SABERES QUILOMBOLAS E AGROECOLOGIA: PERCEPÇÕES E PRÁTICAS SOBRE BIOFERTILIZANTES EM VARGEM COMPRIDA, PALMAS DE MONTE ALTO-BA

Daniele de Brito Trindade; Camila Vitoria Costa Ferreira; Tais Carolaine Souza Almeida; João Vitor dos Santos Ramos; Mirian Alves dos Santos Souza; Maísa de Oliveira Brito

Título do Trabalho

Autores

Daniele de Brito Trindade
Camila Vitoria Costa Ferreira
Tais Carolaine Souza Almeida
João Vitor dos Santos Ramos
Mirian Alves dos Santos Souza
Maísa de Oliveira Brito

Modalidade

Resumo Simples

Área temática

Interdisciplinar

Data de Publicação

09/05/2025

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/imepexbio2025/1079617-saberes-quilombolas-e-agroecologia--percepcoes-e-praticas-sobre-biofertilizantes-em-vargem-comprida-palmas-de-m

ISBN

978-65-272-1340-6

Palavras-Chave

Fertilidade do solo; Produção agrícola; Formação técnica.

Resumo

Os biofertilizantes líquidos são fertilizantes naturais obtidos pela decomposição de matéria orgânica em meio aquoso, podendo ocorrer com ou sem oxigênio. Esses insumos fornecem microrganismos e nutrientes essenciais, estimulando a atividade microbiana do solo, fortalecendo as plantas contra pragas e doenças e promovendo um crescimento mais saudável. Além de representarem uma alternativa sustentável aos fertilizantes químicos, contribuem para a melhoria da produtividade e da qualidade agrícola. Nas comunidades quilombolas, desafios como a insegurança alimentar e a necessidade de práticas agrícolas sustentáveis tornam o uso de biofertilizantes ainda mais relevante. Ao melhorar a fertilidade do solo e reduzir a dependência de insumos químicos, esses fertilizantes naturais auxiliam na promoção de uma produção mais sustentável e na garantia da segurança alimentar. Este estudo tem como objetivo analisar o uso de biofertilizantes na comunidade quilombola Vargem Comprida, avaliando seus impactos na fertilidade do solo, produtividade agrícola e segurança alimentar. Além disso, identificar desafios na adoção, percepções sobre sua eficiência e o interesse dos agricultores na capacitação para seu uso sustentável. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário online, estruturado em diferentes seções. O instrumento, respondido por 10 quilombolas, incluiu um termo de consentimento, informações sobre o perfil pessoal dos participantes, características da comunidade quilombola e do produtor, além de perguntas objetivas e discursivas voltadas para a agroecologia e o uso de biofertilizantes. Os resultados mostraram que a goiaba (90%) foi a fruta mais cultivada, seguida por manga (70%) e melancia (60%). Entre as hortaliças, cebolinha (80%) se destacou. Na categoria de raízes, mandioca (70%), batata-doce (60%) e beterraba (50%) foram as principais. Todos os participantes (100%) cultivam feijão, enquanto milho (60%) e sorgo (50%) também foram mencionados entre os grãos. A alface (60%) foi a verdura mais comum, seguida por couve e rúcula (50%), com 30% dos entrevistados não produzindo verduras. Nos legumes, abóbora (80%) e abobrinha (70%) foram as mais citadas, enquanto 20% não cultivam essa categoria. Os 10 participantes (100%) demonstraram conhecimento sobre biofertilizantes, associando-os a adubos naturais feitos a partir de matéria orgânica, como restos de alimentos e esterco animal. Entre eles, 7 (70%) utilizam biofertilizantes, sendo os mais mencionados o esterco de gado e de ovelha, o composto orgânico e o foliar. A maioria (60%) produz seu próprio biofertilizante, enquanto 10% adquirem de terceiros. Quanto à aplicação, 42,9% utilizam semanalmente, 14,3% quinzenalmente e 28,6% mensalmente. Os principais benefícios apontados foram aumento da produtividade (57,1%), melhoria do solo (28,6%) e fortalecimento das plantas (14,3%). Sobre a comparação com fertilizantes químicos, 57,1% consideram o biofertilizante mais vantajoso por ser natural e menos prejudicial à saúde, enquanto 42,9% acreditam que os fertilizantes químicos apresentam maior eficácia e rapidez nos resultados. As principais dificuldades identificadas foram a produção (57,1%) e o armazenamento (28,6%), seguidos pelo custo (14,3%). Todos demonstraram interesse em aprender mais sobre biofertilizantes, preferindo cursos (57,1%) e atividades práticas (14,3%). Os resultados reforçam a importância dos biofertilizantes para a comunidade, destacando desafios e a necessidade de capacitação para ampliar seu uso sustentável na agricultura local.

Título do Evento: I MEPEX BIO
Cidade do Evento: Guanambi
Título dos Anais do Evento: Anais MEPEX BIO: Mostra Científica de Ensino, Pesquisa e Extensão do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

TRINDADE, Daniele de Brito et al.. SABERES QUILOMBOLAS E AGROECOLOGIA: PERCEPÇÕES E PRÁTICAS SOBRE BIOFERTILIZANTES EM VARGEM COMPRIDA, PALMAS DE MONTE ALTO-BA.. In: Anais MEPEX BIO: Mostra Científica de Ensino, Pesquisa e Extensão do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Anais...Guanambi(BA) IFBAIANO Campus Guanambi, 2025. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/imepexbio2025/1079617-SABERES-QUILOMBOLAS-E-AGROECOLOGIA--PERCEPCOES-E-PRATICAS-SOBRE-BIOFERTILIZANTES-EM-VARGEM-COMPRIDA-PALMAS-DE-M. Acesso em: 17/07/2025