Atividade Curricular Integradora Ensino Pesquisa Extensão (Aciepe) E A Construção De Práticas De Estudos E Pesquisas Antirracista

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DOI

10.29327/154029.10-73

Título do Trabalho

ATIVIDADE CURRICULAR INTEGRADORA ENSINO PESQUISA EXTENSÃO (ACIEPE) E A CONSTRUÇÃO DE PRÁTICAS DE ESTUDOS E PESQUISAS ANTIRRACISTA

Autores

Rosana Batista Monteiro
Elisa Amanda Santos do Amaral
Jéssifran Silveira Rosa
Fabiola de Carvalho Jardim

Modalidade

Resumo Expandido e Trabalho Completo

Área temática

GT 21- Pesquisa, Extensão Universitária e Intervenção Social

Data de Publicação

23/12/2021

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/xc22021/439109-atividade-curricular-integradora-ensino-pesquisa-extensao-(aciepe)-e-a-construcao-de-praticas-de-estudos-e-pesqui

ISSN

Palavras-Chave

antirracismo; ACIEPE; extensão; formação

Resumo

Introdução A Universidade Federal de São Carlos vem desenvolvendo ações articuladas entre ensino, pesquisa e extensão, em especial, a partir da Atividade Curricular Integradora Ensino Pesquisa Extensão (ACIEPE). Semestralmente são abertos editais de inscrição de ACIEPE pela Pró-Reitoria de Extensão, articulada às Pró-reitorias de Graduação, Pós-graduação e de Pesquisa. Criado em 2014, o grupo de pesquisa Educação, territórios negros e saúde – ETNS da UFSCar tem desenvolvido cursos, na modalidade ACIEPE, tendo como principal objetivo a formação de profissionais da educação para atuarem com educação das relações étnico-raciais tendo em vista o Parecer CNE/CP 03/2004 e Resolução CNE/CP 01/2004. Entre os(as) participantes dos cursos estão integrantes de movimentos sociais, profissionais da educação e da saúde, graduandos(as) e pós-graduandos(as). Este trabalho apresenta um relato das experiências vivenciadas nas ACIEPES por integrantes do ETNS na organização das atividades e encontros de formação. Buscamos destacar as aprendizagens decorrentes do planejamento colaborativo e a organização dos encontros a partir de abordagens metodológicas antirracista assim como a articulação com as pesquisas desenvolvidas, implicadas com a temática étnico-racial. 1. Fundamentação teórica A educação das relações étnico-raciais tem como objetivo, de acordo com Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva “a formação de cidadãos, mulheres e homens empenhados em promover condições de igualdade no exercício de direitos sociais, políticos, econômicos, dos direitos de ser, viver, pensar, próprios aos diferentes pertencimentos étnico-raciais e sociais” (2007, p. 490). A autora, relatora da Resolução do Conselho Nacional de Educação que aprovou as Diretrizes Curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana (BRASIL, 2004) defende, juntamente com outras intelectuais, com as quais concordamos, que vivenciamos ainda as sequelas de uma sociedade racializada em que, os não-brancos, especialmente negros e indígenas, foram classificados como seres inferiores, bárbaros, primitivos, dentre outros adjetivos. Tal processo implicou na construção e posterior manutenção de desigualdades sociais, raciais. As referidas diretrizes implicam na reorganização dos currículos, compreendidos de forma ampla, na educação básica e na educação superior. Desde as relações sociais que se estabelecem entre os diferentes sujeitos que compõe a nossa sociedade e, portanto, devem estar presentes nas universidades, bem como, as suas culturas, formas de viver, de pensar o mundo, a vida, a pesquisa. A universidade, em especial os cursos que formam professores(as) e profissionais da saúde, precisam contribuir com o combate ao racismo. Dentre as possibilidades, as atividades extensionistas, articuladas a pesquisa e ao ensino, proporcionam uma formação crítica, antirracista. De acordo com Paula (2017) ao discutir sobre as possibilidades de uma educação emancipatória, e que entendemos como antirracista, este afirma que: (...) uma produção social do saber e uma ação que se dá na prática, problematizada pela crítica, pela reflexão e, acima de tudo, pela ação não neutra, mas transformadora, rumo à humanização do ser humano, e de superação das práticas racistas e discriminatórias na sociedade e na escola. (PAULA, 2017, p. 108) Ao considerarmos as práticas na proposição, organização e desenvolvimento das ACIEPEs promovidas pelo ETNS, buscamos