LASER DE ALTA POTÊNCIA NO TRATAMENTO DO PAPILOMA ESCAMOSO ORAL: RELATO DE CASO

Publicado em 19/02/2025 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
LASER DE ALTA POTÊNCIA NO TRATAMENTO DO PAPILOMA ESCAMOSO ORAL: RELATO DE CASO
Autores
  • Maria Julia Machado De Araujo Pinto Chaves
  • Leonardo Gamarano De Carvalho
  • Jonas Noel
  • Jessie Capobiango Soares De Moura
  • THAYANNE BRASIL BARBOSA CALCIA
Modalidade
RELATOS DE CASO - casos raros, nunca ou pouco descritos na literatura, assim como situações que incluam formas inovadoras de diagnóstico e/ou tratamento.
Área temática
CUIDADO E HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE - Cuidado em saúde transcende a realização de técnicas e aspectos físicos, contempla a compreensão do conceito ampliado de saúde, e envolve uma interação afetiva que respeita, acolhe e considera a diversidade da existência humana. Nesse contexto, a humanização significa dialogar com a singularidade de cada pessoa, reconhecendo suas crenças e valores, compartilhando assim um ambiente de cuidado implicado com a realidade, com as políticas públicas e com a necessidade dos coletivos que vivem nos territórios.
Data de Publicação
19/02/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2024/943759-laser-de-alta-potencia-no-tratamento-do-papiloma-escamoso-oral--relato-de-caso
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Neoplasias, crescimento anormal, benignas, papiloma escamoso oral, cavidade oral, epitélio escamoso estratificado, excisão cirúrgica, laser de alta potência, fototérmico
Resumo
As neoplasias podem ser definidas como um crescimento anormal de tecido e não coordenado ao dos tecidos normais, persistente mesmo na ausência do estímulo que a provocou. Elas podem ser benignas ou malignas, sendo dotadas de crescimento lento, ausência de atipias celulares e incapazes de gerar metástases. Dentre as diferentes neoplasias benignas, está o papiloma escamoso oral (PEO). O PEO caracteriza-se por uma proliferação do epitélio escamoso estratificado, resultando em uma lesão papilar ou verruciforme. Os sítios de predileção incluem palato, língua e lábios, mas qualquer superfície oral pode ser afetada. A excisão cirúrgica completa da base da lesão, juntamente com uma pequena área do tecido circundante, é o tratamento de escolha para remover a lesão e prevenir sua recorrência. Pode ser realizada com eletrocautério, excisão com aço frio ou com o uso de laser de alta potência. Este último, compreende uma tecnologia que consegue remover a lesão de forma conservadora, ao interagir com cromóforos das células da mucosa oral, em um processo fototérmico, propiciando uma cirurgia com melhor hemostasia, bem como um pós-operatório mais confortável, apresentando, portanto, vantagens para o profissional que a executa e para o paciente. Assim, torna-se interessante relatar as potencialidades do laser de alta potência no tratamento desta lesão. Este trabalho tem como objetivo relatar o processo diagnóstico e o tratamento de um caso de papiloma escamoso oral em ventre de língua em paciente jovem do gênero masculino, com ênfase na utilização do laser de alta potência. Paciente do gênero masculino, 25 anos de idade compareceu a consultório odontológico privado com queixa de lesão indolor com tempo de evolução de aproximadamente duas semanas. A lesão estava localizada em ventre de língua, próximo ao freio lingual, era normocrômica, pediculada e apresentava projeções digitiformes. Como história odontológica recente, o paciente relatava apenas ter iniciado tratamento com alinhadores invisíveis. Apresentava histórico médico de prolapso de valva, sendo acompanhado por cardiologista. Encontrava-se livre de outras queixas. Relatou a exérese recente de lesão verrucosa em pele da sua mão esquerda, recentemente. Após o exame clínico, formulou-se a hipótese preliminar de papiloma escamoso oral, procedendo-se à biópsia excisional para a confirmação diagnóstica. O procedimento foi realizado com laser de diodo de alta potência (Thera Surgery, DMC Equipamentos). Foi realizada anestesia infiltrativa perilesional com solução de lidocaína 2% associada a epinefrina 1:100.000. Ao final da cirurgia, obteve-se os seguintes parâmetros: 1,5 W de potência em modo contínuo, 36,27 J de energia e tempo de 27 segundos. A peça cirúrgica foi enviada para histopatológico, no qual, baseado nos achados, foi confirmado o diagnóstico de papiloma escamoso oral. No acompanhamento pós-operatório, observou-se que, após um dia, o tecido já apresentava sinais de cicatrização, com mucosa completamente íntegra no retorno após 21 dias. O paciente relatou que não houve necessidade de analgesia pós-operatória e não houve qualquer desconforto. O PEO é um nódulo exofítico de consistência amolecida, assintomático, normalmente pediculado, com numerosas projeções na superfície semelhantes a dedos que conferem uma aparência de “couve-flor”, apresenta-se geralmente como uma lesão única na cavidade oral, como observado no presente caso. A lesão na maioria dos casos tem a superfície branca, depende da quantidade de queratinização da superfície epitelial. O exame histológico revela proliferação de células da camada espinhosa, que segue um padrão digitiforme com um tecido conjuntivo fibroso constituindo o estroma. O tratamento consiste na excisão cirúrgica completa da base da lesão e de uma pequena área do tecido circundante sem alteração. Sua patogênese está relacionada com o papilomavírus humano (HPV), um grande grupo de vírus de DNA de fita dupla que exibe um tropismo pelo epitélio pavimentoso, ou seja, possui uma maior capacidade de infectar especificamente determinadas células de um organismo, o que pode afetar pele ou mucosa. A infecção oral por HPV está presente em cerca de 5% a 12% dos indivíduos saudáveis, como forma de transmissão para a infecção oral pelo HPV incluem a sexual e não sexual, seja por contato pessoal, transferência pela saliva, objetos contaminados, autoinoculação, aleitamento materno, ou, possivelmente, transmissão pré-natal. O paciente do caso em questão não relatou presença de lesões genitais, contudo havia desenvolvido lesão prévia em sítio extraoral (mão). Para o desenvolvimento do PEO os subtipos do vírus do HPV 6 e 11 foram os mais comummente identificados. O papiloma ocorre em um a cada 250 pessoas, mais tipicamente entre as idades de 30 e 50 anos. O PEO representa cerca de 3% de todas as lesões orais submetidas a biopsia. A predisposição de gênero foi ínfima, mas apresenta modesta predominância masculina, como no caso em questão. Este trabalho apresentou a possibilidade de remoção com laser de diodo de alta potência, oferecendo vantagens como, por exemplo, hemostasia, precisão para remoção do tecido, dispensa do uso de suturas, esterilização da ferida, mínima dor no pós-operatório e melhora da cicatrização. Salienta-se a diminuição da necessidade anestésica, em virtude da menor invasividade do procedimento, bem como de seu menor tempo de duração. Ainda, ao interagir de maneira fototérmica, o laser de alta potência consegue descontaminar o tecido, o que pode ser uma vantagem adicional em lesões infecciosas focais. A utilização do laser de alta potência na remoção do PEO é uma alternativa segura e eficiente com bons resultados clínicos.
Título do Evento
XXX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CHAVES, Maria Julia Machado De Araujo Pinto et al.. LASER DE ALTA POTÊNCIA NO TRATAMENTO DO PAPILOMA ESCAMOSO ORAL: RELATO DE CASO.. In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) UNIFASE/FMP, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2024/943759-LASER-DE-ALTA-POTENCIA-NO-TRATAMENTO-DO-PAPILOMA-ESCAMOSO-ORAL--RELATO-DE-CASO. Acesso em: 05/07/2025

Trabalho

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