Palestrante
Dr. Alberto Vicentini
Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) de Manaus, atuo com botânica e ecologia vegetal. Cidadão revoltado com a injustiça e a desigualdade e com este governo que nos impõe para além disso o medo da morte, que nega a ciência e apoia o obscurantismo, que enfraquece a C&T e a educação, que defende os interesses mesquinhos daqueles que não querem uma sociedade democrática. Professor no Programa de Pós-Graduação em Botânica do INPA, tenho orientado alunos em biologia evolutiva e ecologia vegetal. Me fascina a problemática de complexos de espécies, que nos estimula à pensar nos limites da prática atual e na profunda transformação que a biologia moderna e a descoberta da biodiversidade estão passando pelo advento da tecnologia de informação e da genômica. Coordeno um experimento de longo prazo, a parcela florestal de Manaus da rede ForestGeo, no INPA ligada ao Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF). São 25ha apenas, com mais de 150 mil árvores e 1500 espécies, e apenas esse pontinho no mapa da Amazônia me levou ao mundo dos bancos de dados e ao desenvolvimento de software. Acredito que no mundo tecnológico que se desenha, precisamos de grande quantidade de dados sobre indivíduos e populações, para que o conhecimento da biodiversidade da Amazônia seja de fato cumulativo e possa ser incorporado em processos de inteligência artificial. Sem forte investimento nas instituições de C&T que existem no Bioma Amazônico e da estrutura educacional na região, toda essa tecnologia poderá até acontecer, mas não será pela ação e coordenação de instituições da Amazônia e muito menos por indígenas e caboclos -- aqueles que verdadeiramente conhecem a região e sua flora mas tem acesso negado ao mundo branco e privilegiado da academia e da ciência.