SIMBOLOGIA DO CABELO: MULHERES NEGRAS, TRANÇADEIRAS DE MARABÁ.

Publicado em 23/12/2021

Título do Trabalho
SIMBOLOGIA DO CABELO: MULHERES NEGRAS, TRANÇADEIRAS DE MARABÁ.
Autores
  • Elane Pereira Brito
Modalidade
Resumo Expandido e Trabalho Completo
Área temática
GT 22 - Estudos de gênero, feminismos e interdisciplinaridade.
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xc22021/437044-simbologia-do-cabelo--mulheres-negras-trancadeiras-de-maraba
ISSN
Palavras-Chave
Identidade negra, Cabelo afro, Estética negra
Resumo
Elane Pereira Brito Mestranda do Programa de Pós-graduação em Dinâmicas Territoriais na Amazônia Bolsista da FAPESPA elanebritt@hotmail.com Alexandre Silva dos Santos Filho Professor adjunto da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará alixandresantos@unifesspa.edu.br Introdução Este trabalho têm o objetivo de evidenciar a simbologia da trança para um grupo de mulheres trançadeiras de Marabá e analisar como esta expressão estética contribui para a construção social e cultural da identidade negra nesta cidade. A pesquisa destaca a importância da representação do cabelo para a afirmação étnica de mulheres negras que ressignificam a sua africanidade através da valorização e autodefinição do trançado afro. A princípio, para o aprofundamento da temática sobre a trançadeiras de Marabá utilizarei a metodologia da pesquisa qualitativa recorrendo às leituras bibliográficas de autores que já realizaram pesquisas sobre esta abordagem na região Sul e Sudeste do Pará e outras localidades. E neste percurso metodológico utilizo como base norteadora desta pesquisa o instrumento da História oral que consiste na realização de entrevistas semiestruturadas, que até o momento foram realizadas com todos os protocolos de segurança necessário para evitar o contágio do vírus pandêmico da covid-19 no processo de coleta de dados a parti da entrevista oral. E diante disto, conhecer a história e trajetória de vidas destas mulheres que fazem de sua profissão um elemento de empoderamento para outras mulheres negras. 1. Fundamentação teórica A literatura utilizada para o embasamento teórico tem como matrizes epistemológicas de estudos que analisa a performance da estética da mulher negra, especificamente a simbologia do cabelo a parti do penteado trançado que torna-se um elemento identitário da mulher negra desde sua infância. Gomes(2012), aborda a revalorização e afirmação étnica da mulher negra, através do seu estereótipo, onde o cabelo crespo é visto como estigma e ao mesmo tempo transformado em símbolo de orgulho e afirmação étnica racial, ressaltando o importante papel do cabelo e da pele negra para a construção da identidade ancestral. Outra autora que traz, também, esta discussão é Clemente (2010), que ressalta que o cabelo é um campo dotado de simbologia na cultura negra, na qual cada indivíduo têm uma relação muito particular com o seu cabelo e essa relação se desenvolvem desde a infância á vida adulta. As tranças é um dos primeiros penteados usado pela mulher negra, sendo uma atividade realizada principalmente pelas mulheres. As discussões apontadas por Davis (1944) são de extrema relevância para este debate que ressalta a questão da interseccionalidade para explicar a opressão racista da sociedade capitalista. Esta autora analisa as categorias “mulheres, classe e gênero para pensar a condição da mulher negra. Dessa forma, o gênero está interligado entre Classe e Raça. Estas são categorias mútuas e cruzadas, onde mulheres negras são as mais atingidas pelas consequências da opressão. Os critérios de hierarquização são evidenciados para definir a sociedade de classe. E o feminismo negro compreende que estes elementos estruturais não devem ser vistos de forma dissociada. E para finalizar trago as contribuições de Berth (2019), em sua obra “Empoderamento” que enaltecer a importância da afirmação e valorização da estética negra para fortalecer a identidade e combater o racismo estrutural e o sexismo na sociedade capitalista. 