Título do Trabalho
ALIANÇA MATRIMONIAL ESCRAVA (RIO DE JANEIRO E PILAR DO IGUAÇU, SÉC. XVIII-XIX).
Autores
  • Larissa Ariana Camargo Fragoso
  • Roberto Guedes Ferreira
Modalidade
Resumo
Área temática
Ciências Humanas - História
Data de Publicação
22/04/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xi-raic-e-v-raidtec-ufrrj/943388-alianca-matrimonial-escrava-(rio-de-janeiro-e-pilar-do-iguacu-sec-xviii-xix)
ISBN
978-65-272-1295-9
Palavras-Chave
Escravidão, casamento, forros, escravo.
Resumo
Os casamentos entre escravos e livres, ao longo do século XVIII e primeira metade da próxima centúria, indicam processos pelos quais os escravos, em sua maioria africanos, souberam usar do mecanismo de uma ferramenta sacra cristã, o casamento, para chegar à liberdade, bem como solidificar relações afetivas em uma sociedade desigual, escravista e cristã, inclusive as desigualdades no amor envolvendo livres e escravos. Ao analisar a documentação, foram notados assentos de casamento entre escravos e forros na cidade do Rio de Janeiro e seu Recôncavo, segundo o sagrado concilio. Além disso, considerando-se que a organização estamental da sociedade do Antigo regime foi pautada na desigualdade, na escravidão e na disciplina católica. Decerto, antes da união matrimonial entre um homem e uma mulher escravos ou forros, a Igreja católica cuidava de salvar almas, fazendo com que os noivos tivessem que ser abençoados pelo padre, batizados, confessado serem cristãos e, por fim, corria-se os banhos nas águas sagradas. Essas fontes dão fortes indícios de que há compatibilidade entre o cativeiro e a construção de uma família escrava, pois a escravidão no Rio de Janeiro e seu termo não se caracteriza como um campo de concentração, mas sim como um sistema social estável e estruturado, embora, naturalmente, cheio de tensões. A partir daí, o presente trabalho têm como objetivo: (1) analisar os casamento entre escravos/forros; (2) analisar as alianças feitas pelos casamentos; (3) aferir as alforrias condicionadas ao casamento; (4) observar os casamentos entre pessoas de diferentes condições sociais, ou seja, livres ou forros com escravos; (5) compreender os motivos do casamento dos escravos serem feitos pela Igreja católica e, por fim, (6) abordar a constituição de uma família como estratégia senhorial e escrava a fim de conferir estabilidade política dentro do cativeiro. O casamento, no fim das contas, confirmava desigualdades porque as hierarquias sociais na sociedade colonial brasileira eram rígidas. Quando observamos o jogo das alianças formais, as hierarquias mostram-se acentuadas, para as quais pesavam, por exemplo, a escolha de um cônjuge do mesmo cativeiro do outro cônjuge. Eram alianças com tendência endogâmicas, tal como as de pardos com pardas, pretos com pretas, cabras com cabras etc. Apesar do casamento ser feito pelas regras canônicas, as clivagens de origem africana acentuavam ainda mais a possibilidades de escolhas do cônjuge e até mesmo os senhores anuíram com tais cisões. Metodologicamente, buscou-se, em primeiro momento, um diálogo com a historiografia pertinente ao tema; em seguida, utilizando-se do paradigma do indiciário, construiu-se uma sequência narrativa complexa a partir dos indícios e pistas fornecidos pelas fontes. Ademais, junto com a técnica onomástica e o uso da micro-história italiana permitiu a análise de trajetórias dos escravos, forros e livres que estavam se casando ou iriam se casar. Os documentos utilizados foram os Livros de Notas do século XVIII pelo Arquivo Nacional e os Registros de Casamentos de Pilar de Iguaçu para o final do século XVIII, adentrando-se a próxima centúria. Em síntese, tendo em mente que o Rio de Janeiro tornou-se ao longo dos setecentos o principal porto de escravos das Américas, conclui-se, que o os escravos ou forros, de origem ou ascendência africana, absorveram a sacralização da união sexual cristã, o matrimônio católico, a fim de melhorarem a vida em escravidão.
Título do Evento
XI Reunião Anual de Iniciação Científica da UFRRJ (RAIC 2024) & V Reunião Anual de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (RAIDTec 2024)
Cidade do Evento
Seropédica
Título dos Anais do Evento
Anais da XI Reunião Anual de Iniciação Científica da UFRRJ (RAIC) e V Reunião Anual de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (RAIDTec): Transição energética: impactos ambientais e sociais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FRAGOSO, Larissa Ariana Camargo; FERREIRA, Roberto Guedes. ALIANÇA MATRIMONIAL ESCRAVA (RIO DE JANEIRO E PILAR DO IGUAÇU, SÉC. XVIII-XIX)... In: Anais da XI Reunião Anual de Iniciação Científica da UFRRJ (RAIC) e V Reunião Anual de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (RAIDTec): Transição energética: impactos ambientais e sociais. Anais...Seropédica(RJ) UFRRJ, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xi-raic-e-v-raidtec-ufrrj/943388-ALIANCA-MATRIMONIAL-ESCRAVA-(RIO-DE-JANEIRO-E-PILAR-DO-IGUACU-SEC-XVIII-XIX). Acesso em: 01/07/2025

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