MENINGOENCEFALITE BACTERIANA E ABSCESSO HIPOFISÁRIO EM UM EQUINO BACTERIAL MENINGOENCEPHALITIS AND PITUITAY ABSCESSO IN A EQUINE

Publicado em 01/08/2023 - ISBN: 978-85-5722-852-8

DOI
10.29327/xi-simcav-304492.623866  
Título do Trabalho
MENINGOENCEFALITE BACTERIANA E ABSCESSO HIPOFISÁRIO EM UM EQUINO BACTERIAL MENINGOENCEPHALITIS AND PITUITAY ABSCESSO IN A EQUINE
Autores
  • André César Ramalho Gomes
  • Cristiane Moura Gertrudes
  • Augusto Ricardo Coelho Moscardini
  • Carlos Henrique Camera Saquetti
Modalidade
Resumo Expandido
Área temática
Relato de Casos
Data de Publicação
01/08/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xi-simcav-304492/623866-meningoencefalite-bacteriana-e-abscesso-hipofisario-em-um-equino-bacterial-meningoencephalitis-and-pituitay-absce
ISBN
978-85-5722-852-8
Palavras-Chave
abscesso hipofisário, anisocoria, ptose auricular, midríase
Resumo
RESUMO: Relato de caso de uma égua com meningoencefalite bacteriana e abscesso hipofisário. Apresentava anisocoria, midríase do olho esquerdo e, na fase final da doença, cegueira bilateral completa e ptose auricular/labial do lado esquerdo. Após necropsia foram isolados Escherichia coli, Streptococcus spp, Enterobacter agglomerans e Corynebacterium spp. Palavras chave: abscesso hipofisário, anisocoria, ptose auricular, midríase. ABSTRACT: Case report of a mare with bacterial meningoencephalitis and pituitary abscess. He had anisocoria, left eye mydriasis and, in the final stage of the disease, complete bilateral blindness and auricular/lip ptosis on the left side. After necropsy, Escherichia coli, Streptococcus spp, Enterobacter agglomerans and Corynebacterium spp were isolated. Keywords: anisocoria, auricular ptosis, pituitary abscess, mydriasis. INTRODUÇÃO O trabalho relata um caso de meningoencefalite bacteriana e abscesso hipofisário em um equino fêmea, com 14 anos. Pimentel et al. (2009) asseveram que as doenças do sistema nervoso central de equídeos representam uma parcela importante das enfermidades diagnosticadas nestas espécies e que o estudo em diferentes regiões do país é necessário para auxílio no controle e profilaxia desse tipo de alteração. A infecção bacteriana do sistema nervoso central de equinos e a meningite bacteriana parecem ser mais comuns em potros. (FURR, 2008). A meningoencefalite bacteriana é uma doença neurológica frequente em outras espécies domésticas, porém, em cavalos são menos comuns. Da mesma forma, o abscesso hipofisário é comumente relatado em bovinos, todavia, há poucos relatos desse tipo de alteração neurológica em animais da espécie equina. RELATO DE CASO Um equino adulto fêmea foi atendido no Centro de Medicina Veterinária da PMDF apresentando febre, rigidez da musculatura do pescoço, massa de aspecto neoplásico no palato (com perda do dente 109) e acúmulo de alimento no local. Foi tratada com enrofloxacina por 7 dias e flunixina por 5 dias. Foram realizados três hemogramas e exames para detecção de atividades enzimáticas ao longo da doença (2,4 e 7 dias após o primeiro atendimento). Após 15 dias do início dos sinais, a égua manifestou anisocoria, midríase do olho esquerdo, cegueira bilateral e ptose auricular/labial do lado esquerdo. No mesmo dia, começou a chocar-se violentamente contra objetos. Optou-se pela realização da eutanásia e necropsia. RESULTADO E DISCUSSÃO Pimentel et al. (2009) avaliando o diagnóstico de 49 casos de doença neurológica em equinos na região Nordeste, não detectaram casos de meningoencefalite bacteriana na espécie. Em um estudo maior, foram avaliados 76 casos de doença neurológica em equinos no Distrito Federal. Foram encontrados apenas dois casos de meningite ou meningoencefalite bacteriana (SOUSA, 2013). Isso demonstra que os relatos de meningoencefalite bacteriana e abscessos no sistema nervoso em equinos possuem significativa relevância na hipiatria. Os 3 hemogramas revelaram aumento de fibrinogênio, de bilirrubinas totais e da relação albumina/globulina. O segundo e o terceiro hemograma (4 e 7 dias após o primeiro sinal) demonstraram leucocitose acentuada e neutrofilia. As análises do presente caso se mostraram compatíveis com as informações da literatura uma vez que a neutrofilia e hiperfibrinogenemia são as anormalidades clínico-patológicas mais comuns em cavalos com meningite. Alguns cavalos têm apenas hiperglobulinemia (PELLEGRINI-MASINI & LIVESEY, 2006). Apesar de não ter sido realizada, a colheita e análise do líquido cefalorraquidiano provavelmente teria sido de grande valia no diagnóstico ante mortem já que diversos autores descrevem alterações significativas neste fluido no caso de meningoencefalite bacterianas e abscessos nas espécies domésticas. Após alguns dias dos inícios dos sinais, o equino apresentou anisocoria, reflexos pupilares diminuídos, cegueira bilateral completa e ptose auricular/labial do lado esquerdo. Viu et al. (2012), relatando achados clínicos em 10 potros com meningoencefalite bacteriana, encontraram reflexos pupilares diminuídos (4 animais) ou ausentes (2 