“A LEITURA EM VOZ ALTA PELO PROFESSOR NO CONTEXTO DO ENSINO REMOTO, UM RIO DE POSSIBILIDADES”

Publicado em 11/11/2021 - ISBN: 978-65-5941-410-9

DOI
10.29327/140280.1-16  
Título do Trabalho
“A LEITURA EM VOZ ALTA PELO PROFESSOR NO CONTEXTO DO ENSINO REMOTO, UM RIO DE POSSIBILIDADES”
Autores
  • Cláudia Nobre Marques Ortolan
Modalidade
Sessões de Diálogos - Resumo Expandido
Área temática
EDUCAÇÃO DAS SENSIBILIDADES E NARRATIVAS: O MUNDO NA ESCOLA E A ESCOLA NO MUNDO
Data de Publicação
11/11/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xfalaoutraescola2021/372419-a-leitura-em-voz-alta-pelo-professor-no-contexto-do-ensino-remoto-um-rio-de-possibilidades
ISBN
978-65-5941-410-9
Palavras-Chave
leitura; formação de leitores; ler ou contar; ensino remoto
Resumo
Esta apresentação tem o objetivo de partilhar o trabalho com a “leitura em voz alta” no contexto remoto, realizada no ano de 2020 e tendo continuidade em 2021 com os estudantes do 5º ano. Parte-se da necessidade de dar continuidade ao trabalho com a leitura, além de contribuir para ampliar as aprendizagens e o gosto pela leitura de nossos estudantes. Atuo como professora do ensino fundamental Ciclo I, da rede estadual de ensino do estado de São Paulo já por três décadas e desde 2018, participo do GRUPAD- Grupo de Estudos de Alfabetização em Diálogo,as discussões e estudos sobre a formação de leitores ampliou ainda mais minha concepção sobre o leitor que queremos formar . Um leitor pode ser capaz de utilizar a leitura para diversos objetivos sociais reais, como por exemplo: para resolver problemas, para se informar sobre um assunto de interesse; para escrever melhor; pelo deleite de ingressar em outros mundos... Cada um desses propósitos citados aciona uma modalidade diferente de leitura (Solé, 1993) e estas podem ser utilizadas em diferentes situações comunicativas. Diversidades de propósitos, diversidades de modalidades de leitura, diversidades de textos e diversidades de combinações entre eles... A inclusão dessas diversidades (Ferreiro, 1994) – assim como a infinidade dos afazeres escolares tornam a leitura na escola complexa quando vista como uma prática social real. Com a chegada da pandemia do Covid-19, no ano de 2020, houve a necessidade de suspender as aulas, e para apoiar a continuidade da aprendizagem dos estudantes durante ao período de distanciamento físico, foi necessário à retomada das atividades escolares, mas de forma não presencial. Com intenções didáticas e para garantir a continuidade do trabalho deveriam ser propostas situações de leitura utilizando diferentes recursos midiáticos/tecnológicos. Qual modalidade privilegiar em uma situação tão inédita como essa que estamos vivendo? Nosso objetivo principal, era continuar presente na vida das crianças, para que esse momento de distanciamento físico não se transformasse em um isolamento “socioemocional”. Assim como um rio nem sempre é calmo, mas revolto de acordo com as circunstâncias, uma correnteza de emoções e incertezas nos invade.Após refletir e fazer uma análise sobre o cuidado de manter o vínculo com os estudantes, optou-se pela leitura em voz alta, que além da garantia de permanência dos nossos vínculos afetivos, promove a oporturnidade de estabelecer com as crianças uma possibilidade que esse lugar privilegiado da leitura em voz alta fosse também por elas ocupado. O direito à leitura, à palavra, deve ser promovido e garantido por nossas escolas. São alicerces para a aquisição da linguagem, para o domínio da língua, para a constituição da identidade e a construção do conhecimento, exercendo um papel fundamental na construção de significados. As crianças passam a usar a imaginação, a criatividade e a empatia para lidar com sentimentos e emoções, enriquecendo e ampliando suas experiências não apenas com os outros, mas também com elas mesmas, fortalecendo os vínculos. Muitas reflexões foram necessárias:O que ler? Como ler? Como fazer essa leitura atingir esses objetivos? As viagens nas memórias afetivas de leitor, possibilitou um reencontro com algumas leituras e o desejo de compartilhá-las, percebendo-as como leituras que fariam sentido nesse momento de ensino remoto. Essas viagens literárias no tempo, favoreceram o trabalho com a leitura em voz alta, aproximando as crianças de textos que não escolheriam por si mesmas por causa da sua extensãoe aparente dificuldade de acesso. Ler cada semana um capítulo de um romance é uma atividade que costuma ser frutífera nesse sentido. A leitura é compartilhada: a professora e as crianças leem alternadamente em voz alta; escolhe-se um romance de aventuras ou de suspense que possa captar o interesse das crianças e se interrompe a leitura em pontos estratégicos, para criar expectativa (Lerner, 2002). E os direitos autorais para realizar a leitura? Desistir ou seguir em frente numa trangressão responsável? E o diálogo orientador que nos apoia nesse momento de trabalho tendo o formador em serviço apoiando nossas ações? Quais parcerias fortaleceram o trabalho que se pretendia realizar? O que avançamos em relação aos recursos? O que e como fazer? A negativa em relação a editora do que se pretendia ler fez deparar com algumas outras questões que nos inquietavam: Não ler em voz alta, mas contar a história? E agora? Tendo em vista essa situação havia necessidade de levantar a questão entre os mais interessados (as crianças). Então uma questão movimentou as aulas: Ler e contar são a mesma coisa? E para nós professores? São a mesma coisa? Atingem os mesmos objetivos? Feita a pesquisa com os mais interessados, as crianças, ficou claro que para elas era nítida a diferença entre ler e contar e a preferência delas era para a leitura em voz alta. A decisão tomada foi a de ler em capítulos o livro “A Ilha Perdida” de Maria José Dupré, por ser uma leitura que emocionou profundamente várias gerações juvenis, evitando assim textos que a linguagem é empobrecida, pois é entrando em contato com um vocabulário mais rico que suas possibilidades linguisticas são ampliadas. A leitura é fundamental para garantir o acesso à cultura escrita, o professor como modelo leitor, além de comunicar o que está escrito, pode comentar a história com os alunos, compartilhar suas impressões, reler trechos que considerou especialmente belos ou engraçados, voltar a determinado trecho para esclarecer dúvidas sobre o que se lê. São ações realizadas por qualquer leitor (sem que se dê conta de que são estratégias para compreender o texto), no entanto, ao realizá-las na presença das crianças, essas ações devem ser pontuadas (Ler e Escrever, 2014). Para garantir o envolvimento das crianças nas leituras em voz alta, foi feito um planejamento muito cuidadoso dessas leituras, o que incluiu a preparação com antecedência, cuidando do tom de voz, da postura e do ritmo, para que a leitura fosse aprazível e motivasse os estudantes realizarem suas próprias leituras em voz alta para os colegas. Percebemos que essa prática possibilitou que ficássemos próximos, estabelecêssemos relações, partilhássemos sentimentos e emoções. A leitura se transformou assim em um objeto de aprendizagem, visto ter função social real do ponto de vista das crianças, porque um poema ou um conto podem ser lidos em certo momento buscando um prazer estético e se transformar, em outra situação, no meio que permite comunicar algo a alguém (Lerner, 2002). Mas as questões sobre ler e contar ainda inquietavam nossas mentes. Será uma atividade mais privilegiada que outra? Ou será que elas se complementam? Como ficam as questões sobre a oralidade? Essas são algumas questões que tem nos mobilizado e alimentado nossas discussões ampliando nossos estudos sobre a leitura. Palavras-chave: leitura; formação de leitores; ler ou contar; ensino remoto Link da apresentação: https://seducspmy.sharepoint.com/:p:/g/personal/claudianobre_professor_educacao_sp_gov_br/EYLW_KLXfodApmlOylsu1YwBzBWV8IEi_fmufw5NTicSaQ?rtime=G49ORL0u2Ug Bibliografia: LERNER, Délia. Ler e Escrever na Escola, o real, o possível e o necessário. Porto Alegre:Artmed, 2002. SOLÉ, Isabel. Estrategias de lectura, Barcelona, Grao. 1993. FERREIRO, Emília. “Diversidad y proceso de alfabetización: de la celebración a la toma de conciencia”, em Lectura y vida, año 15, n.3. In: Ferreiro, E. “Passado e presente dos verbos ler e escrever”, Cortez, 2002. LER e ESCREVER: guia de planejamento e orientações didáticas; professor alfabetizador – 1º ano/Secretaria da Educação – São Paulo:FDE, 2014.
Título do Evento
X FALA Outra ESCOLA
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário Fala Outra Escola
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI

Como citar

ORTOLAN, Cláudia Nobre Marques. “A LEITURA EM VOZ ALTA PELO PROFESSOR NO CONTEXTO DO ENSINO REMOTO, UM RIO DE POSSIBILIDADES”.. In: Anais do Seminário Fala Outra Escola. Anais...Campinas(SP) UNICAMP, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xfalaoutraescola2021/372419-A-LEITURA-EM-VOZ-ALTA-PELO-PROFESSOR-NO-CONTEXTO-DO-ENSINO-REMOTO-UM-RIO-DE-POSSIBILIDADES. Acesso em: 25/06/2025

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