2. Resultados alcançados A construção desta pesquisa se encontra em andamento e pretende analisar a importância da técnica de trançar os cabelos para um grupo de mulheres negras trançadeiras e as demais envolvidas neste processo de valorização e afirmação da identidade negra nesta cidade. A primeira etapa está voltada para a construção do embasamento teórico sobre mulheres trançadeiras a parti de análises de leituras bibliográficas de autores e pesquisadores locais, regionais e internacionais sobre esta temática relacionada à construção indenitária da mulher negra, através da estética e do penteado afro. Esta pesquisa buscará compreender como as trançadeiras “pensam a questão da estética corporal negra em um país que apesar da miscigenação racial e cultural, ainda se apoia em um imaginário que prima um ideal de beleza europeu e branco”. (GOMES, 2012, p.5). Na segunda etapa será realizado discussões relacionados com a categoria gênero que está ligado às intersecções entre Mulheres, Raça e Classe para “pensar a dinâmica capitalista, tornando como nexo prioritário o racismo e o sexismo. (DAVIS 1944, p.06). O gênero está interligado entre Classe e a Raça. Estes são categorias mútuas e cruzadas, onde mulheres negras são as mais atingidas pelas consequências da opressão capitalista. Critérios de hierarquização são evidenciados para definir a sociedade de classe. O feminismo negro compreende que estas categorias estruturais não devem ser vistas de forma dissociada. É de fundamental importância que o conceito de interseccionalidade seja considerado nas análises conjunturais para que sejam construídas práticas que visem o rompimento do padrão eurocêntrico. E a última etapa está direcionada para a realização do trabalho de campo para compreender as vivências cotidianas e trajetórias de vida das mulheres trançadeiras que são transmissoras de saberes e contribuem para a preservação da memória ancestral africana, reconhecidas como uma prática cultural de empoderamento de identidade étnica. Os penteados trançados é uma estética corporal que está presente em toda a vida da mulher negra em que aprende a manipular seus fios desde o contexto familiar a outros ambientes sociais. Conclusões Está discussão é imprescindível para os estudos das relações étnico raciais, e gênero neste território, na qual destaca o papel da mulher negra e a valorização da identidade étnica para a reafirmação de sua negritude. Apresentando assim a performance estética do cabelo, o território da cabeça como forma de cultura e resistência aos padrões de beleza imposta pelo sistema dominante. Referências bibliográficas BERTH, Joice. Empoderamento, editora. (Feminismos Plurias/ccodenaçao de Djamila Ribeiro. S. Paulo 2019. CLEMENTE, Aline Ferraz. Trança Afro: A Cultura do Cabelo Subalterno. Artigo apresentado ao curso de projeto cultural e organização de eventos. S. Paulo, 2010. DAVIS, Ângela. 1944-Mulheres, raça e classe [recurso eletrônico] / Ângela Davis; tradução Heci Regina Candiani. - 1. ed. - São Paulo: Boi tempo, 2016. GOMES, Nilma Lino. Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. S/D).Disponívelemttp://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wpcontent/uploads/2012/10/Corpo-e-cabelo-como-s%C3%ADmbolos-da-identidade-negra.pdf GOMES, Nilma Lino. Trajetórias escolares, corpo negro e cabelo crespo: Reprodução de estereótipos ou ressignificação cultural? Revista Brasileira de Educação, Campinas, n.21, p.40-51, 2002 SANTOS, Luane Bento. Entre Trama e Adornos: O Legado Africano de Trançar Cabelos por uma Perspectiva do Patrimônio Cultural. (Mestrado em Relações Étnico Racial). Docente de Relações Étnico Racial da Universidade Federal Fluminense – UFF, 2019.
Título do Evento
10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento
Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BRITO, Elane Pereira. SIMBOLOGIA DO CABELO: MULHERES NEGRAS, TRANÇADEIRAS DE MARABÁ... In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/437044-SIMBOLOGIA-DO-CABELO--MULHERES-NEGRAS-TRANCADEIRAS-DE-MARABA. Acesso em: 03/05/2025

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