizamos sonda nasogástrica nº 4 com estímulo do dedo, ao RN sugar o dedo junto da sonda, o leite será ingerido, e manteremos a estimulação da sucção. Na terceira visita realizamos a transição da técnica finger feeding para o seio materno, porém ainda utilizando a sonda em momentos que fossem necessários acalmar RN. O mesmo realizou sem interrupção a sucção através da pega correta ingerindo leite materno por cerca de 30 minutos. Devido a essa evolução, orientamos puérpera a oferecer seio materno e só fazer uso do método finger feeding em casos de extrema necessidade. Desta forma, enfatizamos a importância dos profissionais em apoiar e tornar possível a amamentação, além de, promover meios para que essa seja bem-sucedida. Reforçando o compromisso dos profissionais em introduzir e retirar métodos que servem de auxílio para que o aleitamento seja realizado em seio materno. Por consequência, vivenciarmos essa experiencia enquanto profissionais em formação, da graduação e residência em enfermagem, nos possibilitou desenvolver a assistência de forma holística e nos apresentou uma nova possibilidade de atuação para o enfermeiro.
Título do Evento
XXX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MORAGAS, Beatriz Gomes Correa de et al.. RELATO DE EXPERIÊNCIA BANCO DE LEITE.. In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) UNIFASE/FMP, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2024/947220-RELATO-DE-EXPERIENCIA-BANCO-DE-LEITE. Acesso em: 30/08/2025

Trabalho

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