A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO DE DOCÊNCIA NO PROCESSO FORMATIVO

Publicado em 21/06/2022 - ISSN: 2179-8389

Título do Trabalho
A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO DE DOCÊNCIA NO PROCESSO FORMATIVO
Autores
  • WILLAMS DOS SANTOS RODRIGUES LIMA
  • MARIA APARECIDA PEREIRA VIANA
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
GT- Formação Docente (Linha 1)
Data de Publicação
21/06/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xseminarioeduca/429074-a-importancia-do-estagio-de-docencia-no-processo-formativo
ISSN
2179-8389
Palavras-Chave
Estágio de Docência; Pós-Graduação; Processo Formativo.
Resumo
Resumo: O presente artigo tem como objetivo apresentar as experiências de formação docente, desenvolvidas no Estágio de Docência do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Alagoas (PPGE/UFAL), no Período Letivo Excepcional (PLE) 2020.2, entre os meses de julho e outubro de 2021, no curso de graduação em Educação Física Licenciatura. As discussões surgiram por meio da seguinte questão: Qual a importância do Estágio de Docência e como contribuir com o processo da formação docente no ensino superior? A metodologia foi baseada na pesquisa qualitativa numa abordagem narrativa-descritiva sobre as experiências realizadas no estágio de docência. Os resultados mostram as dificuldades de aprendizagem durante o período de pandemia da Covid-19. Por outro lado, apresentam a importância do Estágio de Docência na formação docente, e as possibilidades de ensinar e aprender com o auxílio das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC). Espera-se com os resultados, proporcionar novas discussões sobre o processo de formação docente no ensino superior. Introdução O presente artigo, intitulado “o estágio de docência na pós-graduação e as experiências discente no processo formativo”, apresenta os resultados das experiências e discussões desenvolvidas no Estágio de Docência do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Alagoas (PPGE/UFAL). As atividades foram desenvolvidas no curso de graduação em Educação Física Licenciatura, no Período Letivo Excepcional (PLE) entre os meses de julho e outubro de 2021. O Estágio de Docência apresenta-se como atividade curricular obrigatória no processo formativo dos estudantes da pós-graduação em educação. Desse modo, é de suma importância para a formação docente, tendo em vista a preparação do estagiário para o desenvolvimento dos aspectos teórico-práticos da formação. Com a pandemia da Covid-19, as instituições de ensino tiveram que reorganizar as atividades acadêmicas e de formação dos sujeitos. Nesse contexto, a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), a partir da Resolução nº 34/2020 – CONSUNI/UFAL de 8 de setembro de 2020, em seu Art. 1º, resolve “implementar o Período Letivo Excepcional (PLE) no âmbito dos cursos de graduação da Universidade Federal de Alagoas durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) e dar outras providências”. Desse modo, pensando nas possíveis dificuldades de aprendizagem no período das aulas remotas, as atividades desenvolvidas no Estágio de Docência foram organizadas a partir do seguinte questionamento: qual a importância do Estágio de Docência e como contribuir com o processo da formação docente no ensino superior? A metodologia utilizada é de natureza qualitativa, por meio de uma abordagem narrativa-descritiva (CHIZZOTTI, 2017), na qual relata as experiências desenvolvidas no estágio de docência, associados aos saberes construídos a partir das experiências no processo educativo. Contudo, não pretendemos com essas discussões esgotar os estudos sobre a formação docente na pós-graduação, mas que novas pesquisas possam surgir a respeito da importância do estágio de docência para a formação dos discentes no ensino superior, por meio dos programas de pós-graduação em educação. O Estágio de Docência no mestrado da Pós-Graduação em Educação De acordo com a Resolução nº 01 de 02 de setembro de 2020 do conselho do PPGE/UFAL, o Estágio de Docência é considerado como uma atividade curricular obrigatória para os estudantes da Pós-graduação seja em nível de mestrado ou doutorado. É definida com a participação do discente em atividades de ensino na instituição, tendo a supervisão de seu professor orientador. Nesse contexto, o estágio de docência na graduação é obrigatório, para todos os discentes, por um período equivalente a 1 (um) semestre letivo para discentes do mestrado com carga horária de 60h, e por 2 (dois) semestres para discentes