INCIDÊNCIA DE AIDS NO BRASIL DE 2018 A 2023: UM ESTUDO ECOLÓGICO

Publicado em 19/02/2025 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
INCIDÊNCIA DE AIDS NO BRASIL DE 2018 A 2023: UM ESTUDO ECOLÓGICO
Autores
  • Mel Silveira Barreto
  • leticia chaves sias quadros
  • Patricia Boccolini
Modalidade
PESQUISAS CIENTÍFICAS - aquelas que são fruto de pesquisa empírica dentro dos parâmetros do método científico.
Área temática
CUIDADO E HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE - Cuidado em saúde transcende a realização de técnicas e aspectos físicos, contempla a compreensão do conceito ampliado de saúde, e envolve uma interação afetiva que respeita, acolhe e considera a diversidade da existência humana. Nesse contexto, a humanização significa dialogar com a singularidade de cada pessoa, reconhecendo suas crenças e valores, compartilhando assim um ambiente de cuidado implicado com a realidade, com as políticas públicas e com a necessidade dos coletivos que vivem nos territórios.
Data de Publicação
19/02/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2024/946942-incidencia-de-aids-no-brasil-de-2018-a-2023--um-estudo-ecologico
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
epidemiologia; aids; brasil; incidência
Resumo
Introdução: A aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é uma doença manifestada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), que ataca o sistema imunológico dos infectados, mais precisamente os linfócitos T CD4+. O HIV possui a capacidade de alterar o material genético dessas células, se multiplicando rapidamente, e de deixar o hospedeiro mais suscetível a adquirir infecções oportunistas. Mesmo com os avanços nos métodos de tratamento e prevenção, a doença se dissemina no Brasil desde a década de 80 e ainda é considerado um problema de saúde coletiva no país e no mundo, em razão, principalmente, dos seus estigmas e de suas possíveis complicações. O perfil epidemiológico da aids sofreu alterações ao longo do tempo e abrange uma população mais heterogênea, atingindo um maior número de mulheres e crianças. Sua distribuição geográfica também é desigual, com maior concentração de casos em algumas regiões. O presente trabalho tem como principal objetivo identificar e comparar a incidência da aids nas macrorregiões do Brasil. Objetivo: Identificar a incidência de AIDS nas cinco regiões do Brasil numa abordagem espaço-temporal dos casos notificados entre 2018 e 2023. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, construído a partir de dados coletados do Departamento de Informática do SUS, através da ferramenta TabNet. Foram incluídos os casos de aids notificados no SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), por ano de notificação entre 2018 e 2023. A incidência dos soropositivos foi calculada nas cinco regiões político-administrativas do país adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resultados: Entre os anos analisados, foram notificados um total de 103.270 casos de aids no Brasil, com a maior incidência total de 9,84, em 2019. Observa-se, dessa forma, que a incidência de aids no Sul do Brasil manteve-se a mais elevada durante todo o período observado, atingindo um pico de 15,39 em 2019, seguida pela região Norte, que ocupou o segundo lugar, com a maior incidência, também em 2019, de 11,96. A região Centro-Oeste permaneceu com um padrão intermediário, em comparação com as outras, em todos os anos estudados, atingindo o valor mais alto de 9,91, em 2019. As regiões Sudeste e Nordeste detêm as duas menores incidências de casos durante todo o período. Entretanto, em 2018 e 2019, o Sudeste apresentava a menor porcentagem de casos e, em 2022, ultrapassou os números do Nordeste com uma considerável diferença, de 0,33. Além disso, percebe-se uma queda acentuada em todas as macrorregiões no ano de 2023, quando atingiram o valor mínimo de cada uma, em ordem crescente, Nordeste: 4,01, Sudeste: 4,27, Centro-Oeste: 4,39, Norte: 5,57, Sul: 6,03. Discussão: O presente estudo identificou como principal achado que, dentre as cinco regiões do Brasil, as maiores taxas de casos de aids no período analisado estão na região Sul, seguida da região Norte. Essa maior incidência pode ser explicada pelo fato de que os estados da região Sul têm, historicamente, uma sociedade mais conservadora, em comparação com outros. Isso resulta, geralmente, em maior dificuldade em debater educação sexual e em oferecer informações à população, principalmente as mais vulneráveis, acerca da aids, o que auxiliaria na redução dos casos. Observou-se, além disso, que a distribuição espacial da aids no Brasil é bastante desigual regionalmente. Foi estudado, em uma pesquisa no Ceará, que as maiores taxas de incidência de aids no país estão concentradas em cidades onde a renda familiar é mais alta. Isso revela que altos números da doença podem estar associados a características da vida moderna e a melhores condições financeiras, já que provavelmente possuem melhor acesso ao diagnóstico e à testagem sorológica. A incidência total da aids no país apresentou uma queda significativa nos últimos anos, e alguns fatores podem explicar tal tendência, como a ampliação de programas do governo para a prevenção, diagnóstico e tratamento. Isso inclui a implementação da prevenção combinada, que conta com estratégias médicas, comportamentais e estruturais para minimizar a transmissão do HIV. Esse programa abrange educação sexual, testagem regular, acolhimento, também PEP (profilaxia pré-exposição) e PrEP (profilaxia pré-exposição), além do tradicional uso de preservativos. Ademais, a ampliação do diagnóstico de gestantes pelos exames pré-natais resultou na diminuição na transmissão vertical do HIV. O isolamento social no período da pandemia do Covid-19, durante os anos de 2020 e 2021, acarretou uma diminuição na transmissão do vírus. Ao mesmo tempo, o enfrentamento da doença não cessou, contando com ações do Ministério da Saúde para ampliar o uso de autotestes e a disponibilização da medicação para portadores, por um período maior, que passou de 30 para 60 ou até 90 dias. Conclusão: A aids, caracterizada pela infecção do vírus HIV, é uma doença que debilita o sistema imunológico do indivíduo, aumentando suas chances de adquirir uma outra infecção, que pode ser grave. Apesar de haver programas de prevenção e métodos de tratamento, a doença continua sendo uma questão de saúde pública muito importante no Brasil, sendo extremamente necessária a análise da epidemiologia da aids. O estudo retrata que as regiões Sul e Norte, entre 2018 e 2023, ocuparam as primeiras posições na escala das maiores incidências, enquanto a Centro-Oeste ocupou a posição intermediária e as regiões Sudeste e Nordeste apresentaram as menores taxas. Apesar de a incidência total no país ter diminuído, a proporção entre as macrorregiões sofreu poucas alterações. Destaca-se, portanto, as hipóteses acerca dessa predominância de casos na região Sul durante todo o período de tempo analisado.
Título do Evento
XXX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BARRETO, Mel Silveira; QUADROS, leticia chaves sias; BOCCOLINI, Patricia. INCIDÊNCIA DE AIDS NO BRASIL DE 2018 A 2023: UM ESTUDO ECOLÓGICO.. In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) UNIFASE/FMP, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2024/946942-INCIDENCIA-DE-AIDS-NO-BRASIL-DE-2018-A-2023--UM-ESTUDO-ECOLOGICO. Acesso em: 29/06/2025

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