Palestrante
Osmair Cândido
Coveiro há mais de quarenta anos. Conhecido como Fininho por causa de seu porte esguio, atualmente ele trabalha no cemitério da Penha, na Zona Leste de São Paulo. Há alguns anos, Cândido conseguiu uma bolsa de estudos e, sempre trabalhando como coveiro e faxineiro, se formou em filosofia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2007. É conhecedor da filosofia alemã e tenta levar para sua rotina o imperativo categórico de Kant, segundo o qual as ações humanas devem ser determinadas por princípios racionais universais. Na ética kantiana, o cumprimento do dever liberta. Cândido cumpre seu dever, por mais duro que ele muitas vezes lhe pareça: “Sou um sepultador, tenho de sepultar”, diz. Dividido entre textos e cadáveres, ele tem o projeto de escrever um livro e contar tudo o que já viu e viveu na carreira, especialmente durante a pandemia. (Retirado da Revista Piauí)