ESCOLA E UNIVERSIDADE TRABALHANDO COLETIVAMENTE NA FORMAÇÃO INICIAL ATRAVÉS DA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA PEDAGOGIA, EM CONTEXTO PANDÊMICO

Publicado em 11/11/2021 - ISBN: 978-65-5941-410-9

Título do Trabalho
ESCOLA E UNIVERSIDADE TRABALHANDO COLETIVAMENTE NA FORMAÇÃO INICIAL ATRAVÉS DA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA PEDAGOGIA, EM CONTEXTO PANDÊMICO
Autores
  • Adriana Varani
  • Cristina Astolphi Martins Roncada
  • Leila Munhoz Silva
  • Magda Aparecida Teodosio Ribeiro
  • Maria Laedna Delfino Borges Silva
  • Marcos de Araújo Moura
  • Nima Imaculada Spigolon
  • Patrícia Maria Gomes Rosman
  • POLLYANNA GARCIA GERALDO FECCHI
  • Viviani Domingos Castro
Modalidade
Sessões de Diálogos - Resumo Expandido
Área temática
CULTURAS ESCOLARES E FORMAÇÕES ÉTICO-ESTÉTICAS
Data de Publicação
11/11/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xfalaoutraescola2021/372971-escola-e-universidade-trabalhando-coletivamente-na-formacao-inicial-atraves-da-residencia-pedagogica-pedagogia-e
ISBN
978-65-5941-410-9
Palavras-Chave
formação inicial; trabalho coletivo; práticas pedagógicas; pademia COVID-19; Residência Pedagógia.
Resumo
Em tempos de pandemia COVID 19, com o premente distanciamento social decorrente das condições sanitárias adversas, construímos vínculos outros nas dimensões de nosso agir no mundo. No campo da educação não é diferente e nosso objetivo nesta proposta de Roda de Conversa é refletir sobre a parceria com escolas públicas neste contexto, através do Programa de Residência Pedagógicas, subprojeto Pedagogia Alfabetização da Unicamp, iniciado em 2020, contemplado no edital CAPES 2019. Nossa pretensão é qualificar o professor em formação inicial a atuar junto à alfabetização das crianças dos anos iniciais do ensino fundamental e aos jovens, adultos e idosos na EJA, bem como oportunizar às escolas públicas, através das parcerias com universidade pública, a reflexão e o aprimoramento do trabalho didático ao assegurar condições de formação continuada docente e de aprendizagem para discentes. Reconhecemos as escolas como temposespaços profícuos à formação. E no cenário pandêmico, estes objetivos se tornaram grandes desafios. Partimos do pressuposto que a colaboração/cooperação universidade/escola e escola/universidade potencializa o processo de qualificação da educação pública, pois se faz na dimensão da atividade mental do nós Bakhtin (1997) e que a interação social ocorre pela palavra. Este encontro entre universidade e escola é espaço de estabelecimento de novas interações que potencializam o enraizamento social de ações educacionais, consequentemente de ações formativas das futuras professoras. Este coletivo é formado por duas professoras da FE/Unicamp, oito professoras parceiras de duas escolas públicas: EMEF/EJA Padre Leão Vallerie e EMEF Edson Luis Lima Souto. Além disso, o coletivo é composto de 24 residentes bolsistas e 6 voluntárias. Nós nos subdividimos em núcleos em razão de especificidades do trabalho: núcleo de EJA da escola Padre Leão Valerie; núcleo anos iniciais da EMEF Padre Leão Valerie; e núcleo de anos iniciais da EMEF Edson Luis Lima Souto. Em cada núcleo há professores parceiros, dez residentes e a professora da universidade. Ambas escolas da educação básica localizam-se em território de vulnerabilidade social da cidade de Campinas e fazem parte da Rede Municipal de Educação. A dinâmica se constitui em diferentes frentes: as residentes realizam atividades junto às turmas dos anos iniciais ou da EJA das escolas envolvidas, orientadas pelas professores; realizamos encontros com todos os envolvidos mensalmente, que chamamos de encontrões; encontros semanais nos núcleos, denominados de encontrinhos; além das reuniões entre professores da escola e da universidade. Definimos por duas formas de registro das atividades realizadas ao longo do semestre: registros narrativas quinzenais e registro