MÚSCULO OCCIPITOFRONTAL – MUITO ALÉM DA SUA FUNÇÃO NA EXPRESSÃO FACIAL: UM ESTUDO DE DISSECÇÃO DE PEÇA CADAVÉRICA FRESCA APLICADO AO ENSINO DA SEMIOLOGIA E TRAUMATOLOGIA

Geraldo Julio Pitzer Santos; gabriel ferreira reis dos santos; Luis Felippe Teixeira de Mello; Pedro Lage Gorges; Victor Hugo Matias da Silva; Matheus Amaro França Hemais; Pedro Baldelim Santiago

Título do Trabalho

Autores

Geraldo Julio Pitzer Santos
gabriel ferreira reis dos santos
Luis Felippe Teixeira de Mello
Pedro Lage Gorges
Victor Hugo Matias da Silva
Matheus Amaro França Hemais
Pedro Baldelim Santiago

Modalidade

PRÁTICAS EDUCATIVAS INOVADORAS - atividades e produtos de caráter pedagógico, que NÃO são fruto de pesquisa científica ou de atividade de extensão, mas exploram novas possibilidades de aplicação do conhecimento científico através de atividades educativas no âmbito dora ensino em sala de aula ou fora dela, que são inspiradas pelo espírito científico-investigativo sobre a realidade.

Área temática

CUIDADO E HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE - Cuidado em saúde transcende a realização de técnicas e aspectos físicos, contempla a compreensão do conceito ampliado de saúde, e envolve uma interação afetiva que respeita, acolhe e considera a diversidade da existência humana. Nesse contexto, a humanização significa dialogar com a singularidade de cada pessoa, reconhecendo suas crenças e valores, compartilhando assim um ambiente de cuidado implicado com a realidade, com as políticas públicas e com a necessidade dos coletivos que vivem nos territórios.

Data de Publicação

19/02/2025

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2024/944760-musculo-occipitofrontal--muito-alem-da-sua-funcao-na-expressao-facial--um-estudo-de-disseccao-de-peca-cadaverica

ISSN

2675-8563

Palavras-Chave

músculo occipitofrontal, gálea aponeurótica, hematoma smbgaleal

Resumo

O músculo occipitofrontal é um músculo extenso da cabeça, localizado bilateralmente, originado anteriormente na região supraorbitária e posteriormente em linhas nucais superiores do osso occipital. Possui 4 ventres, chamados de ventres frontais (2 anteriores) e ventres occipitais (2 posteriores), que se inserem em gálea aponeurótica, também chamada aponeurose epicraniana. Desta forma, possui ação conhecida dentro da expressão facial, ao movimentar a pele da face elevando as sombrancelhas e produzindo rugas transversais frontais, sendo um dos principais músculos da mímica, amplamente desenvolvido em seres humanos e inervado pelo sétimo nervo craniado (NC VII – nervo facial), como diversos outros músculos faciais. Entretanto, um importante aspecto desta estrutura é negligenciado: ao se inserir em gálea aponeurótica, permite que esta parte intermediária de seu componente limite o espaço denominado subgaleal (localizado entre esta aponeurose e a calota craniana) evitando acúmulos de material proveniente de processos inflamatórios ou traumáticos em região superficial da cabeça, comuns em traumatismos cranianos decorrentes de lesões causadas por quedas, por exemplo em adultos, ou originadas por intercorrências durante parto, por fórceps ou extrator à vácuo, dentro de um contexto pediátrico. A hemorragia subgaleal originada nestas circunstâncias pode ser grave, levando à rápida hipovolemia se não diagnosticada e tratada, podendo ser potencialmente fatal em alguns casos. Lesões em gálea aponeurótica acompanhadas de sangramentos em espaço subgaleal merecem destaque e atenção mesmo sem acompanhar de lacerações ósseas ou hemorragias intracranianas. Muitas vezes um curativo é realizado, não permitindo sequer que o céfalo-hematoma seja observado em sua formação e evolução, subtraindo-nos um tempo precioso para a identificação e tratamento desta severa condição. O objetivo deste trabalho é a dissecção de duas cabeças humanas frescas, do sexo feminino, de 87 e 84 anos, sem utilização de substâncias fixadoras, para observação das subdivisões musculares e gálea aponeurótica (um dos componentes do scalp – (a)poneurotic galea, localizada profundamente à: (s)kin, (c)onnective tissue, e superficialmente à: (l)oose connect tissue e (p)eriosteum. As peças foram dissecadas pelo professor orientador juntamente com os estudantes componentes do grupo, sob supervisão contínua. Todos utilizaram instrumental próprio (tesoura reta, tesora metzembaum, pinça anatômica, pinça dente de rato, bisturi cabo 3 e bisturi cabo 4) e material de proteção individual (óculos, máscara, luvas e vestimenta adequada). A disseção por planos foi respeitada, com rebatimento inicial da pele, tecido celular subcutâneo, observando as fibras musculares do músculo occipitofrontal em todos os seus ventres e inserção na gálea aponeutótica. Além da ampla visualização do músculo, procedeu-se a incisão transversal da aponeurose epicraniana para o acesso ao espaço subgaleal e consequente observação dos ossos frontal, parietal, temporal e occipital, componentes da calota craniana. Posteriormente foi realizada a craniotomia com serra específica, retirada de fragmento ósseo e exposição de região epidural, meninges (dura mater, pia mater e aracnóide mater) e finalmente identificação dos hemisférios cerebrais. Como resultado verificamos que os estudantes puderam discutir em prática supervisionada por professor sobre a importância da região e conheceram o espaço subgaleal, identificando função importante da aponeurose epicraniana e da potencial gravidade de hematomas nesta região da cabeça. A anatomia foi correlacionada com a fisiologia e a fisiopatologia, trazendo mais sentido em discussão voltada para a compreensão de sinais e sintomas médicos, como o céfalo-hematoma e choque hipovolêmico. Acreditamos que práticas educativas como a demonstrada nesta experiência docente possam ser úteis na apropriação pelos estudantes do ciclo básico do curso de medicina de uma forma ampla de raciocínio, voltado para a compreensão de situações que possam ser relevantes para um diagnóstico correto e/ou tratamento/encaminhamento favorável em situações potencialmente graves atuando de forma impactante na sobrevida de seus futuros pacientes.

Título do Evento: XXX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento: Petrópolis
Título dos Anais do Evento: Anais da Semana Científica
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

SANTOS, Geraldo Julio Pitzer et al.. MÚSCULO OCCIPITOFRONTAL – MUITO ALÉM DA SUA FUNÇÃO NA EXPRESSÃO FACIAL: UM ESTUDO DE DISSECÇÃO DE PEÇA CADAVÉRICA FRESCA APLICADO AO ENSINO DA SEMIOLOGIA E TRAUMATOLOGIA.. In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) UNIFASE/FMP, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2024/944760-MUSCULO-OCCIPITOFRONTAL--MUITO-ALEM-DA-SUA-FUNCAO-NA-EXPRESSAO-FACIAL--UM-ESTUDO-DE-DISSECCAO-DE-PECA-CADAVERICA. Acesso em: 07/07/2025