O Futuro Da Televisão: Dispositivos Portáteis E As Novas Formas De Expressão Audiovisual

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Título do Trabalho

O FUTURO DA TELEVISÃO: DISPOSITIVOS PORTÁTEIS E AS NOVAS FORMAS DE EXPRESSÃO AUDIOVISUAL

Autores

Misaki Tanaka

Modalidade

Resumo Expandido e Trabalho Completo

Área temática

GT 32 - Estudos interdisciplinares de televisão

Data de Publicação

23/12/2021

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/xc22021/437853-o-futuro-da-televisao--dispositivos-portateis-e-as-novas-formas-de-expressao-audiovisual

ISSN

Palavras-Chave

televisão digital, linguagem onesegráfica, transmissão para celulares.

Resumo

O FUTURO DA TELEVISÃO: DISPOSITIVOS PORTÁTEIS E AS NOVAS FORMAS DE EXPRESSÃO AUDIOVISUAL Misaki Tanaka Professor assistente-doutor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo miisaki@pucsp.br Introdução A tecnologia utilizada pela televisão brasileira permite uma transmissão específica para dispositivos portáteis, chamada de padrão one-seg. A atual regulamentação não permite uma programação diferenciada para este padrão, mas as experiências em outros países mostraram um grande potencial para a transmissão televisual que hoje está perdendo audiência para outras formas de consumo de audiovisuais. Esta pesquisa analisa as condições de recepção e as principais características dos programas produzidos para este padrão no Japão, cuja legislação permitiu uma grade diferenciada para as duas transmissões: a tradicional e o one-seg. A metodologia utilizada foi, primeiramente, entrevistas com os telespectadores para conhecer o comportamento e preferências enquanto receptores e posteriormente, um estudo analítico dos programas especialmente produzidos para o padrão. 1. Fundamentação teórica A bibliografia utilizada para o desenvolvimento deste tema pode ser subdividida em três grupos. Quanto à narrativa audiovisual, baseou-se nas teorias de Arlindo Machado e David Bordwell. Os estudos de Nuno Jerónimo serviram de base para discutir a questão do humor, e os de Michiko Okano, para compreender e analisar a construção do tempo e do espaço em manifestações artísticas japonesas. 2. Resultados alcançados A autora deste artigo entrevistou setenta e cinco pessoas em Tóquio em julho de 2017. Os entrevistados foram divididos em três grandes grupos: estudantes, shakaijins (denominação utilizada no Japão para identificar pessoas que têm a atividade econômica ou social como a sua ocupação principal, em geral, entre 21 e 64 anos de idade) e aposentados. Essas entrevistas revelaram que os horários de maior audiência do padrão one-seg se diferenciam dos da televisão tradicional. Enquanto que nesta última, o horário chamado de prime time vai das 19h00 às 22h00, o pico de audiência do one-seg foi registrado no período anterior às 19h00. Além disso, esse padrão mostrou que há um número significativo de espectadores no período anterior às 8h00. Outra grande diferença e bastante expressiva é a forma de recepção. Diferentemente de televisão tradicional, cuja recepção acontece, na maioria das vezes, em residências, a do one-seg acontece em ambientes externos ou, na melhor das hipóteses, em locais fechados, mas públicos, cuja circulação de pessoas é alta. Isso faz com que haja muitos estímulos que possam distrair o telescpectador durante o período em que ele está assistindo ao programa. Essa diferença nas condições de recepção faz com que os elementos da linguagem do audiovisual sejam utilizados de formas distintos, evitando que os ruídos interfiram na transmissão das mensagens. Somado a isso, os afazeres desenvolvidos em paralelo pelo telespectador enquanto assiste aos programas one-seg limitam o tempo de concentração. Pelas respostas dos entrevistados, o acesso aos programas televisuais via celular aconteceu na maioria das vezes, durante o período de ída e de volta, entre a casa e o trabalho ou a escola. Isto significa que a atenção era dividida entre o one-seg e o exigido para esse traslado: pegar o transporte correto, procurar um assento vazio e descer no ponto desejado. Outro aspecto que afeta o uso de elementos e de recursos formais e estilísticos é o próprio suporte: tela pequena e de fácil manuseio via toque. Apesar de termos um controle remoto para alterar o conteúdo exibido na tela do televisor tradicional, manipular um celular por toque na tela é muito mais fácil e prático. Ademais, o telespectador pode alterar a posição do celular, de horizontal para vertical ou para o diagonal com um simples inclinar da sua mão, o que é quase que impossível fazer o mesmo com o receptor tradicional de televisão. Essa manipulação do aparelho é de suma importância e oferece um grande diferencial na produção da narrativa audiovisual para one-seg. Essas condições de recepção fazem com que alguns programas tradicionais de televisão se tornem inadequados para o padrão em estudo, ou pelo conteúdo, ou pela forma ou pelo estilo. Por outro lado, possibilitam usufruir recursos que não são utilizados comumente em programas televisuais. A facilidade do toque no one-seg, por exemplo, permite uma maior interatividade, mas dificilmente o telespectador terá condições de acompanhar programas de longa duração. Por estar em trânsito num espaço público, um conteúdo que requer concentração ou reflexão aprofundada dificulta a transmissão das mensagens e a compreensão da seriedade do assunto abordado. A tela pequena e os possíveis ruídos do entorno demanda uma certa redundância que, para uma transmissão tradicional pode se tornar maçante ou cansativa. Um dos motivos que levaram os entrevistados a assistirem aos programas one-seg durante o traslado é o sentimento de aproveitar o tempo ao máximo, ou seja, além de utilizar o tempo para o ir e vir, fazer algo a mais. Dentro desse modo de pensar, o telespectador espera um conteúdo que não seja totalmente fútil, e sim, que traga alguma informação útil para a vida pessoal ou profissional. Todavia, como dito anteriormente, não pode ser em demasiado, devido aos estímulos do entorno e do curto tempo de concentração permitido. Todas essas diferenças entre a televisão tradicional e o padrão one-seg fazem com que, apesar de serem uma transmissão televisual, tenham conteúdos, formas e estilos diversos. Conclusões O padrão one-seg poderá ser um grande aliado para que a transmissão televisual não perca seu espaço no meio de tantas possibilidades de consumo do audiovisual. Para tal, uma lei que permita uma programação diferenciada e consequentemente, uma produção específica para o one-seg poderá não simplesmente manter a audiência, como também, conquistar audiências que tenham migrados para outras plataformas. Neste estudo, proponho uma análise de possibilidades do one-seg e o uso dos termos “programas casuais” e “linguagem onesegráfica” para as produções televisuais específicas para dispositivos portáteis, como os celulares. Referências bibliográficas BORDWELL, David e THOMPSON, Kristin. A arte do cinema – uma introdução. Campinas, SP: Editora da Unicamp e São Paulo: Editora da USP, 2013. JERÓNIMO, Nuno André Amaral. Humor na sociedade contemporânea. In: uBibliorum, 2015. Disponível em: < https://ubibliorum.ubi.pt>. Acesso em: 25 out. 2021 MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. 6. ed. São Paulo: Senac, 2014. OKANO, Michiko. Ma: a estético do entre. Revista USP, n.º 100, p. 150-164, fev 2014. TANAKA, Misaki (Mii Saki). As ficções televisuais do Japão. João Pessoa: Ed. da UFPB, 2013.

Título do Evento: 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

TANAKA, Misaki. O FUTURO DA TELEVISÃO: DISPOSITIVOS PORTÁTEIS E AS NOVAS FORMAS DE EXPRESSÃO AUDIOVISUAL.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/437853-O-FUTURO-DA-TELEVISAO--DISPOSITIVOS-PORTATEIS-E-AS-NOVAS-FORMAS-DE-EXPRESSAO-AUDIOVISUAL. Acesso em: 04/09/2025