LESÃO OXIDATIVA ERITROCITÁRIA EM CAVALOS ATLETAS SUBMETIDOS A TERAPIA COM OZÔNIO INTRARETAL

Publicado em 01/08/2023 - ISBN: 978-85-5722-852-8

DOI
10.29327/xi-simcav-304492.626686  
Título do Trabalho
LESÃO OXIDATIVA ERITROCITÁRIA EM CAVALOS ATLETAS SUBMETIDOS A TERAPIA COM OZÔNIO INTRARETAL
Autores
  • Thamirys Dias de Luna Paiva
  • Maria Amelia Fernandes Figueiredo
  • Sérgio Luiz Gama Nogueira Filho
Modalidade
Resumo Expandido
Área temática
Clínica e Cirurgia
Data de Publicação
01/08/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xi-simcav-304492/626686-lesao-oxidativa-eritrocitaria-em-cavalos-atletas-submetidos-a-terapia-com-ozonio-intraretal
ISBN
978-85-5722-852-8
Palavras-Chave
equinos, hemácias, ozonioterapia, oxidação
Resumo
LESÃO OXIDATIVA ERITROCITÁRIA EM CAVALOS ATLETAS SUBMETIDOS A TERAPIA COM OZÔNIO INTRARETAL Erythrocyte morphological alteration in athletic horses submitted to rectal ozone therapy Thamirys D. de L. Paiva¹ , Maria A. F. Figueiredo¹, Se´rgio L. G. N. Filho¹. ¹Universidade Estadual de Santa Cruz; tdlpaiva.ppgca@uesc.br RESUMO: O ozônio medicinal (O3) é utilizado em diversos tratamentos devido a sua ação oxidante. Esse trabalho busca avaliar o efeito do gás ozo^nio aplicado por via retal sobre a morfologia das hemácias em cavalos atletas. Para isso, foram usados 12 equinos atletas submetidos ao mesmo regime de treinamento. Foram avaliadas amostras sanguíneas coletadas antes do tratamento (Controle), 24 horas após tratamento com oxigênio hospitalar (Placebo), 24 horas após ozonioterapia (Ozônio) e sete dias após o término do último dia de tratamento. Avaliou-se a morfologia das hemácias em esfregaços das amostras sanguíneas. As hemácias do ‘‘grupo Controle’’ não apresentaram alterações; já as do ‘‘grupo Oxigênio’’ e do ‘‘grupo Ozônio’’ apresentaram hemácias com deformidade da membrana. As amostras coletadas uma semana após a suspensão do tratamento não apresentaram alterações. Nenhum animal apresentou manifestação clínica durante todo experimento. Esse resultado traz importante informação sobre o efeito do oxigênio e do ozônio insuflado via retal nas células, e a necessidade de mais estudos para compreensão desses efeitos e para indicação e elaboração de protocolos seguros de aplicação do ozônio para se obter resultados esperados no desempenho de cavalos atletas. PALAVRASCHAVE: equinos, hemácias, ozonioterapia, oxidação ABSTRACT: Medical ozone (O3) is used in several treatments due to its oxidative effect. This study aims to evaluate the effect of rectal ozone therapy on the morphology of red blood cells in athletic horses. Twelve healthy animals were used under the same management. Blood samples were collected before treatment (Control), 24 hours after oxygen treatment (Placebo), 24 hours after ozone therapy (Ozone) and seven days after the last ozone treatment. Blood smears were prepared and the red blood cells morphology were evaluated for oxidative lesions with membrane deformity. The RBCs of the "Control group" did not present alterations, while those of the "Oxygen group" and the "Ozone group" presented oxidative lesions with membrane deformity. The RBCs of the last collection did not present lesions. No animal presented clinical signs during the whole experiment. This result brings important information about rectal insuflation of O2 and O3 over red blood cells, and the need of further studies for define safe ozone protocols to obtain the desired results in sport horses performance. KEYWORDS: equine, red blood cells, ozone therapy, oxidation INTRODUÇÃO O ozo^nio (O3) é capaz de inativar microrganismos, estimular o sistema imunolo´gico e induzir efeito analge´sico (Sciorsci et al., 2020). A ruptura da homeostase provocada pela oxidac¸a~o pelo O3 e´ seguida pelo seu ra´pido restabelecimento, mediado por produtos da oxidac¸a~o lipi´dica (LOP) que promovem a um processo adaptativo através da regulac¸a~o positiva das enzimas antioxidantes. Acredita-se que sesso~es terape^uticas repetidas induzem que compostos LOP atinjam a medula o´ssea e ativem a eritropoiese (Bocci et al., 2011). As novas hemácias promoveriam a melhoria no desempenho ja´ que resultariam em melhor perfusão tecidual e maior capacidade antioxidante pelas enzimas eritrocitárias (Seyam et al., 2018). Na Medicina Veterina´ria a terapia com O3 e´ um assunto ainda pouco estudado, apesar da popularização do seu uso em cavalos atletas. Na literatura ha´ apenas um estudo realizado com ozônio retal em equinos, apesar de seu baixo custo e facilidade de aplicação (Jaramillo et al., 2020). Desta forma, esse trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do uso do ozo^nio aplicado por via retal na morfologia dos eritrócitos com vistas a fundamentar a sua aplicac¸a~o como terapia bene´fica e segura para cavalos atletas, bem como o estabelecimento de limites e protocolos. MATERIAL E MÉTODOS Foram usados 12 cavalos, quarto de milha, com idades entre 3 e 13 anos, pesando entre 325 a 465 kg, sob mesmo manejo e treinamento. Foram coletadas amostras sanguíneas iniciais para avaliação da morfologia eritrocitária, por contagem de hemácias com lesões oxidativas em esfregaço. Essas amostras constituíram o Grupo Controle. Em seguida, os animais foram submetidos a dois tratamentos: 5 aplicações de O2 hospitalar por via retal (Placebo) com intervalos de 48 horas, e volume total variando de 625 a 1250 mL (fluxo 125mL de O2/min), de acordo com o peso corporal. Da mesma forma, após um intervalo de quatro dias foram realizados 5 aplicações com O3 utilizando os mesmos volumes de gás e intervalos de tratamento, na concentração de 20µg de O3 por mL, considerando a dose de 30µg/Kg PV (Grupo Ozônio). Realizou-se esfregaço sanguíneo coletado 24 horas após o término de cada tratamento, e de uma semana após a última aplicação do ozônio. Os esfregaços foram corados com kit Panótico rápido e lidos em microscópio com Objetiva de 100x e óleo de imersão. RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas lâminas do Controle, as hemácias não apresentaram alterações morfológicas. Já nos grupos Placebo e Ozônio as células apresentaram lesão oxidativa e deformidade da membrana. Os esfregaços da semana após a última aplicação do ozônio não apresentaram células alteradas, mostrando que o efeito observado foi transitório e rapidamente revertido pelo organismo. O curto intervalo entre as aplicações pode ter contribuído para intensidade das lesões oxidativas observadas, indicando a necessidade de intervalos maiores. Apesar das deformidades encontradas nas hemácias, nenhum animal teve manifestação clínica e isso pode demonstrar a segurança da técnica, pois não foram observados efeitos colaterais. As aplicações de O3 usadas na rotina clínica são muitas vezes realizadas na véspera ou até mesmo no dia da competição. Pelos achados do experimento verificamos que existe um efeito oxidativo imediato sobre as hemácias que pode comprometer a sua estabilidade e mesmo a oxigenação tecidual. Além disso, sugere que o ozônio não traz benefícios de forma imediata, sendo necessário tempo para adaptação do organismo. Segundo Bocci et al. (2011), o ozônio pode estimular a medula óssea a produzir novos eritrócitos, porém como isso ocorre ainda não foi elucidado. Talvez a oxidação observada, se menos intensa do que foi realizada no presente trabalho, promova a remoção das hemácias lesionadas e estimule a medula a produzir novas células, pois segundo Machado et al. (2009) a sobrevida destas depende da manutenc¸a~o da integridade da membrana e dos constituintes citoplasma´ticos. Oito dias após a última aplicação não havia mais lesões oxidativas nas células do esfregaço. Isso nos mostra a necessidade de novos estudos para elucidar o mecanismo de ação do ozônio e o estabelecer protocolos seguros, que tragam benefício ao cavalo atleta. Também é necessário que se esclareça se existe diferença entre o uso do oxigênio puro e do ozônio, que justifique o uso dessa via para ozonioterapia, e seu efeito sobre o desempenho. CONCLUSÕES A insuflação de oxigênio e do ozônio pela via retal, nos protocolos estudados produziu lesões oxidativas nos eritrócitos. É necessário dar continuidade às análises para estabelecer a diferença entre o tratamento com ozônio e o placebo com oxigênio. Os animais não apresentaram alterações clínicas. Futuros estudos devem buscar elucidar se o efeito observado trás benefícios reais ao desempenho a médio e longo prazo e o melhor protocolo para que esse resultado seja alcançado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. BOCCI, V. A. et al. Ozone acting on human blood yields a hormetic dose-response relationship. Journal of Translational Medicine v. 9, n. 66, 2011. JARAMILLO, F. M. et al. Effects of trans-rectal medicinal ozone in horses – clinical and laboratory aspects. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterina´ria e Zootecnia., v.72, n.1, p.56- 64, 2020. SCIORSCI, R.L. et al. Ozone therapy in veterinary medicine: A review Research in Veterinary Science,v. 130, p. 240-246, 2020. SEYAM, O. et al. Clinical utility of ozone therapy for musculoskeletal disorders. Med Gas Res. 2018;8(3):103-110.
Título do Evento
SIMCAV 2023
Cidade do Evento
Belo Horizonte
Título dos Anais do Evento
Anais do Simpósio Intenacional do Cavalo Atleta
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
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Como citar

PAIVA, Thamirys Dias de Luna; FIGUEIREDO, Maria Amelia Fernandes; FILHO, Sérgio Luiz Gama Nogueira. LESÃO OXIDATIVA ERITROCITÁRIA EM CAVALOS ATLETAS SUBMETIDOS A TERAPIA COM OZÔNIO INTRARETAL.. In: Anais do Simpósio Intenacional do Cavalo Atleta. Anais...Belo Horizonte(MG) UFMG, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xi-simcav-304492/626686-LESAO-OXIDATIVA-ERITROCITARIA-EM-CAVALOS-ATLETAS-SUBMETIDOS-A-TERAPIA-COM-OZONIO-INTRARETAL. Acesso em: 04/05/2025

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