horizontalizar as relações, implicar todos os(as) participantes a partir dos conhecimentos e experiências que trazem, respeitando seus percursos. Nos apoiamos em perspectivas pedagógicas emancipatórias, engajadas e transgressoras (HOOKS, 2013); decoloniais, críticas e feministas (GONZALEZ, 2020) 2. Resultados alcançados As ACIEPES organizadas nos últimos anos passaram a se constituir, como espaço múltiplo de formação interna e externa a universidade requerendo novas estratégias de organização e abordagem metodológicas. As contribuições para a construção de pedagogia antirracista têm resultado em alterações nos espaços educativos, nas escolas e salas de aula de ex-cursistas e de integrantes do ETNS a exemplo de uma professora, atualmente doutoranda, que vem interferindo de forma positiva na escola em que atua e que, em razão do reconhecimento de seu trabalho, vem sendo convidada por outras escolas para ministrar cursos e palestras. As relações entre pesquisadores(as) mais antigos do grupo e as(os) novos pesquisadores(es), mestrandas(os) e graduandas em iniciação cientifica, tem oportunizado trocas de conhecimentos e cooperação nos processos de construção dos projetos de pesquisa e da execução dessas. Os temas desenvolvidos nas pesquisas têm sido explorados nas aulas, mobilizando os e as pós-graduandos a organizarem a apresentação de seus referenciais teóricos e/ou dados de pesquisas. Assim, é possível mencionar a abordagem de temas como a abordagem de raça no ensino de ciências, as contribuições do pensamento feminista negro na educação, a formação em saúde e saúde da população negra, a educação escolar quilombola, dentre outros. As ACIEPEs também têm fortalecido, entre os integrantes, a elaboração colaborativa de artigos científicos, relatos de experiências (a exemplo deste trabalho) e a proposição de outros cursos e palestras. Fato este que mobiliza e promove o intercambio de conhecimento, desenvolve e aprimora o exercício da docência. Atualmente o grupo é composto, além dos líderes, por uma recém-doutora, três doutorandos, três mestrandos e três graduandas envolvidas com iniciação científica e uma desenvolvendo seu trabalho de conclusão de curso. Entre os/as atuais cursistas podemos mencionar a participantes de estudantes de graduação em Pedagogia, Física, Biologia, Matemática; professoras da educação básica da rede pública da região de Sorocaba; uma advogada, uma historiadora. Conclusões As atividades de extensão, articuladas ao ensino e a pesquisa tem sido um exercício desafiador na universidade e particularmente, no ETNS. A ACIEPEs promovidas pelo grupo ETNS/UFSCar tem sido reconhecida pelo trabalho com a formação de professores no campo das relações étnico-raciais e no ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, especialmente na região de Sorocaba, onde um dos campi da UFSCar se localiza. As atividades vêm expandindo para além do campo da educação, alcançando à saúde, especialmente em relação a abordagem da saúde da população negra. Os resultados desse trabalho podem ser observados de diferentes formas, desde os convites de secretarias de educação e de escolas que demandam processos formativos ao aumento da procura pelos programas de pós-graduação da UFSCar, campus Sorocaba, de pesquisadores(as) interessados(as) em temas relacionados a temática étnico-racial. Referências bibliográficas GONZALEZ, L. Por um feminismo afrolatinoamericano. Rio de Janeiro: 2020. HOOKS, B. Ensinando a transgredir: educação como prática da liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2013. PAULA, B. X. de. Educação e emancipação: a perspectiva da lei federal 10.639/2003. IN: Revista da Pós-Grad. em Ciências Sociais, , v. 18, n. 2. UFRN, Natal, jul./dez. 2017, p. 105-127 . SILVA, P.B.G. e. Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no Brasil. IN: Educação, v. 63, n.3. Porto Alegre/RS, set./dez. 2000, p. 489-506

Título do Evento: 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital
DOI

Como citar

MONTEIRO, Rosana Batista et al.. ATIVIDADE CURRICULAR INTEGRADORA ENSINO PESQUISA EXTENSÃO (ACIEPE) E A CONSTRUÇÃO DE PRÁTICAS DE ESTUDOS E PESQUISAS ANTIRRACISTA.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/439109-ATIVIDADE-CURRICULAR-INTEGRADORA-ENSINO-PESQUISA-EXTENSAO-(ACIEPE)-E-A-CONSTRUCAO-DE-PRATICAS-DE-ESTUDOS-E-PESQUI. Acesso em: 13/09/2025