do doutorado o que totaliza 120h de atividades (UFAL, 2020). Dessa forma, as atividades de estágio de docência apresentados no decorrer desse trabalho, referem-se aos estudos desenvolvidos em nível de mestrado, num curso de graduação. Do ponto de vista de Pimenta; Lima (2006, p. 6) ao relacionarem as práticas desenvolvidas no estágio, enquanto campo de produção de conhecimento, destacam que “o estágio se produz na interação dos cursos de formação com o campo social no qual se desenvolvem as práticas educativas. Nesse sentido, o estágio poderá se constituir em atividade de pesquisa”. Percebe-se, com isso, que o estágio não pode ser visto, apenas, como uma obrigatoriedade da instituição de ensino, mas, como um espaço que oportuniza discussões e possibilita a compreensão da importância entre teorias e práticas e de como aplicá-las nas salas de aula como um espaço de aprendizagem e pesquisa. Diante desses aspectos, Pimenta; Lima (2006) acrescentam que a pesquisa desenvolvida no estágio, como método de formação de professores, permite a ampliação e análise dos contextos onde se realizam. Por outro lado, possibilita aos estagiários o desenvolvimento da postura e habilidades de pesquisador a partir das situações de estágio, permitindo a elaboração de projetos que permita compreender e problematizar as situações que observam. Desse modo, compreende-se a importância do estágio de docência na construção da pesquisa e do processo formativo dos discentes dos sujeitos. É no estágio que os estagiários constroem sua aprendizagem e desenvolvem suas habilidades de pesquisador, por meio das discussões com outros sujeitos em formação, na elaboração de atividades que possam possibilitar a troca de conhecimento, juntamente, com o professor orientador e os demais estudantes. Nesse contexto de formação e pesquisa no decorrer do estágio docente, devem ser considerados alguns aspectos importantes no que se refere ao desenvolvimento das atividades docentes e discentes. Dessa forma, do ponto de vista da Resolução nº 01/2020 em seu Art. 3º, compreende-se que são consideradas como estágio de docência, por meio da supervisão do docente orientador/supervisor as seguintes atividades: a) Ministrar aulas teóricas e práticas na graduação presencial ou a distância, como professor ou tutor; b) Orientar bolsistas de graduação em projetos de ensino ou em Trabalhos de Conclusão de Curso; e c) Participar da elaboração de textos didáticos, exercícios, provas ou avaliação parcial de conteúdos programáticos, teóricos e práticos (UFAL, 2020). Diante desses aspectos, toda atividade desenvolvida no estágio docente deve ser acompanhada pelo professor supervisor que pode ser o próprio orientador do discente no programa. Ao final da realização do estágio o discente deve apresentar, à coordenação do programa de pós-graduação, o Plano de Trabalho ou Programa da Disciplina para o estágio docente de acordo com requisitos do curso, como cumprimento da carga horária obrigatória, apresentando, ainda, as experiências e aprendizados colhidos com o desenvolvimento do processo formativo. Experiências desenvolvidas no processo formativo do Estágio de Docência Discutir as experiências do estágio de docência, demonstra a importância deste para a formação docente. Dessa forma, serão apresentadas algumas atividades e discussões desenvolvidas no decorrer do processo da formação docente no ensino superior. Como atividade de ambientação, no decorrer da primeira semana de aula, foi disponibilizado um vídeo motivacional no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da disciplina, com o objetivo de dar as boas-vindas aos estudantes, bem como provocá-los sobre o processo da formação docente, a partir das colocações expostas no vídeo. Nesse contexto, solicitamos que os estudantes assistissem ao vídeo e, se possível, apresentassem os pontos que compreendessem necessários para as primeiras discussões. Apresentamos algumas respostas, acerca dos aspectos expostos no vídeo e que foram importantes para a organização das demais atividades do semestre letivo, de forma remota, num período de muitas dificuldades por conta da pandemia da Covid-19: Assisti ao vídeo é bem interessante, faz-nos refletir em como é importante estar sempre rebuscando resultados e não pensar em desistir ou estar satisfeito com o conhecimento já existente. Vamos aprendendo uns com os outros! (E. 1). O vídeo é muito interessante e motivacional e faz refletir sobre estudar para aprender, para adquirir conhecimento e nos fazendo relembrar sobre como aprendemos alguns dos conhecimentos que hoje são praticamente automáticos e inesquecíveis, como andar, ler, contar (E. 3). Eu não me senti mais motivado, senti como se eu já pensasse assim, estudar e aprender, mesmo sabendo que eu tenho MUITA dificuldade de aprender de maneira remota. Eu me esforço, mas é muito complicado. Acredito que a motivação está não só no "fazer", mas também no "ser". Na minha opinião ser sua própria motivação é um ato libertador, se desconectar da fluidez dos pensamentos negativos que te cercam faz a mente fluir, e aquilo que parecia algo impossível agora se encontra em suas mãos (E. 8). Diante dessas colocações, percebemos, de um lado, a persistência dos estudantes no processo de formação para alcançar a aprendizagem por meio da teoria e da prática, e a importância do aprender e não de decorar os conteúdos estudados. Por outro lado, nos acende um alerta acerca das dificuldades de aprender de forma remota, e o que podíamos organizar para dirimir essas dificuldades e motivá-los a continuar com a formação. Nesse contexto, para Moran (2018), a aprendizagem se torna mais significativa quando motivamos os discentes intimamente para que eles achem sentido nas atividades propostas e quando buscamos compreender suas motivações. Mas, para isso, é fundamental conhecê-los, perguntar, mapear o perfil de cada estudante e acolhê-los afetivamente, estabelecendo pontes e aproximando-os do universo deles para que possam enxergar outros pontos de vista, aceitando os desafios criativos e empreendedores. Consequentemente, cabia-nos pensar as possibilidades de contribuir para que a aprendizagem, nesse contexto de aula remota, fosse possível a todos os estudantes. Se por um lado, tínhamos estudantes que não apresentavam dificuldades, por outro os problemas foram sendo colocados a cada aula, a cada atividade disposta. Dessa forma, os objetivos foram reorganizados para ofertar os conteúdos, e colaborar (ainda que nesse modelo de ensino emergencial) para que nenhum estudante ficasse de fora do espaço de aprendizagem. Em outros momentos da disciplina, pudemos apresentar e discutir temas relacionados aos processos de formação de professores, dentro da perspectiva e dos objetivos da mesma, visando debates e aprendizagens sobre as técnicas de informática e de comunicação. Dessa maneira, os temas desenvolvidos nesse processo de ensino-aprendizagem foram: Tecnologias da Informação e Comunicação na cultura digital; pesquisa na internet: teses, dissertações, livros e artigos de periódicos (o plágio acadêmico e como evita-lo); aplicativos, plataformas digitais: incorporação e utilização de tecnologias nas atividades e nas aulas de educação física; projetos na internet (Webquest): a aprendizagem com projetos usando tecnologias. As discussões foram pautadas no Diálogo/reflexão e na interação com os estudantes no implemento das atividades, por meio das plataformas organizadas para o desenvolvimento das aulas (AVA, RNP/UFAL, Google Meet e grupo de WhatsApp). Nesse contexto, destacamos a importância das TDIC para o processo da aprendizagem, nesse momento em que as atividades presenciais estavam suspensas por conta da pandemia da Covid-19. Nesse contexto, a utilização de fóruns de debates, blogs e diários online, os chats, os portfólios e os webquests, entre outros recursos disponíveis na internet, favorecem o desenvolvimento de competências intelectuais e atitudes proativas de colaboração, capazes de viabilizar a construção do conhecimento (AMARAL; NUNES, 2009). Diante desses aspectos, as aulas foram organizadas com objetivo de proporcionar aprendizagem com auxílio das diversas interfaces. Dessa forma, por meio dos trabalhos, as discussões e reflexões dos participantes, nesse período de pandemia, percebemos a importância da TDIC para o desenvolvimento das competências e habilidades dos estudantes, que foram construindo novos aprendizados, a cada aula, e fazendo-nos refletir sobre a aprendizagem de forma participativa e colaborativa. Considerações Este artigo se dispôs a apresentar as experiências discentes desenvolvidas no decorrer do Estágio de Docência no curso de graduação em Educação Física Licenciatura, durante o Período Letivo Excepcional (PLE) 2020.2, entre os meses de julho e outubro de 2021, buscando contribuir com a formação dos estudantes para utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação em suas práticas aprendizagem. Nesse contexto, com a pandemia e o isolamento social, foram surgindo várias dificuldades no processo educacional e as instituições de ensino tiveram que modificar suas maneiras de oportunizar a aprendizagem aos sujeitos. Dessa forma, as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação se apresentam como importantes interfaces para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Por outro lado, o trabalho participativo e colaborativo contribui para que fosse possível organizar as discussões sobre as tecnologias na formação dos futuros professores e educadores físicos. Desse modo, participar das atividades desenvolvidas no Estágio de Docência foi muito importante para a nossa formação, tendo em vista que o processo formativo contribui para as práticas docentes. Nesse sentido, o Estágio de Docência se faz uma atividade importante para o processo da formação docente. As experiências desenvolvidas durante o estágio proporcionaram troca de conhecimentos e maiores aprendizagens para todos os discentes, bem como para os estagiários. Cada discussão, metodologia e plataforma apresentada foi possível conhecer e compreender as diversas interfaces que podem ser utilizadas no processo de ensino e aprendizagem. Percebemos que o processo educacional precisa de profissionais que sejam capazes de criar empatias e que estejam dispostos a enfrentar as dificuldades dos estudantes e apresentar possibilidades de aprendizagem que possam dirimir tais dificuldades. Profissionais que possam perceber as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação como aliadas no processo ensino-aprendizagem, principalmente, num momento adverso em que as aulas ocorreram de forma remota. Os resultados têm mostrado as dificuldades de aprendizagem durante o período de pandemia da Covid-19. Por outro lado, tem apresentado diversas possibilidades de ensinar e aprender com o auxílio das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) na formação inicial docente. Queremos destacar, mais uma vez, a participação dos graduandos nas atividades propostas. A cada uma delas, aqui apresentadas, verificamos a importância do trabalho colaborativo, pois possibilita a autonomia dos sujeitos no processo de sua formação. Percebemos, ainda, a vontade dos estudantes em aprender novas metodologias com o auxílio das TDIC, contribuindo para as atividades na formação de outros sujeitos. Esperamos com esses resultados, apresentar as experiências e discussões a respeito do processo de formação docente no Estágio de Docência. Que possam surgir novos estudos sobre a temática, apresentando outras metodologias que promovam a aprendizagem dos sujeitos, superando as dificuldades no contexto educativo. Referências AMARAL, M. M; NUNES, L. C. Pesquisa acadêmico-científica nas instituições de ensino superior: do faz-de-conta à realidade do mundo digital. Cadernos EBAPE.BR, v. 7, n. 1, p. 99-112, 2009. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1679-39512009000100008>. Acesso em: 24 set. 2021. BACICH, L; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2017. MORAN, J. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, L; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018, p. 35-76. PIMENTA, S. G. LIMA, M. S. L. Estágio e docência: diferentes concepções. Revista Poíesis -Volume 3, Números 3 e 4, p.5-24, 2006. UFAL. Resolução nº 1, de 02 de setembro de 2020: Dispõe sobre o Estágio Docente no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Ufal. Maceió, 2020. Disponível em: <https://cedu.ufal.br/pt-br/pos-graduacao/mestrado-e-doutorado-em-educacao/documentos/estagio-docente-1/resolucao-estagio-docente.pdf/view>. Acesso em: 28 set. 2021. UFAL. Resolução nº. 34/2020-Consuni/Ufal, de 08 de setembro de 2020: Implementa o período letivo excepcional (PLE) para os cursos de graduação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), regulamenta atividades acadêmicas não presenciais (AANPS) durante a pandemia do novo coronavírus (sars-cov-2), e dá outras providências. Disponível em: <https://ufal.br/resolucoes/2020/rco-n-34-de-08-09-2020.pdf>. Acesso em: 28 set. 2021.
Título do Evento
X SEMINÁRIO NACIONAL EDUCA
Título dos Anais do Evento
Anais do X Seminário Nacional EDUCA PPGE/UNIR
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

LIMA, WILLAMS DOS SANTOS RODRIGUES; VIANA, MARIA APARECIDA PEREIRA. A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO DE DOCÊNCIA NO PROCESSO FORMATIVO.. In: Anais do X Seminário Nacional EDUCA PPGE/UNIR. Anais...Porto Velho(RO) UNIR, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/XSEMINARIOEDUCA/429074-A-IMPORTANCIA-DO-ESTAGIO-DE-DOCENCIA-NO-PROCESSO-FORMATIVO. Acesso em: 16/07/2025

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