A PRODUÇÃO CAPITALISTA E AS TRANSFORMAÇÕES DO RURAL Á URBANO E OS REFLEXOS DAS RELAÇÕES SOCIAIS NA AMAZÔNIA

Publicado em 27/07/2022 - ISBN: 978-65-5941-759-9

Título do Trabalho
A PRODUÇÃO CAPITALISTA E AS TRANSFORMAÇÕES DO RURAL Á URBANO E OS REFLEXOS DAS RELAÇÕES SOCIAIS NA AMAZÔNIA
Autores
  • MARCIO MARCELO DE SOUZA TRINDADE
  • Mayara Rayssa da Silva Rolim
  • Welson de Sousa Cardoso
  • Sandra Helena Ribeiro Cruz
  • ROSELENE DE SOUZA PORTELA
  • Nádia Socorro Fialho Nascimento
  • DANIELLA MARIA DOS SANTOS DIAS
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
GT 07 – Planejamento e gestão territorial, bens públicos e privatizações, expansão urbana e as relações urbano-rurais
Data de Publicação
27/07/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xicbdu2022/486032-a-producao-capitalista-e-as-transformacoes-do-rural-a-urbano-e-os-reflexos-das-relacoes-sociais-na-amazonia
ISBN
978-65-5941-759-9
Palavras-Chave
transformações do rural à urbano; a produção capitalista na Amazônia; as contradições das relações sociais no capitalismo.
Resumo
1 INTRODUÇÃO A pesquisa é sobre estudos das atividades produtivas na exploração da classe trabalhadora e as transformações do rural à urbano, a partir da revolução industrial, onde buscamos apresentar alguns pensamentos de autores que fazem o exercício do resgate histórico do processo de industrialização, que influenciou diretamente na migração da classe trabalhadora do campo à cidade, tendo com efeito desse processo o surgimento de centros urbanos, no qual tornaram um cenário de exploração da classe trabalhadora e a geração de lucratividade para a classe dominante, por influência do desenvolvimento de vários ciclos econômicos no capitalismo, em suma, essas transformações provocaram também efeitos nas relações sociais no Brasil e na Amazônia. 2. A PRODUÇÃO CAPITALISTA E AS TRANSFORMAÇÕES DO RURAL Á URBANO Com as transformações das atividades produtivas a partir da revolução industrial, ocorre a partir de então a instigação de expansão da exploração da classe trabalhadora e acrescimento de lucratividade da classe burguesa, dessa forma exteriorizar-se a relação inversa das relações sociais das atividades produtivas da industrialização, onde grande parte da classe trabalhadora que desenvolvia suas atividades produtivas no campo, passam a ter um novo modo de vida diferente, ocasionado pela transferência das suas atividades da venda da força de trabalho para centro-urbanos, em que aflorava os surgimentos de novas indústrias. Essa influência industrial nas relações sociais, econômicas e territoriais que provocaram a mobilidade da classe trabalhadora do campo à cidade, nos estudos de Marx e Engels (1974), essa a influência da industrialização estabelece a primeira separação da população em duas grandes classes, que está baseada na divisão do trabalho e nos instrumentos de produção, decorrendo, daí, a divisão do trabalho físico e intelectual, ou seja, a separação entre a cidade e o campo: A cidade aparece, ao mesmo tempo, a necessidade da administração, da polícia, dos impostos etc., em uma palavra, do regime coletivo e, portanto, da política em geral […] A cidade é já a obra da concentração da população, dos instrumentos de produção, do capital, do prazer e das necessidades, ao passo que o campo expõe o fato contrário, o isolamento e a solidão (MARX; ENGELS, 1974 p. 55-56). O modo de produção capitalistas conforme os estudos de Mészáros (2002), compartilha essa ''compulsão com modos de produção anteriores, mas o exerce e o realiza de maneira mais favorável à produção”. O capital também é produtivo, “absorvendo dentro de si e apropriando-se das forças produtivas do trabalho social e das forças sociais da produção em geral”. Esta consideração é muito importante, porque com o pleno desdobramento da relação-capital desenvolve--se “uma grande continuidade e intensidade do trabalho e uma economia maior no emprego das condições de trabalho, no