trimestrais em podcasts. As narrativas estão sendo inseridas na ferramenta do google sala de aula. Cada núcleo organiza atividades diversas no cotidiano escolar remoto, envolvendo os estudantes, num processo de criação constante, exigências dos tempos pandêmicos. Partimos do princípio que a escola é potencializadoras da formação humana integral, que é espaço em que as dimensões da formação são postas em movimento. Vai se constituindo um cotidiano escolar virtual, repleto de artes de fazer (CERTEAU, 1998) frente às políticas de alfabetização que tendem ao apagamento do humano. A primeira etapa do trabalho foi marcada pela aproximação com o campo atravessado pela pandemia. As residentes foram se ambientando e conscientizando-se dos problemas advindos da realidade em que as escolas estão inseridas, bem como dos limites que o trabalho remoto impôs às escolas. Também foram se juntando aos professores e criando formas de participação. Foi uma fase de reconhecimento e estabelecimento de parcerias com as diferentes professoras. Na segunda etapa, as residentes criaram estratégias de atuação junto às escolas, uma fase de implicação na realidade escolar. A alfabetização, eixo do programa no curso de Pedagogia, tem se sido objeto de trabalho a partir das formas de criação possíveis nestes tempos: acompanhamento do trabalho de diagnóstico das crianças, trabalho em ateliês de criação de histórias, criação de atividades pontuais para algumas turmas, participação em programas específicos das escolas. Num movimento de diálogo estamos nos apropriando de discussões do campo da alfabetização numa perspectiva discursiva que assume o processo de ler e escrever o mundo, de uma alfabetização que não se restringe à decodificação de símbolos. E fomos nos contrapondo às atuais políticas de alfabetização. Além das etapas mais gerais do projeto, o trabalho de cada núcleo tem suas especificidades, que estão diretamente ligadas ás singularidade das escolas e da suas versões locais (EZPELETA E ROCKWELL, 2007). Em todas as escolas, as residentes participam das reuniões semanais de Trabalho Docente Coletivo (TDC) e reuniões de planejamento dos ciclos nos anos iniciais e dos termos na EJA, bem como em RPAI. Nas reuniões de planejamento participam na proposição de atividades diversas em parceria com as professoras. No núcleo EJA da escola Padre Leão Vallerie, o trabalho colaborativo optou por adaptar projetos presenciais para o formato on-line, em que as residentes pedagógicas tem atuado. O projeto “Café Com Leitura”, tem a finalidade de estimular a leitura e a escrita, incentivar a fruição do momento no qual ocorrem essas ações, exposição oral e produção textual com partilha intelectual e gastronômica. Acontece via Google Meet, chamadas de vídeo via Whatsapp, seleção e envio de livros em formato PDF. O projeto “Bazar Solidário” tem o objetivo de promover a economia solidária e auxiliar necessidades pontuais. No núcleo da EMEF Edson Luís Lima Souto, em parceria com as professoras e sob orientação das professoras preceptoras, as residentes têm participado ativamente da criação de material audiovisual que tem sido essencial para o desenvolvimento do trabalho pedagógico. Elas criam, desde convites e comunicados até vídeos com contação/leitura de histórias infantis, propostas de atividades e conteúdos. Participam também dos encontros virtuais, que ocorrem semanalmente e, em vezes, conduzem esses encontros com os alunos, desenvolvendo propostas como roda de leitura de textos livres, rodas de conversa, atividades dirigidas, brincadeiras etc. Esta escola tem pautado seu trabalho na pedagogia Freinet e desde o início da pandemia o corpo docente tem buscado adaptar esse trabalho no ambiente virtual. As residentes colaboraram com esta adaptação, através do oferecimento de ateliês de trabalho aos alunos de todas as turmas. No núcleo dos anos iniciais da EMEF Padre Leão Vallerié, as residentes propõem atividades de acordo com o tema semanal de trabalho, elaboram material pedagógico, participam do encontro semanal pelo Google meet, e, em alguns momentos, lideram dinâmicas e propostas de atividades neste encontro virtual, dentre elas leitura, história coletiva, jogo, momentos lúdicos e etc. Também acompanharam a realização de sondagens diagnósticas e conversaram com as professoras sobre diversos assuntos que envolvem a escola e que complementam a formação: família, relação entre pares, análise de atividades, de objetivos, dificuldades diárias, burocracias, etc. Enquanto vivemos a experiência de trabalho de parceria, tiramos lições provisórias do vivido, resultado dos diálogos provenientes do processo coletivo e dos estudos que são realizados (LIMA, GERALDI, GERALDI, 2015). Uma das lições refere-se ao contexto pandêmico e como refletimos sobre a dupla dimensão do espaço escolar, tanto físico, como simbólico. A dimensão simbólica da escola tem nos feito agir responsivamente, reconhecendo que, mesmo a distância e em situações de desigualdade intensificadas, ou de normalidade da exceção (SANTOS, 2020), a escola se faz relevante em suas ações. Depreende-se daí outra lição, a escola presencial é, numa sociedade desigual, imprescindível para as crianças e para um projeto de futuro mais humano. As ações remotas são mitigadoras e não cumprem com a função social da escola. Mais uma lição relaciona-se ao reconhecimento da ampliação do espaço e dos sujeitos que participam na formação das estudantes de Pedagogia. O processo formativo de professores é potencializado quando a escola e universidade trabalham juntas. As professoras parceiras contribuem de forma dialógica para esta formação. E estamos a aprender também, sobre a ampliação do tempo de formação na/com a escola. As estudantes vivem intensamente o trabalho escolar, pois o projeto prevê parceria durante 18 meses de relação próxima com escola. Percebemos o quanto esta frequência temporal e inserção espacial em diferentes espaços pedagógicos, ainda que remoto, tem produzido um olhar outro para a formação das professoras, nos indicando caminhos para pensar um currículo do curso de Pedagogia mais dialogado com o campo de atuação, reconhecendo o estágio no seu movimento praticoteoricopratico. Vale relevar o papel do financiamento para a realização do projeto, o que potencializa a relação com a escola. Nesta parceria estamos envoltos em esperança do verbo esperançar, que segundo Paulo Freire “é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir. Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…”. Acrescentamos que esperançar é um ato de re-existir! BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1997. CERTEAU, Michel de. Artes de fazer: A invenção do cotidiano. Editora Vozes. Petrópolis, 1998. EZPELETA, Justa e ROCKWELL, E. ESCOLA: relato de um processo inacabado de construção. Currículo Sem Fronteiras, v.7, n.2, pp.131-147, Jul/Dez 2007 LIMA, Maria Emília Caixeta de Castro; GERALDI, Corinta Maria Grisolia; GERALDI, João Wanderley. O trabalho com narrativas na investigação em educação. Educação em Revista, vol 31, n 01, Belo Horizonte, 2015. p. 17-44. SANTOS, Boaventura. S. de. A cruel pedagogia do vírus. Coimbra: Almedina, 2020.
Título do Evento
X FALA Outra ESCOLA
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário Fala Outra Escola
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

VARANI, Adriana et al.. ESCOLA E UNIVERSIDADE TRABALHANDO COLETIVAMENTE NA FORMAÇÃO INICIAL ATRAVÉS DA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA PEDAGOGIA, EM CONTEXTO PANDÊMICO.. In: Anais do Seminário Fala Outra Escola. Anais...Campinas(SP) UNICAMP, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xfalaoutraescola2021/372971-ESCOLA-E-UNIVERSIDADE-TRABALHANDO-COLETIVAMENTE-NA-FORMACAO-INICIAL-ATRAVES-DA-RESIDENCIA-PEDAGOGICA-PEDAGOGIA-E. Acesso em: 02/07/2025

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