DISPUTAS DE MEMÓRIA EM TORNO DA USINA DE CAMBAÍBA, EM CAMPOS DOS GOYTACAZES (2012 -): REFLEXÕES ACERCA DA CARACTERIZAÇÃO DA USINA ENQUANTO UM LUGAR DE MEMÓRIA DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA.

Publicado em 19/08/2022 - ISBN: 978-65-5941-789-6

Título do Trabalho
DISPUTAS DE MEMÓRIA EM TORNO DA USINA DE CAMBAÍBA, EM CAMPOS DOS GOYTACAZES (2012 -): REFLEXÕES ACERCA DA CARACTERIZAÇÃO DA USINA ENQUANTO UM LUGAR DE MEMÓRIA DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA.
Autores
  • LAVÍNIA IZIDORO MARTINS
Modalidade
Apresentação de trabalho em simpósio temático
Área temática
ST16 - A Memória e a Escrita da História da Cidade na perspectiva do Tempo e do Espaço: Histórias, Narrativas Orais, Movimentos Sociais e Literatura Memorialística
Data de Publicação
19/08/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xviencontronacionaldehistoriaoral/493768-disputas-de-memoria-em-torno-da-usina-de-cambaiba-em-campos-dos-goytacazes-(2012--)--reflexoes-acerca-da-caracte
ISBN
978-65-5941-789-6
Palavras-Chave
memória, ditadura, repressão, lugar de memória, testemunho
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo problematizar a disputa de memórias em torno da Usina de Cambaíba, em Campos dos Goytacazes, interior do Estado do Rio de Janeiro (RJ). Para isso, daremos enfoque no conflito entre duas narrativas: a que apresenta a usina como patrimônio agroindustrial do município – relacionada, vale dizer, à certa memória política e paternalista ligada a seus antigos donos –, e a que vem à tona com a publicação do livro Memórias de uma guerra suja (2012), no qual o ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) do Espírito Santo, Cláudio Guerra, revela a utilização dos fornos da usina para queimar corpos das vítimas mortas sob tortura no período da ditadura militar (1964-1985), a maior parte das quais vindas da Casa da Morte de Petrópolis. Assim, contrapomos a memória oficial, relacionada principalmente ao caráter latifundiário da sociedade e da política campista, à que é suscitada pelas revelações do uso dessas instalações pelo aparelho repressivo do Estado durante a ditadura militar. Para isso, buscaremos trabalhar com o testemunho oral de diferentes grupos sociais ligados ao espaço: moradores do local, antigos funcionários da usina, membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terras que ocupam as fazendas Cambaíba atualmente e que reivindicam a memória das vítimas da repressão. A partir deles, nos propomos neste projeto não a definir suas impressões através de um juízo de valor, mas a questionar os impactos da declaração de Cláudio Guerra na memória local, entre 2012, ano da publicação do livro, e atualmente, bem como o caráter da Usina enquanto um lugar de memória da ditadura militar no Brasil. Para isso, nos debruçamos sobre as contribuições de Pierre Nora (1993) acerca do papel desses lugares representativos da memória coletiva na formação da identidade nacional, ainda que, neste caso, a análise seja também voltada a um âmbito regional. Através da análise dessas fontes e, especialmente, dos testemunhos recolhidos, podemos perceber que a imagem da usina enquanto grande patrimônio agroindustrial, bem como do dia-a-dia dos trabalhadores, dos aspectos culturais e mesmo da família de antigos donos ainda se faz muito presente na cidade, de modo que identificamos, até certo ponto, uma espécie de saudosismos nos discursos, as lembranças dos tempos de atividade, e certo receio ou dificuldade de muitos moradores da região e antigos trabalhadores em reconhecer neste espaço seu papel na repressão da ditadura. Por outro lado, percebemos também o trabalho dos movimentos sociais em reivindicar essa memória, em homenagear as vítimas e fazer deste espaço um espaço de luta, tanto contra a ditadura, quanto pela democratização da terra, atualmente.
Título do Evento
XVI Encontro Nacional de História Oral - Pandemia e Futuros Possíveis
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Pandemia e Futuros Possíveis: Anais do XVI Encontro Nacional de História Oral
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MARTINS, LAVÍNIA IZIDORO. DISPUTAS DE MEMÓRIA EM TORNO DA USINA DE CAMBAÍBA, EM CAMPOS DOS GOYTACAZES (2012 -): REFLEXÕES ACERCA DA CARACTERIZAÇÃO DA USINA ENQUANTO UM LUGAR DE MEMÓRIA DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA... In: Pandemia e Futuros Possíveis: Anais do XVI Encontro Nacional de História Oral. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/XVIEncontroNacionaldeHistoriaOral/493768-DISPUTAS-DE-MEMORIA-EM-TORNO-DA-USINA-DE-CAMBAIBA-EM-CAMPOS-DOS-GOYTACAZES-(2012--)--REFLEXOES-ACERCA-DA-CARACTE. Acesso em: 07/07/2025

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