sentido de que se façam todos os esforços para garantir que o produto só represente o tempo de trabalho socialmente necessário (ou melhor, menos do que isso). O processo que sustenta as relações capitalistas é através nessas relações sociais contraditoras, segundo Fontes (2010), o capitalismo – e a dinâmica da reprodução do capital – envolve uma aparente autonomização da economia, que passa a se apresentar como dotada de uma lógica própria. Sobre ela incide a crítica central de Marx, ao enfatizar não apenas a dimensão fetichista que substitui as relações humanas por relações entre coisas (a começar pela coisificação do próprio capital ou de sua acumulação), mas, ao longo de todos os seus trabalhos – sem exceção –, ao evidenciar que as relações capitalistas dependem de condições sociais que, cunhadas de certa maneira, permitem que tais fetiches sigam obliterando suas reais razões. Assim, se é importantíssimo demonstrar o fetiche, é porque ao fazê-lo devem emergir as relações humanas, sempre sociais, que sustentam todo o processo. 3. OS REFLEXOS DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL NA AMAZÔNIA Os reflexos da produção industrial na Amazônia, através do advento do capitalismo foi/é conflitante nas relações sociais, sendo expressa na hegemonia do processo de exploração da Amazônia, onde por séculos a sua ocupação é alvo do sistema capitalista. Nos estudos de Leal (2010), observa que a história da Amazônia pode ser dividida em quatro grandes períodos econômicos, com as suas respectivas subdivisões: O primeiro período exploratório, correspondente ao século XVI, já apontando, e viria acontecer nos séculos seguintes; o segundo período é o colonial português, que, grosso modo, pode ser compreendido entre o ano da fundação de Belém (1616) e o início do império (1822), o terceiro período de vinculação econômica capitalista hegemônica, do século XIX em diante, cujo início coincide com a vinculação subordinada do Brasil à Inglaterra, por força da existência de uma independência política formal, mas uma subordinação econômica de fato; o quarto período é a fase atual, na qual essa vinculação é redefinida em função da Divisão Internacional do Trabalho após a Segunda Guerra Mundial, materializada a partir do golpe militar no Brasil consolidando o período de ditadura (1964-1985). As reflexões de Leal (2010), sobre esses períodos, refletem a ação colonizadora na Amazônia. Nessa ótica, era concebida, desde primeiro momento, como mero espaço de saque. Tal fato explica-se pela inserção do sistema capitalista na Amazônia, um território como fornecedor de matéria prima para dar suporte à rede de desenvolvimento situada no interior do sistema capitalista, dando-lhe estabilidade. O incentivo de concentração dos serviços oferecidos pelo Estado, a partir dos anos de 1960, com incentivo do movimento migratório da população do nordeste para região, os incentivos fiscais, a construção da conhecida e popularizada Belém-Brasília, a criação da superintendência da zona franca de Manaus/AM, Projeto Jari/AP, a criação da Ferrovia de Carajás/PA - Porto Madeira/MA, as construções de hidrelétricas e dentre outros grandes projetos, com isso a Amazônia passou por um intenso processo de transformações na organização do seu espaço geográfico urbano. Segundo Cardoso (2017), no rastro destes “grandes projetos” o que prevaleceu foi a ocupação do território por grandes empresas nacionais e multinacionais e, sobretudo, a migração de contingentes de desempregados de diferentes regiões do país, dado, por exemplo, os impactos da seca na região Nordeste, e deslocamentos internos do campo para a cidade, movimentos provocados pela busca de oportunidades de trabalho e melhores condições de vida. Essa configuração de migração ocasionado pelos “grandes projetos”, as cidades amazônicas cresceram acompanhadas de contraste social, representado na vivência urbana e na precariedade ou ausências de habitações, na ausência de