ABELHAS SENTINELAS REVELAM CONTAMINAÇÃO ATMOSFÉRICA POR UMA INDÚSTRIA DO MINÉRIO DE FERRO

Publicado em 15/04/2024 - ISBN: 978-65-272-0404-6

Título do Trabalho
ABELHAS SENTINELAS REVELAM CONTAMINAÇÃO ATMOSFÉRICA POR UMA INDÚSTRIA DO MINÉRIO DE FERRO
Autores
  • Leonardo Barbosa Rangel
  • Adriana Trópia Abreu
  • Hermínio Arias Nalini Junior
  • Rodolfo Pessotti
  • Yasmine Antonini
Modalidade
Resumo
Área temática
Química atmosférica e poluição do ar
Data de Publicação
15/04/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xv-laseac-x-enqamb-2024i/791412-abelhas-sentinelas-revelam-contaminacao-atmosferica-por-uma-industria-do-minerio-de-ferro
ISBN
978-65-272-0404-6
Palavras-Chave
biomonitoramento, mineração, indústria, metais pesados, abelhas sem ferrão
Resumo
A indústria da mineração contribui para a contaminação ambiental tanto durante o processo de explotação quanto processamento do minério. As usinas de beneficiamento (usina de pelotização do minério de ferro, por exemplo), emitem materiais particulados, além de gases NOx, SO2, CO e CO2, na atmosfera. A poeira oriunda da mineração podem conter metais em concentrações prejudiciais aos organismos, as quais podem ser ingeridas ou inaladas e afetar a saúde humana e dos ecossistemas. O biomonitoramento desses elementos diretamente nos organismos e/ou seus produtos pode fornecer informações sobre os níveis de contaminação no ambiente em que vivem, como é o caso de espécies de abelhas. O pólen coletado nas plantas pelas abelhas pode conter poeira depositada sobre sua superfície ou metais que foram absorvidos do solo pelas plantas, consagrando-se um excelente bioindicador de contaminação ambiental. Assim, neste trabalho analisamos as concentrações de alguns metais (Al, Ba, Cu, Fe, Mn, Ti e Zn) no pólen estocado em ninhos de abelhas sem ferrão, na área de influência de uma usina de pelotização do minério de ferro. Identificamos quais metais estão associados as emissões da indústria, se a distância da fonte afeta a concentração dos metais depositados e os locais mais impactados (maiores concentrações). Colônias da abelha Tetragonisca angustula (que coletam recursos em torno de um raio de aproximadamente 500 m de seus ninhos) foram alocadas no entorno da usina de pelotização em um gradiente de distância da usina, em locais com distâncias até a usina entre 1,48 km e 8 km, aproximadamente. Amostras de pólen foram retiradas dos ninhos em triplicata e no laboratório foram digeridas com o uso de ácido nítrico e peróxido de hidrogênio ultrapuros, em forno de micro-ondas. Como controle, amostras foram coletadas antes da instalação dos ninhos em campo. As concentrações dos elementos estudados foram quantificadas com um Espectrômetro de Emissão Óptica com Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-OES). Amostras do material de referência certificado Folhas de macieira (NIST 1515) foram preparadas e analisadas pelo mesmo procedimento e os resultados apresentaram taxas de recuperação satisfatórias para os metais analisados (entre 83,6% e 96,5%). Para todos os elementos avaliados (exceto Zn) as concentrações apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre ao menos uma das áreas estudadas (considerando p<0,05). As concentrações dos elementos Al e Ti no pólen do ninho situado dentro da área industrial (1,48 km da usina) apresentaram-se significativamente maiores do que o observado no pólen de um ninho dentro de reserva natural, distante 8 km da fonte (p<0,01) e em uma área de ocupação do tipo rural (p<0,01), distante 5 km da usina de pelotização. Como Al e Ti apresentam baixa biodisponibilidade do solo para as plantas as concentrações altas que foram observadas no pólen na área industrial indicam origem atmosférica. A alta correlação encontradas entre as concentrações de Al e Ti (p<0,01, rho=0,91) indicam uma forte associação entre esses elementos. Como a área de estudo abrange ecossistemas costeiros que podem ser influenciados pelo spray salino marítimo, o qual pode conter metais associados aos minerais, nós analisamos as concentrações de sódio nas amostras e não encontramos correlações entre as concentrações de Na e nenhum dos metais analisados, excluindo a possibilidade de influência do spray marítimo nos resultados. Este estudo reforça o ótimo desempenho das abelhas sem ferrão, como amostradoras naturais no biomonitoramento de contaminantes atmosféricos. A impressão geoquímica da usina de pelotização sobre os produtos das abelhas será investigada em estudos posteriores, elucidando as interações entre as emissões industriais e a geoquímica dos produtos das abelhas.
Título do Evento
XV LASEAC - X ENQAmb 2024.
Cidade do Evento
Ouro Preto
Título dos Anais do Evento
Anais do XV LASEAC (Latin American Symposium on Environmental Analytical Chemistry) & X ENQAmb (Encontro Nacional de Química Ambiental)
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

RANGEL, Leonardo Barbosa et al.. ABELHAS SENTINELAS REVELAM CONTAMINAÇÃO ATMOSFÉRICA POR UMA INDÚSTRIA DO MINÉRIO DE FERRO.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xv-laseac-x-enqamb-2024i/791412-ABELHAS-SENTINELAS-REVELAM-CONTAMINACAO-ATMOSFERICA-POR-UMA-INDUSTRIA-DO-MINERIO-DE-FERRO. Acesso em: 12/06/2025

Trabalho

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