animais). No mesmo estudo, um dos potros apresentou anisocoria e outro animal apresentou midríase com ausência de reflexo pupilar (VIU et al., 2012). No presente caso, possivelmente, a ptose auricular e labial foi causada pelo acometimento dos nervos oculomotor, trigêmeo e facial. Autores relatam que, no caso de grandes animais, são raros os casos em que ocorre lesão apenas de uma determinada estrutura, sendo maior a frequência de lesões difusas, sobretudo nos processos infecciosos como no caso em questão (BORGES et al., 1999). A necropsia revelou abscesso pulmonar de 5 cm de diâmetro no parênquima pulmonar contendo material purulento, fratura linear com fístula no osso parietal esquerdo apresentando comunicação com a cavidade craniana. Além disso, verificou-se secreção purulenta no interior do crânio e na musculatura temporal esquerda. A dura-máter apresentou-se espessada e com material purulento. Encontrou-se um abscesso na hipófise que se estendia até o gânglio de Gasser. A literatura afirma que, nos cavalos, uma variedade de mecanismos é responsável pela colonização bacteriana do sistema nervoso. Feridas penetrantes com inoculação traumática de bactérias e/ou contaminação de tecidos é uma forma frequentemente observada em cavalos com fraturas da cabeça (FURR, 2008). É possível que a fratura encontrada no encéfalo, tenha sido responsável pela inoculação bacteriana. Por outro lado, os autores acreditam que a inoculação também ocorra por via hematogênica em algum momento nos episódios de bacteremia elevada, pois há a associação de relatos de meningite em cavalos com abscessos em outros sistemas (FURR, 2008), semelhante ao abscesso pulmonar encontrado no caso em questão. Os microrganismos isolados do material purulento do encéfalo foram: Escherichia coli, Streptococcus spp, Enterobacter agglomerans e Corynebacterium spp. No material do abscesso pulmonar: Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Enterobacter agglomerans e Bacillus spp. Os agentes causadores de infecções no sistema nervoso de equinos variam, sendo mais comuns em potros recém-nascidos os microorganismos que levam à septicemia bacteriana. Assim, as bactérias gram-negativas são as mais frequentes. Há diversos relatos de meningites causadas por salmonelose e Escherichia coli em potros. Já em equinos adultos, as espécies estreptocócicas parecem predominar, embora diversas outras bactérias tenham sido isoladas em alguns casos, incluindo Actinomyces, Actinobacillus, Listeria, Escherichia coli, Psuedomonas psuedomallei e Klebsiella (FURR, 2008). CONCLUSÃO A maior parte dos relatos de doenças neurológicas em cavalos descreve episódio de encefalites virais e síndromes medulares causadas por protozoários ou alterações do canal medular. Este relato é importante, pois descreve os sinais clínicos e os achados post mortem da meningoencefalite difusa e abscesso hipofisário em cavalos. Embora pouco comum em equinos, a meningoencefalite bacteriana e o abscesso hipofisário devem ser considerados como diagnóstico diferencial das doenças do sistema nervoso, sobretudo em casos de encefalites difusas com sinais de alteração de diversos pares de nervos cranianos. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BORGES, A.S.; MENDES, L. C. N.; KUCHEMBUCK, M. R. G. Exame neurológico em grandes animais. Part. I: Encéfalo. RT de educação continuada CRMV SP, v. 2, fascículo 3, p. 4-16, 1999. FURR, M. Bacterial infections of the central nervous system. Capítulo 14, in: Equine Neurology Edited. FURR, M; REED, S. 1ª edição, Editora: Ames, Blackwell, 2008. PELLEGRINI-MASINI, A.; LIVESEY, L. C. Meningitis and encephalomyelitis in horses. Veterinary Clinics of North America: Equine Practice, 2006. PIMENTEL, L. A.; OLIVEIRA, D. M.; GALIZA G. J. N.; REGO, R. O.; DANTAS, A. F.M. e RIET-CORREA, F. Doenças do SNC de equídeos no semi-árido. Pesquisa Vet. Brasileira, 29 (7), 2009. SOUSA, S. K. H. Doenças neurológicas em equinos no Distrito Federal e Goiás: estudo retrospectivo (2003-2013). Monografia sob a orientação de REIS JUNIOR, J. L. UNB, 2013. VIU, J.; MONREAL, L; JOSE-CUNILLERAS, E.; CESARINI, C; AÑOR, S.; ARMENGOU, L. Clinical findings in 10 foals with bacterial meningoencephalitis. Equine Veterinary Journal, 44, p. 100–104, 2012.
Título do Evento
SIMCAV 2023
Cidade do Evento
Belo Horizonte
Título dos Anais do Evento
Anais do Simpósio Intenacional do Cavalo Atleta
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
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Como citar

GOMES, André César Ramalho et al.. MENINGOENCEFALITE BACTERIANA E ABSCESSO HIPOFISÁRIO EM UM EQUINO BACTERIAL MENINGOENCEPHALITIS AND PITUITAY ABSCESSO IN A EQUINE.. In: Anais do Simpósio Intenacional do Cavalo Atleta. Anais...Belo Horizonte(MG) UFMG, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xi-simcav-304492/623866-MENINGOENCEFALITE-BACTERIANA-E-ABSCESSO-HIPOFISARIO-EM-UM-EQUINO-BACTERIAL-MENINGOENCEPHALITIS-AND-PITUITAY-ABSCE. Acesso em: 03/05/2025

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