serviços públicos, como: saúde, educação, transporte, abastecimento de água saudável para consumo humano e dentre outras necessidades urbanas. Nessas condições históricas apresentadas a Amazônia, teve seu solo transformado em mercadoria, por meio da especulação imobiliária no surgimentos de cidades, na agricultura com plantações de soja, milho, cacau, dendê, coco, abacaxi e dentre outras, e na agropecuária com a criação de gado de corte para exportação, na extração de madeiras nobres, na extração de minérios e aliado as obras de infraestruturas de “grandes projetos” já citado no texto, ondes essas atividades econômicas é suprir a produção e acumulação capitalista, a qual Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), relataram muito bem em seus escritos. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Como direcionamento das considerações finais deste resumo, reforçamos a necessidade de pesquisar o modo de produção capitalista e suas transformações das relações sociais, onde o eixo principal desse modo de produção é a exploração da classe trabalhadora como parte da integração da engrenagem do acúmulo de capital, em que Estado é uma ferramenta para a classe dominante no favorecimento do acúmulo de lucros e exploração da classe trabalhadora para geração de riquezas a classe burguesa, revelando como é desafiador o cotidiano histórico da classe proletária, perante o domínio do capitalismo em todos parâmetros sociais, num cenário em que o sistema do capitalista impede ação emancipatória dos trabalhadores(as), como diz Marx em seus estudos, é um ato revolucionário para classe proletária de apoderar-se, em detrimento dos interesses coletivos sociedade, para desestruturar o disfarce da razão burguesa, diante na barbárie do sistema capitalista conservador nos apresenta. REFERÊNCIAS CARDOSO, Welson de Sousa. Mercado imobiliário e verticalização de empreendimentos residenciais na produção da segregação socioespacial em Belém. 2017. 436 f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Pará, Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Belém, 2017. Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido. ENGELS, Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Escala Educacional, 2009. ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Boitempo Editorial, 2008. FONTES, Virgínia. O Brasil e o capital imperialismo: teoria e história. 2. ed. Rio de Janeiro: EPSJV/Editora UFRJ, 2010. HARVEY, David. Espaço de Esperança. São Paulo. Editora Loyola, 2013. LEAL, A. L. Uma sinopse histórica da Amazônia: uma visão política. Revista de Estudos Paraenses, Belém, 2010. MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. Lisboa: Presença/Martins Fontes, 1974. Marx, Karl e Engels, Friedrich. MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA. São Paulo: Expressão Popular, 2008. MARX, Karl. Manuscritos econômicos- filosóficos. São Paulo: Editora Martin Claret, 2006. MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Livro Terceiro: O Processo Global de Produção Capitalista. Tradução Reginaldo Sant’Anna. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. MÉSZÁROS, ISTVÃN. Para Além do Capital. Das Crises Cíclicas à Crise Estrutural. São Paulo: Boitempo, 2002.
Título do Evento
XI Congresso Brasileiro de Direito Urbanístico
Cidade do Evento
Salvador
Título dos Anais do Evento
Anais do XI Congresso Brasileiro de Direito Urbanístico
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

TRINDADE, MARCIO MARCELO DE SOUZA et al.. A PRODUÇÃO CAPITALISTA E AS TRANSFORMAÇÕES DO RURAL Á URBANO E OS REFLEXOS DAS RELAÇÕES SOCIAIS NA AMAZÔNIA.. In: Anais do XI Congresso Brasileiro de Direito Urbanístico. Anais...Salvador(BA) UCSal, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xicbdu2022/486032-A-PRODUCAO-CAPITALISTA-E-AS-TRANSFORMACOES-DO-RURAL-A-URBANO-E-OS-REFLEXOS-DAS-RELACOES-SOCIAIS-NA-AMAZONIA. Acesso em: 13/06/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes