DIAGNÓSTICO DA CONTAMINAÇÃO DE PFAS EM ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS DA REGIÃO DO SISTEMA CANTAREIRA - SP E SUA RELAÇÃO COM O USO E OCUPAÇÃO DA ÁREA

Publicado em 15/04/2024 - ISBN: 978-65-272-0404-6

Título do Trabalho
DIAGNÓSTICO DA CONTAMINAÇÃO DE PFAS EM ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS DA REGIÃO DO SISTEMA CANTAREIRA - SP E SUA RELAÇÃO COM O USO E OCUPAÇÃO DA ÁREA
Autores
  • Lucia Helena Gomes Coelho
  • Roberta Oliveira Servilha
  • Ricardo Santos Silva
  • Joanne Roberts
Modalidade
Resumo
Área temática
Contaminantes emergentes e Agrotóxicos
Data de Publicação
15/04/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xv-laseac-x-enqamb-2024i/791297-diagnostico-da-contaminacao-de-pfas-em-ecossistemas-aquaticos-da-regiao-do-sistema-cantareira---sp-e-sua-relacao-
ISBN
978-65-272-0404-6
Palavras-Chave
Diagnóstico, PFAS, Plantios florestais, Sulfluramida
Resumo
Substâncias polifluoroalquílicas (PFAS) são uma classe de produtos químicos sintéticos contendo o grupamento perfluoroalquil (-CnF2n-). Devido à sua alta estabilidade química e propriedades surfactantes, os PFAS têm sido usados em ampla variedade de aplicações industriais e comerciais desde 1950, sendo comumente chamados de “forever chemicals” por não se degradarem no meio ambiente. Nas últimas décadas, os PFAS têm sido detectados nos ecossistemas aquáticos e terrestres em várias partes do mundo, sendo o ácido perfluoro-octanosulfônico (PFOS) o composto de maior ocorrência. Em 2009, esses compostos foram incluídos no anexo B da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) e sua utilização foi limitada a fins específicos, por exemplo, iscas formicidas. Nesta aplicação o principal composto é o N-etil-perfluoro-octanosulfonamida (EtFOSA), popularmente conhecido como Sulfluramida e manipulado como princípio ativo para combate às formigas cortadeiras dos gêneros Atta spp. e Acromyrmex spp. Atualmente, estima-se que sejam utilizadas mais de 30 toneladas EtFOSA/ano no Brasil. Apesar do abundante uso, estudos sobre comportamento, distribuição e impactos nos ecossistemas da Sulfluramida são incipientes e restritos a algumas áreas agrícolas na região Sul e Sudeste do país. A utilização de iscas para o controle de formigas cortadeiras é intensa em plantios florestais. Conforme recomendações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), para o plantio de Eucalyptus é necessário realizar aplicação de iscas para controle pré-corte, pré-plantio, e pós-plantio, com manutenção localizada anual até a colheita. Diante desse cenário, espera-se que áreas com produção florestal no Brasil possam apresentar contaminação por Sulfluramida devido à sua intensa utilização para controle de formigas cortadeiras. Esse processo pode ser especialmente crítico em áreas de mananciais para abastecimento público como a região do Sistema Cantareira, que abastece cerca de 7,5 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo e tem 15% de sua área (~35.000 ha) ocupada por plantio de eucaliptos. A Sulfluramida se degrada transformando-se em PFOS, o qual, por sua forma aniônica, apresenta fraca adsorção ao solo, alta solubilidade em água e pressão de vapor desprezível. Esta combinação de propriedades físico-químicas, juntamente com sua alta estabilidade térmica e bioquímica e caráter anfifílico, definem o potencial do PFOS de contaminação de ecossistemas aquáticos e absorção e acumulação nos organismos. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo mostrar que a aplicação da Sulfluramida no manejo e uso da terra pode comprometer a qualidade da água oferecida à população como também impactar os ecossistemas. Amostras de água subsuperficial de 24 bacias do sistema Cantareira foram coletadas (triplicata) utilizando baldes inox. As amostras foram caracterizadas (pH, condutividade elétrica, turbidez e carbono orgânico, inorgânico e total) e realizado o diagnóstico sobre a presença de PFAS após extração em fase sólida (SPE) utilizando cartuchos Oasis WAX (Waters). Em seguida, as amostras foram analisadas por Cromatografia líquida de ultra eficiência (UPLC) acoplada à espectrometria de massas (QTof) empregando interface de ionização por eletrospray (ESI) operada em modo negativo para a determinação desses contaminantes. O método foi validado em com as matrizes aquosas apresentando boa linearidade (R2>0,99), recuperações (60-110%, para a maioria dos compostos), limites de detecção/quantificação (na escala ng L-1), eficiência do processo SPE (43% –119%), incerteza medida expandida (<32%) e precisão (<20%). Foi possível identificar a presença de dez espécies de PFAS em águas superficiais, sendo que as predominantes foram ácido perfluoroctanóico (PFOA), PFOS e ácido perfluorheptanóico (PFHpA) com frequência de detecção de 50%, 62%, 87%, respectivamente. Assim, os resultados deste estudo pretendem preencher uma lacuna existente sobre a relação entre o intenso uso desse formicida e a relevância econômica, ambiental e social que essas áreas de plantios florestais têm no cenário brasileiro.
Título do Evento
XV LASEAC - X ENQAmb 2024.
Cidade do Evento
Ouro Preto
Título dos Anais do Evento
Anais do XV LASEAC (Latin American Symposium on Environmental Analytical Chemistry) & X ENQAmb (Encontro Nacional de Química Ambiental)
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

COELHO, Lucia Helena Gomes et al.. DIAGNÓSTICO DA CONTAMINAÇÃO DE PFAS EM ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS DA REGIÃO DO SISTEMA CANTAREIRA - SP E SUA RELAÇÃO COM O USO E OCUPAÇÃO DA ÁREA.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xv-laseac-x-enqamb-2024i/791297-DIAGNOSTICO-DA-CONTAMINACAO-DE-PFAS-EM-ECOSSISTEMAS-AQUATICOS-DA-REGIAO-DO-SISTEMA-CANTAREIRA---SP-E-SUA-RELACAO-. Acesso em: 28/05/2025

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