CURRÍCULO PARA O ENSINO DE HISTÓRIA: ENTRE CONCEITOS E REALIDADE:

Publicado em 21/06/2022 - ISSN: 2179-8389

Título do Trabalho
CURRÍCULO PARA O ENSINO DE HISTÓRIA: ENTRE CONCEITOS E REALIDADE:
Autores
  • Maria Adriane Da Silva Barrozo
  • Diego Correia Machado
  • Bruna Lalinny Magalhães da Silva
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
GT- Formação Docente (Linha 1)
Data de Publicação
21/06/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xseminarioeduca/443940-curriculo-para-o-ensino-de-historia--entre-conceitos-e-realidade-
ISSN
2179-8389
Palavras-Chave
Palavras-chave: Currículo; Ensino de história; Cotidiano; Campo curricular.
Resumo
O presente trabalho diz respeito a uma revisão bibliográfica empreendida a partir da análise de dez produções que tomam como foco de estudo as concepções de currículo, se direcionando para o currículo de História enquanto prática no cotidiano escolar. Este trabalho é fruto da análise de produções proposto pelo Curso de Extensão Produção de Texto na graduação e na pós-graduação: da consulta de referências a publicação em eventos ou periódicos científicos, realizado pelo Centro de Educação, Letras e artes da Universidade Federal do Acre. A justificativa desse estudo se dá mediante a produção de trabalhos relacionados a área de estudos de currículo, em especial o currículo de história, nos possibilitando um levantamento de referencial teórico para embasar uma análise de sua função diante das diversas transformações do mundo contemporâneo, uma vez que o currículo enquanto organizador dos conhecimentos escolares é tido como campo de disputa e tensões, sofrendo interferências de grupos reformadores empresariais que buscam o monopólio do sistema educacional brasileiro, gerindo e administrando a educação como um mercado, como evidenciam muitos teóricos, onde o currículo não é um elemento neutro de transmissão do conhecimento social de forma desinteressada. Nosso objetivo está focado na realização de um levantamento de referencial teórico que nos forneça uma carga de textos que abordem nossa temática traçada com vistas a identificar as concepções teóricas acerca do currículo presente no material teórico utilizado como embasamento científico para a produção de trabalhos de pesquisa, considerando que nossa busca pelas plataformas digitais nos oferece um amplo campo de possibilidades de documentos a serem analisados. Metodologicamente essa pesquisa está embasada no levantamento de material que nos fornecerá maior carga de conceitos no que tange as concepções de currículo que estão presentes nas produções acadêmicas de artigos, teses e dissertações encontradas durante nossa busca na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, Catálogo de Dissertações e Teses da Capes, bem como na plataforma Scielo.educa. Análise Das Publicações Para procedermos com análise das produções selecionadas, torna-se patente destacarmos que privilegiou-se a afinidade com o nosso objeto de pesquisa, portanto, os demais materiais encontrados foram deixados para uma análise futura. Cabe destacar ainda que não se desvaloriza as demais produções, muito pelo contrário, a riqueza de conhecimentos que elas apresentam nos possibilitam realizar outros estudos e ampliar nossos horizontes de pensamento. A primeira produção de que tomamos base para analisar se intitula “Os currículos para o ensino de história: entre a formação, o prescrito e o praticado”, de autoria de Olavo Pereira Soares, focado nas relações entre o currículo estruturados para a formação do corpo docente que atuarão como profissionais do ensino de História no interior das instituições escolares, se direcionado ainda a tecer considerações acerca do currículo escolar. Em suas reflexões, Soares (2012) postula que não é incomum entrarmos argumentos de que as prescrições oficiais objetivadas por um currículo construído a partir de políticas públicas que visam sua reorganização, mas que seguem uma lógica mercadológica de educação. Em virtude disso, o conhecimento histórico escolar muitas é desvalorizado e se questiona a função da educação escolar para sociedade, em que os currículos para o ensino de história se constituem das relações de conhecimentos que se imbricam no cotidiano, o que representam em algumas instancias as diferenças entre o conhecimento acadêmico e o conhecimento escolar. Segundo os pensamentos de Soares (2012) o currículo se expressa como resultado dos contextos sociais, de suas demandas, exigências sociais e transformações da sociedade, logo, pode ser entendido como instrumento de controle na instituição do poder, o que significa dizer que o currículo se constitui nas relações cotidianas, fruto de determinados contextos históricos. Neste sentido, o autor apresenta o entendimento de que o currículo é um espaço de lutas políticas, considerando que este instrumento orienta e organiza a prática educativa, veremos as muitas divergências quanto sua definição única e hegemônica para a consolidação da cultura escola enquanto espaço de produção de conhecimento ou uma mera reprodutora de realidades sociais. Partindo para a análise da segunda produção, vamos de encontro com as reflexões de Renilson Rosa Ribeiro relacionadas a uma análise do discurso curricular se direcionando a refletir em questões das propostas para a história ensinada na escola fundamental, evidenciando debates e confrontos a respeito ensino de História, intitulando seu trabalho de “O saber (histórico) em parâmetros: O ensino da História e as reformas curriculares das últimas décadas do século XX”. De antemão evidenciamos que o caminho percorrido pelo autor se direciona a refletir quanto ao processo de democratização da sociedade brasileira, ocorrido durante os anos 1980, em que ocorrem de modo mais intenso a revisão crítica dos métodos, teorias e conteúdos tradicionais. Neste sentido, veremos que muitas discussões e conflitos passam a configurar no espaço escolar, bem como no campo curricular enquanto organização e orientação das ações educativas para a modalidade de ensino selecionada como objeto de análise. Para compor a terceira análise seguimos com a produção intitulada de “O currículo e sua relação com o ensino de História: uma articulação necessária” de autoria de Iete Rodrigues Reis e Marli Amélia Lucas Pereira, se direcionando a uma análise das possibilidades de articulação de conhecimentos teóricos com a prática docente a partir da reflexão do currículo das séries iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano). Por conseguinte, as autoras nos levam a refletir acerca da importância do campo curricular, em que postulam que uma atualização, aprimoramento e aprofundamento de conhecimentos em currículo escolar deve ser realizado pelos profissionais da educação para que se possa alcançar maiores níveis de criticidade quanto ao processo de debate para o campo da historiografia, em que o entendimento dos fundamentos e conceitos da prática de ensino de História deve se embasar no planejamento e avaliação, conteúdos e métodos de ensino, contextualizando e discutindo as diferentes concepções de currículo na escola. A produção de Breno Mendes (2020) se dirige a refletir acerca do âmbito do ensino de História e de seu currículo, apresentando um caminho que perpassa por análises das possibilidades de articulação entre os campos do ensino de história, teoria e história da historiografia e teorias do currículo. Destarte, o autor nos indica de que forma se pode considerar que a Bse comum curricular se configura enquanto uma atualização das teorias tradicionais do currículo e um distanciamento das teorias pós-críticas do currículo. Segundo Mendes (2020), é notável um abismo entre o conhecimento produzido na universidade, sobretudo nos quadros da pós-graduação e a história ensinada na educação básica, tendo em vista que a teoria e a prática exercida no âmbito escolar se mantem ainda muito distante dos conhecimentos construídos no âmbito acadêmico, considerando ainda que constituição da História como campo disciplinar se dá a partir de reflexões sobre o conhecimento humano forjado ao longo de sua existência. Sendo assim, a História está pautada na busca de novas alternativas didática para processo de ensino e aprendizagem efetivo, de forma ativa, consciente e crítica. De autoria de Diego Bruno Velasco, o último artigo intitulado de “Currículo De História E A “Realidade Do Aluno”: Refletindo Sobre As Significações Mobilizadas Pelos Docentes Do Ensino Fundamental II” se direciona a analisar a concepção de que a educação é a solução para todos os problemas, haja visto que o discurso em sua defesa se tornou cada vez mais intenso ao longo dos anos, bem como se tornou mais hegemônico. De acordo com as reflexões de Velasco (2013), pode-se entender que a educação é tida como antidoto paras todas as mazelas e falhas da ordem capitalista e/ou democrática em assegurar igualdade de condições a todos. Neste sentido, veremos que não é incomum encontramos argumentos de que a educação como meio de ascensão social, de enfrentamento das desigualdades e dos preconceitos, e de preparação para a cidadania. Ao analisarmos a produção de Girleide Barbosa Fontes (2012), podemos evidenciar que sua preocupação gira em torno de tecer considerações acerca do “ENSINO DE HISTÓRIA: o currículo, o local e a cultura escolar como elos constituintes”, o que significa dizer que sua dissertação foca para o currículo construído para orientar o Ensino de História, em que se tem a cultura escolar como fato de articulação entre as prescrições ele orientações oficiais e a realidade cotidiana apresentada nas instituições escolares, a partir da concepção de local, ou seja, daquilo que se vivencia no interior das relações de ensino e aprendizagem nas escolas. Segundo Fontes (2012), analisar o ensino de História é de grande importância para se entregar as imbricações das relações traçadas no interior das instituições escolares, em que sua pesquisa se baseia na perspectiva da História local para desenvolver compreensões maiores quanto ao processo de construção da cultura escolar a partir da realidade experimentada pela comunidade, tal como possibilitar reflexão quanto ao ensino de história e seus procedimentos no interior dessas instituições. Dessa forma, a autora parte para evidenciar a historicidade do ensino dessa disciplina no Brasil e de que maneira ela se constitui tal como é em nossa atualidade. A pesquisa realizada pela dissertação de mestrado de autoria de Girleide Barbosa Fontes apresenta como ponto de partida a história local e a realidade, pensando nas orientações oficiais, demonstrando que existem lacunas e ausências acerca do trabalho com a história local. Em virtude disso, a autora postula que se faz necessário articular as práticas à realidade dos estudantes, seja no currículo, seja no cotidiano escolar da história ensinada em sala de aula. A dissertação intitulada de “O ensino de História e Reforma Curricular no Município do Rio de Janeiro no contexto de transição democrática (1983-1991): Entre rupturas e marcas de continuidades” faz uma análise direcionada a reestruturação do o ensino da História como disciplina escolar a partir das reformas empreendidas entre os anos de 1983 a 1991. Nesse sentido, abordagens de ensino já presentes na prática cotidiana da sala de aula passam a ser repensadas a partir da concepção de uma Nova História, em que vemos se dar origem a uma nova conformação das políticas públicas de educação. Tendo como ponto de partida a reflexão a respeito do desenvolvimento do ensino de História, a autora tece ainda algumas considerações sobre o lugar da educação e da escola na sociedade. Por tanto, a autora aponta que o ensino de História tem um papel deveras importante na nossa formação como cidadãos e na constituição de nossa identidade, pincipalmente no que se refere a grande ebulição dos movimentos sociais ocorridos no período de transição para a democracia no Brasil a partir do final da década de 1970 e durante os anos 80. Produzida por Luciana Araújo Cavalcanti, a dissertação de mestrado intitulada “A história local no currículo da educação básica” focaliza uma análise das questões do próprio Ensino de História, da Teoria Curricular e em debates em torno das configurações espaciais, das espacialidades enquanto elementos de subjetividade e identidade social. Consoante a essas delimitações, a autora nos aponta seus caminhos reflexivos a partir da concepção de a História enquanto conhecimento construído e transmitido que interfere nos processos de invenção das tradições. Sendo assim, a autora nos aponta que a História construída como disciplina escolar se constitui a partir das relações pedagógicas que professores e alunos entrelaçam durante suas experiências no ambiente escolar. Neste sentido, faz-se necessário um planejamento e administração das políticas curriculares de forma mais clara, tendo em visto que muitos interesses políticos e econômicos interferem nas escolhas sobre o currículo, em que se pode refletir acerca da situação atual do ensino de História. A última produção referente a uma dissertação diz respeito aos escritos Roberto De Oliveira Beserra, em que escreve acerca dos desafios enfrentados diante a produção do currículo pelos profissionais nas escolas, sua obra, intitulada de “O Tema No Ensino De História: Desafios Docentes No Desenvolvimento Curricular” focaliza o desenvolvimento de práticas no ensino de história. Segundo Beserra (2011), os docentes, dentro de uma relativa autonomia, mobilizam, dominam e produzem saberes plurais e heterogêneos na prática do ensino, o que significa dizer que o cotidiano escolar está imerso nas relações de saber construídas ao longo das práticas pedagógicas. Neste sentido, veremos que o processo de transposição didática dos conhecimentos elencados pelo currículo ultrapassa a mera transposição, o imediatismo do repasse de informações. A última produção analisada em nossa pesquisa diz respeito a uma tese de doutorado escrita pelo professor doutor Rafael Marques Gonçalves denominada de “Bricolagens praticadas e políticaspráticas de currículos no cotidiano escolar”, focando então para a maneira como praticantespensantes da vida cotidiana, ou seja, como os profissionais atuam nos espaços escolares tecendo novas compreensões e novas práticas diante do que os currículos oficias prescrevem. Segundo Gonçalves (2018), as práticas dos professores no ambiente escolar a partir de suas experiências ultrapassam as normas, as teorias e as perspectivas hegemônicas que o currículo oficial apresenta. Neste sentido, o autor apresenta a ideia de que os profissionais no ambiente escolar apresentam em suas práticas educativas novos modos de sentir e fazer o seu oficio, ou seja, as bricolagens praticadas. Dessa forma, o currículo, especificamente os currículos pensadospraticados nos cotidianos escolares colocam em movimento dinâmicas contra-hegemônicas, o que significa dizer que as práticas do cotidiano muitas fogem as prescrições das normas ditas oficiai, bem como aos modos já estabelecidos de legitimação do conhecimento nas/das/pelas escolas. Palavras-chave: Currículo; Ensino de história; Cotidiano; Campo curricular. Referências Araújo Cavalcanti, Luciana; Batista Neto, José. A história local no currículo da educação básica. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007. Beserra, Roberto de Oliveira. O tema no ensino de história: desafios docentes no desenvolvimento curricular. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Educação – Programa de Pós-Graduação em Educação. Rio de Janeiro, 2011. FONTES, Girleide Barbosa. ENSINO DE HISTÓRIA: o currículo, o local e a cultura escolar como elos constituintes. Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ensino de História-PROFHISTÓRIA, Universidade do Estado da Bahia-UNEB, Salvador, 2018. GONÇALVES, R. M. Bricolagens praticadas e políticaspráticas de currículos nos cotidianos escolares. 132 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018. MENDES, Breno. ENSINO DE HISTÓRIA, HISTORIOGRAFIA E CURRÍCULO DE HISTÓRIA. Revista Transversos. Rio de Janeiro, n. 18, abr. 2020. REIS, Iete Rodrigues; PEREIRA, Marli Amélia Lucas. 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Rio Grande do Norte, 2013.
Título do Evento
X SEMINÁRIO NACIONAL EDUCA
Título dos Anais do Evento
Anais do X Seminário Nacional EDUCA PPGE/UNIR
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BARROZO, Maria Adriane Da Silva; MACHADO, Diego Correia; SILVA, Bruna Lalinny Magalhães da. CURRÍCULO PARA O ENSINO DE HISTÓRIA: ENTRE CONCEITOS E REALIDADE:.. In: Anais do X Seminário Nacional EDUCA PPGE/UNIR. Anais...Porto Velho(RO) UNIR, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/XSEMINARIOEDUCA/443940-CURRICULO-PARA-O-ENSINO-DE-HISTORIA--ENTRE-CONCEITOS-E-REALIDADE-. Acesso em: 16/07/2025

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