Título do Trabalho
MEU NOME É NÓSSIS: AUTO EVOCAÇÃO E A MEMÓRIA NOS EPIGRAMAS
Autores
  • Jennifer Monteiro da Silva Farias
  • Cristiane Almeida de Azevedo
Modalidade
Resumo
Área temática
Ciências Humanas - Filosofia
Data de Publicação
22/04/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xi-raic-e-v-raidtec-ufrrj/927904-meu-nome-e-nossis--auto-evocacao-e-a-memoria-nos-epigramas
ISBN
978-65-272-1295-9
Palavras-Chave
Nóssis, Epigrama, Epitáfio, Memória
Resumo
Discorrer sobre as mulheres na história da filosofia e seus elementos filosóficos, em específico quando trata-se da antiguidade, é um objetivo que carrega certas restrições. Executar este movimento, contrário à estrutura normatizada na filosofia (a lacuna do feminino da antiguidade até contemporaneidade), é elevar suas vozes. Mesmo possuindo pouquíssimos recursos materiais e documentais sobre suas vidas, obras e pensamentos que preencham colunas vazias, resultado de um silenciamento, podemos afirmar que elas perpetuaram-se na memória da filosofia, como a poetisa Nóssis de Locri. Esta foi citada por outros autores da antiguidade, além dos outros contemporâneos que se propuseram a reconstruir os passos de Nóssis e seus versos. A auto evocação (que teria vivido no século III a.C, na colónia dórica Locri que sabemos informações rasas) em seus versos teriam resultado em sua auto imortalização e conservação na filosofia através da memória; não com qualquer forma de escrita, mas sim, através de uma maneira peculiar presente nos epigramas. É característico dos epigramas serem transmitidos para o público pela exposição em muros, nas lápides e templos, atraindo a atenção daqueles que passavam, consequentemente sendo lidos e lembrados. Para além disso, o epigrama com função de epitáfio, tornaria público os feitos de alguém que agora residiria no mundo dos mortos e comunicaria para outros lugares a mensagem de falecimento de um indivíduo a alguém. Os 12 epigramas da poetisa explicitam a riqueza de pensar o universo feminino a partir da sua visão da antiguidade. Contudo, o foco de análise desta pesquisa pertence ao seu ímpeto incomum em falar de si ao escrever seu próprio nome: “E depois de aprender que meu nome é Nóssis, vá.”. Seus versos afirmam sua intencionalidade de colocar-se no lugar de pertencimento por si mesma, se nomeando em seus versos. Imortalizando-se por meio de uma modalidade das epigramas (o epitáfio) que buscaria, em um primeiro momento, comunicar a morte de alguém a sua terra natal e seus familiares. Entretanto, estes epigramas marcam seu o nascimento como poetisa. Esta decisão aponta uma direção de utilizar-se de um aspecto predominante na cultura grega, a memória, para elevar e transcender seu eu feminino poético e filosófico a todos de seu presente até alcançar o futuro, o mais adiante, nós. Uma poetisa viva penetrada na memória (mnemosýne), e sua concepção da antiguidade grega que apareceu tanto em Homero como em outros escritos clássicos, relacionado a seus versos, atingiria aqueles que lerão seus epigramas. Perpetuar-se na memória, fazendo cair a separação entre presente e passado, aquele que subjaz no mundo dos mortos e o âmbito dos vivos, unindo o eu poético à sobrevivência do e no tempo. O discurso da poetisa sobreviverá passando e ultrapassando a própria Nóssis, firmando uma ponte entre a memória e a imortalidade, não só falando em uma memória humana, mas também constituindo-se no tempo, aquilo que seria a fonte da imortalidade. Escrever por sua própria escolha algo em forma de epigramas apresenta a maneira lúcida e certamente perspicaz para construir seus poemas baseados em suas visões, e isto nos diz algo. É este algo nos dito por Nóssis com suas escolhas e versos que pretendemos analisar na pesquisa, resgatando a importância da memória como estratégia de sua auto imortalização. Referência BOWMAN, L. Nossis, Sappho And Hellenistic Poetry. Ramus 27, 1998. GOW, A. S. F. e PAGE, D. L. The Greek Anthology. Hellenistic Epigrams. Vol. I. Introduction and Text. Vol. II. Commentary and Indexes. Cambridge, University Press, 1965. 2 vol. HUESO, M. G. Besada por Cipris. Martínez: Rara Avis Casa Editorial, 2021 LICCIARDELLO, F. Nossis’ auto-epitaph: analysing a controversial epigram. Budapest: Acta Antiqua. Academiae Scientiarum Hungaricae, v. 56, n. 4, 2016.
Título do Evento
XI Reunião Anual de Iniciação Científica da UFRRJ (RAIC 2024) & V Reunião Anual de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (RAIDTec 2024)
Cidade do Evento
Seropédica
Título dos Anais do Evento
Anais da XI Reunião Anual de Iniciação Científica da UFRRJ (RAIC) e V Reunião Anual de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (RAIDTec): Transição energética: impactos ambientais e sociais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FARIAS, Jennifer Monteiro da Silva; AZEVEDO, Cristiane Almeida de. MEU NOME É NÓSSIS: AUTO EVOCAÇÃO E A MEMÓRIA NOS EPIGRAMAS.. In: Anais da XI Reunião Anual de Iniciação Científica da UFRRJ (RAIC) e V Reunião Anual de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (RAIDTec): Transição energética: impactos ambientais e sociais. Anais...Seropédica(RJ) UFRRJ, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xi-raic-e-v-raidtec-ufrrj/927904-MEU-NOME-E-NOSSIS--AUTO-EVOCACAO-E-A-MEMORIA-NOS-EPIGRAMAS. Acesso em: 02/07/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes