A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA EM PACIENTES COM DOENÇAS NEUROLÓGICAS

Publicado em 23/12/2021

Título do Trabalho
A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA EM PACIENTES COM DOENÇAS NEUROLÓGICAS
Autores
  • FABIO LUIZ FULLY TEIXEIRA
  • Rodrigo Rodolpho Ferreira
  • Augusto Fazolo Chaves
  • Victor Ribeiro de Carvalho dos Santos
Modalidade
Resumo Expandido e Trabalho Completo
Área temática
GT 27 - Saúde Mental e Neuropsicofarmacologia: Discussões Sobre Cérebro, Comportamento e Emoções
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xc22021/440811-a-importancia-da-atividade-fisica-em-pacientes-com-doencas-neurologicas
ISSN
Palavras-Chave
Atividade física, doença neurológica
Resumo
Introdução A prática de exercício físico é amplamente incentivada pelos profissionais de saúde de modo geral devido a seus inúmeros benefícios, reduzindo risco de comorbidades, melhorando a cognição e o funcionamento de diversos órgãos. Em pacientes que já apresentam doenças ou algum outro comprometimento de sua saúde, a atividade física se apresenta como uma excelente aliada ao tratamento de modo a desacelerar o curso de algumas doenças e propiciar uma melhor qualidade de vida aos indivíduos. Neste sentido, justifica-se o presente estudo, visando, sobretudo, analisar o impacto da atividade física sobre a saúde de pacientes adoecidos, com ênfase em doenças neurológicas. Realizou-se pesquisa de revisão de literatura bibliográfica com busca nos bancos de dados Lilacs e Pubmed, na qual utilizaram-se como descritores os termos “atividade física”e “doença neurológica”, nos idiomas português, espanhol e inglês, publicados a partir do ano de 2015 até o ano 2021. Ao todo, 13 artigos contemplavam o tema de interesse e 6 foram selecionados como referencial teórico utilizado para embasar o presente estudo. 1. Fundamentação teórica A saúde, de modo geral, sofre positivos impactos mediante a prática de atividade física, uma vez que ocorre melhora da cognição, da saúde psicológica e da saúde geral, reduzindo risco de doença coronariana, derrame, determinados tipos de câncer, diabetes mellitus tipo 2, obesidade, hipertensão, osteoporose, quedas e mortalidade. Essas evidências apontam também para a diminuição do risco de demência em pacientes com risco cognitivo leve e para a melhoria de dos resultados daqueles com demência crítica (NUZUM et al, 2020). O exercício aeróbico mostra-se em maior destaque em relação a outras modalidades em se tratando dos benefícios à função neurológica. A melhora do condicionamento físico também melhora a função cognitiva, sobretudo no que diz respeito ao funcionamento executivo. Além da demência, epilepsia e esclerose múltiplas são alguns exemplos de doenças que podem ter seu curso influenciado devido à prática de exercício físico (PHILLIPS, 2017). A atividade física consiste no movimento corporal voluntário, fazendo uso de musculatura esquelética que requeira energia além dos níveis de repouso. Algumas variáveis podem ser utilizadas para medir a atividade física, como, por exemplo, contagem de passos, contagem de atividades, sessões de atividades, minutos ativos e gasto de energia. O monitoramento remoto é relevante pois permite que seja avaliado o movimento além do ambiente clínico. Porém, esse monitoramento é limitado em pacientes com doenças neurológicas, haja vista a vulnerabilidade a complicações por deficiências neurológicas, tais quais anormalidades de marcha, fraqueza, espasticidade ou tremor (BLOCK et al, 2016). Os fatores de estilo de vida modificáveis encontram-se como medidas terapêuticas candidatas a mitigar não somente o impacto das doenças neurológicas e demais doenças supracitadas, mas também aos prejuízos decorrentes do envelhecimento que, neste caso, pode não vir acompanhado de patologias outras ou estar associado a alguma delas. A prática de atividade física associada ao envolvimento da estimulação cognitiva bem como a otimização da ingestão nutricional relaciona-se não somente com a plasticidade neuronal, mas também à resiliência cerebral. Isso ocorre devido a alterações na sinalização neurotrófica, na neurogênse, na inflamação, na resposta ao estresse e nos mecanismos de defesa antioxidante (PHILLIPS, 2017). 2. Resultados alcançados Em pacientes com demência cognitiva leve, a atividade física demonstrou-se benéfica para a atenção e para a velocidade do processamento. Os pacientes apresentam melhora da cognição global, do funcionamento executivo, da atenção e da memória à medida que se aumenta o exercício físico. Aos pacientes já diagnosticados, os hábitos de vida de modo geral são mais preditivos do que unicamente uma intervenção de atividade física por tempo limitado (NUZUM et al, 2020). Em se tratando de pacientes com esclerose múltipla, o treinamento aeróbico é o mais recomendado. Nele, pacientes utilizam múltiplos atos musculares opostos com a finalidade de aumentar a aptidão cardiovascular. Em cerca de 4 semanas, os pacientes com esclerose múltipla já apresentam ganhos favoráveis. Ademais, o humor e a qualidade de vida desses pacientes também são beneficiados. O treinamento de força, sobretudo de membros inferiores, é de extrema relevância aos indivíduos, uma vez que a força do membro inferior é afetada anteriormente e em maior amplitude se comparada a membros superiores. Desse modo, apresentam-se com melhor desempenho para caminhadas e movimentação em geral, além de diminuição do cansaço (HALABCHI et al, 2017). A saúde óssea também pode ser preservada em pacientes portadores de esclerose múltipla que praticam atividade física. Justifica-se, pois o levantamento de peso pode retardar tanto a perda de massa muscular quanto de massa óssea, que são comuns à medida que a doença se cronifica. Outrossim, a flexibilidade e o equilíbrio podem também ser beneficiados (HALABCHI et al, 2017). Acredita-se que os mecanismos por meio dos quais a atividade física promove tantos benefícios sejam mediados por mecanismos cerebrais. O exercício físico promove gerenciamento dos fatores de risco cardiovascular, que são associados a diversas alterações cerebrais de modo a causar danos a pequenos vasos em forma de hiperintensidade de substância branca quando vista em ressonância magnética. Outrossim, a inflamação causada pela obesidade reduz o fluxo sanguíneo cerebral. Sobretudo o exercício aeróbio associa-se ao aumento do fator neurotrófico derivado do cérebro, que consiste em um soro que estimula o crescimento celular e mantém os neurônios. Durante a atividade física, também se aumenta a conectividade funcional na rede de modo padrão, associada a instrospecção e à recuperação da memória (HALABCHI et al, 2017). Ademais, a prática de exercício físico promove grande sensação de bem estar e prazer, aumentando a qualidade de vida dos pacientes. Sendo assim, tem impacto não somente no que tange à saúde neurológica, como também na saúde mental. Conclusões A prática de atividade física é de suma importância para a população geral devido à sua capacidade de promover bem estar, reduzir risco de doenças e manter uma rotina ativa. Aos pacientes portadores de doenças neurológicas, as recomendações não são diferentes, uma vez que o exercício físico é capaz de mitigar o processo de evolução das doenças, promovendo maior qualidade de vida e maior autonomia ao paciente. Não há somente impactos em sua saúde física. A saúde mental também é contemplada haja vista que o indivíduo se sente ativo no processo terapêutico e também pode perceber melhoras significativas em seu dia a dia. Referências bibliográficas BLOCK, V.A.J.; PITSCH, E.; TAHIR, P.; CREE, B.A.C.; ALLEN, D.D.; GELFAND, J.M. Remote physical activity monitoring in neurological disease: a systematic review. PLoS One, v. 11, n. 4, 2016. HALABCHI, F.; ALIZADEH, Z.; SAHRAIAN, M.A.; ABOLHASANI, M. Exercise prescription for patients with multiple sclerosis; potential benefits and practical recommendations. BMC Neurol., v. 17, 2017. NUZUM, H.; STICKEL, A.; CORONA, M.; ZELLER, M.; MELROSE, R..J.; WILKINS, S.S. Potential benefits of physical activity in MCI and dementia. Behav Neurol, 2020. PHILLIPS, C. Lifestyle Modulators of Neuroplasticity: How Physical Activity, Mental Engagement, and Diet Promote Cognitive Health during Aging. Neural Plast., 2017.
Título do Evento
10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento
Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

TEIXEIRA, FABIO LUIZ FULLY et al.. A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA EM PACIENTES COM DOENÇAS NEUROLÓGICAS.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/440811-A-IMPORTANCIA-DA-ATIVIDADE-FISICA-EM-PACIENTES-COM-DOENCAS-NEUROLOGICAS. Acesso em: 20/07/2025

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