POESIA EM TODA P(A)RTE? HÁ CAMINHOS POSSÍVEIS PARA APRENDIZAGEM E INCLUSÃO NA ESCOLA E NA VIDA EM TEMPOS DE PANDEMIA?

Publicado em 11/11/2021 - ISBN: 978-65-5941-410-9

Título do Trabalho
POESIA EM TODA P(A)RTE? HÁ CAMINHOS POSSÍVEIS PARA APRENDIZAGEM E INCLUSÃO NA ESCOLA E NA VIDA EM TEMPOS DE PANDEMIA?
Autores
  • Eva Pereira da Rocha
  • Elvis de Moura Freire
Modalidade
Sessões de Diálogos - Resumo Expandido
Área temática
EDUCAÇÃO DAS SENSIBILIDADES E NARRATIVAS: O MUNDO NA ESCOLA E A ESCOLA NO MUNDO
Data de Publicação
11/11/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xfalaoutraescola2021/375233-poesia-em-toda-p(a)rte--ha-caminhos-possiveis-para-aprendizagem-e-inclusao-na-escola-e-na-vida-em-tempos-de-pand
ISBN
978-65-5941-410-9
Palavras-Chave
Palavras-chave: inclusão; aprendizagem; interação; pandemia; escola.
Resumo
A proposta desta comunicação é discutir e propor reflexões acerca do impacto que a pandemia do coronavírus causou no ensino, na aprendizagem e nas inter-relações dos sujeitos envolvidos no processo educativo a partir da disrupção que se impôs à sociedade e à escola no ano de 2020. Sem a pretensão de apresentar soluções mágicas ou receitas para essa problemática tão importante e urgente que se impôs e que envolve a todos, partimos das perguntas presentes no título para a construção da discussão aqui pretendida e esclarecemos o nosso intento de problematizar, a fim de compreender, do ponto de vista de professores da escola pública a aprendizagem que se realiza e a inclusão que se materializa e se revela no contexto da pandemia. Ainda para nortear nossa fala, trouxemos três atividades, e seus desdobramentos, realizadas em uma escola da rede paulista de ensino, localizada na região do Alto Tietê. Duas atividades foram realizadas no ano letivo de 2019 nas aulas de Língua Portuguesa: “Hora da Poesia”, desenvolvida pelo professor Elvis Moura com estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental II e “Café com Letras”, pela professora Eva Rocha com estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental II. A terceira atividade foi o Sarau “Poesia em toda p(A)rte”, que realizado no ano de 2020 pelos dois professores supracitados, envolveu a participação dos demais professores da escola, dos funcionários da secretaria, da coordenadora pedagógica e dos estudantes de todas as turmas. Tendo essas ações pedagógicas como fio condutor, de maneira comparativa e dialógica, chegamos, necessariamente a algumas outras perguntas que podem nos orientar neste trajeto e que podem organizar nossa compreensão: O que a pandemia trouxe de novo nas relações entre os sujeitos da escola? Como as inter-relações na escola foram impactadas pelas mudanças trazidas pela pandemia? Quais foram os principais problemas encontrados pela escola para reorganizar o processo ensino-aprendizagem no contexto da pandemia? Quais estratégias foram criadas para garantir o acesso de todos os estudantes à aprendizagem? Para orientar nossa reflexão, trazemos a perspectiva enunciativo-discursiva de Bakhtin (1995/2003), também a Teoria Sócio Histórico Cultural (TSHC) de Vigotski, nos conceitos de mediação e interação; Rojo (2020) para o conceito de multiletramentos e Freitas (2005), para o construto do inédito viável de Paulo Freire. A seguir, uma breve tentativa de responder às perguntas postas acima e amenizar nossas próprias angústias. O que a pandemia trouxe de novo nas relações entre os sujeitos da escola? A primeira e mais significativa mudança nas relações, não só na escola, mas na sociedade em geral, foi o distanciamento social como primeira medida protetiva em caráter de urgência. Essa medida, desde então, foi configurando aos poucos, os modos de se relacionar com e no processo educativo. De um dia para outro, fomos todos obrigados a lidar com o distanciamento e ao mesmo tempo, com o isolamento que o contexto de pandemia nos impôs. Inevitavelmente, ficamos imersos em nossas percepções, sentimentos e emoções. A pandemia revelou que somos também sujeitos de emoções e assim, foi mostrando a importância de nossas relações e a necessidade de se trabalhar as habilidades socioemocionais. Além disso, a urgência de manter os estudantes envolvidos nas atividades escolares, de um lado, e de mobilizar os professores em estratégias que garantissem a participação dos estudantes, de outro, revelou o contexto de uma educação desigual, tanto em relação ao acesso, quanto à efetividade da aprendizagem. É inegável que lacunas expressivas nas relações foram reveladas, só não sabemos o quanto trata-se de um fenômeno novo ou já existente. Como as inter-relações na escola foram impactadas pelas mudanças trazidas pela pandemia? Ficamos distantes uns dos outros. A princípio, especificamente desde o dia 16 de Março de 2020, tínhamos a impressão (e o desejo) de que após algumas semanas retornaríamos ao processo normal de ensino e aprendizagem. No início parecia absurda essa realidade de distanciamento; parecia que não seria possível nem cabível um cenário de isolamento entre alunos e escola; entre alunos e professores; entre professores e professores. Parecia, mas não foi. Foi real. Está sendo real. Estratégias e ferramentas passaram a ser buscadas para suprir a necessidade de comunicação e interação. Assim as TIDICs apresentaram-se como ferramentas de mediação entre os sujeitos e as estratégias começaram a ser pensadas a partir delas. De uma hora para outra precisávamos ter conhecimento das ferramentas tecnológicas disponíveis e ao mesmo tempo aprender a manuseá-las a favor de nossas interações com os estudantes, com a escola e com outros espaços virtuais de trabalho (o CMSP, por exemplo). Para os que tiveram condições de obter um dispositivo, as barreiras a serem transpostas eram as do conhecer as ferramentas e as do aprender a usá-las. No entanto, aos que não dispunham e não dispõem de nenhum dispositivo, os desafios foram ainda maiores, tão maiores que ainda hoje, um ano e três meses depois, não temos condições exatas de mensurá-los. Ficou evidente, nesse cenário, que tanto professores quanto alunos, precisaram reaprender a ensinar e a aprender; precisaram reaprender a reconhecer o outro. Quais foram os principais problemas encontrados pela escola para reorganizar o processo ensino-aprendizagem no contexto da pandemia? O contexto, como dito anteriormente, não é o melhor para os alunos que não possuíram o acesso por desigualdade de acesso à tecnologia, é importante ressaltar que os principais problemas que escola enfrentou foi a falta de preparo dos professores, a dificuldade de acesso aos alunos com baixo poder aquisitivo ou distâncias onde não há cobertura do sinal de internet. A reorganização privilegiou os que dispunham de privilégios e estigmatizou ainda mais os que estão à margem. Quais estratégias foram criadas para garantir o acesso de todos os estudantes à aprendizagem? As estratégias criadas seguiram/seguem na linha da “busca ativa” dos estudantes e paralelamente levam em conta as plataformas digitais e seus usos a favor do multiletramento e do constante aprimoramento das intervenções didático-pedagógicas no âmbito do contexto de textos digitais. Isso é o que todos parecemos saber para lidar com o ensino-aprendizagem nesse contexto, todavia, ainda é difícil equilibrar conhecimento com habilidades socioemocionais tendo em vista o atual contexto de distanciamento; ainda é um desafio romper com o paradigma que há tempos têm privilegiado o conteúdo em detrimento da aprendizagem e enaltecido as tecnologias como ferramentas úteis a esse modo de organizar as aulas e não como mediadoras das relações na escola e nas aulas. Há muito ainda a ser dito, pensado, refletido, discutido, problematizado, mas assim, do olho do furacão em que nos encontramos atualmente, encerramos esse ponto final com mais uma pergunta: “A pandemia revelou fragilidades por nós desconhecidas no contexto da escola ou trouxe à tona as nuances de um processo de desigualdade e exclusão que jamais deixou de existir? Palavras-chave: inclusão; aprendizagem; interação; pandemia; escola. Referências BAKHTIN, M e VOLOSHINOV, V. N. (1985). Marxismo e Filosofia da Linguagem. 7ª , São Paulo: Hucitec. Tradução: Michel Lahud e Yara Fratesch Vieira. BAKHTIN, M. (2003). Estética da criação verbal. Tradução: M. E. G. Pereira. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes. LIBERALI, F. C. (2009). Por um sujeito livre que não teme; faz escolhas. In: Schettini et. al. Vygotsky: Uma revisita no século XXI. São Paulo: Andross. MORIN, E. (000). Os setes saberes necessários à educação do futuro.Tradução de Catarina Eleonora F. Silva e Jeanne Sawaya. São Paulo: Cortez. ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo. (2020). Letramentos na escola. São Paulo: Parábola. VYGOTSKY, L.S. (1934/1984). A Formação Social da Mente.São Paulo: Martins Fontes. ______(1934/1987). Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, ______.(1934/2004) Psicologia Pedagógica. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes FREITAS, Ana Lúcia Souza de. Pedagogia do inédito-viável: contribuições de Paulo Freire para fortalecer o potencial emancipatório das relações ensinar-aprender-pesquisar. V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro, 2005. https://edisciplinas.usp PARO, César Augusto; VENTURA, Miriam & KUROKAWA e SILVA, Neide. Paulo Freire e o inédito viável: esperança, utopia e transformação na saúde. https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00227
Título do Evento
X FALA Outra ESCOLA
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário Fala Outra Escola
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ROCHA, Eva Pereira da; FREIRE, Elvis de Moura. POESIA EM TODA P(A)RTE? HÁ CAMINHOS POSSÍVEIS PARA APRENDIZAGEM E INCLUSÃO NA ESCOLA E NA VIDA EM TEMPOS DE PANDEMIA?.. In: Anais do Seminário Fala Outra Escola. Anais...Campinas(SP) UNICAMP, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xfalaoutraescola2021/375233-POESIA-EM-TODA-P(A)RTE--HA-CAMINHOS-POSSIVEIS-PARA-APRENDIZAGEM-E-INCLUSAO-NA-ESCOLA-E-NA-VIDA-EM-TEMPOS-DE-PAND. Acesso em: 06/08/2025

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