Insustentabilidade da Amazônia: Um dos dilemas do Século 21

A Amazônia está no centro dos debates mundiais sobre as mudanças climáticas porque pode contribuir para mitigar os efeitos destas mudanças, o que vai ajudar a adaptação da sociedade global industrial. No entanto, a sociedade global industrial não quer pagar para manter a floresta em pé e contribuir para o bem-estar das 30 milhões de pessoas que vivem aqui. Este dilema tem a ver com a sustentabilidade, tanto da sociedade global industrial, como do Brasil, como da Amazônia. O termo sustentabilidade é jargão agora associado ao termo desenvolvimento. A definição do 2º termo é clara; a definição do 1º termo não é. A definição mais comum de sustentabilidade é tão vaga que é inútil. Uma definição mais clara, oriunda do mesmo documento que apresentou a definição vaga, exige limites à sociedade global industrial e enfatiza a importância de ética e moralidade, algo ausente do sistema capitalista global. A clara insustentabilidade da sociedade global industrial é descrita pela equação de impacto humano: I = p * f(p), onde I é impacto, p é população, e f é uma função de consumo e tecnologia. Qualquer curva de degradação ambiental demonstra o efeito de população e, via população, de consumo e tecnologia. Dá para reverter as curvas de impacto para encontrar sustentabilidade? Claro, porque desenvolvimento é sobre escolhas. No entanto, todas as convenções internacionais negociadas para reverter as curvas não funcionam e todas as reuniões internacionais não apresentam resultados suficientes. A COP 26 em Glasgow (1 a 12 novembro 2021) já foi definida pelo presidente da ONU (28 outubro 2021), António Guterres, como um fracasso. Se a sociedade global industrial não reverte as curvas de impacto o resultado será colapso. Explique isto para seus filhos ou, se não tem filhos ainda, melhor não ter.