INTELIGÊNCIA CORPORAL NO DESENVOLVIMENTO DO EDUCANDO: UM REFLEXÃO SOBRE A PEDAGOGIA DO ESPORTE E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Publicado em 23/12/2021

Título do Trabalho
INTELIGÊNCIA CORPORAL NO DESENVOLVIMENTO DO EDUCANDO: UM REFLEXÃO SOBRE A PEDAGOGIA DO ESPORTE E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Autores
  • Fernando Basílio dos Santos
  • Lidiane Silva Torres
  • Olavo ferreira Nunes
  • FERNANDA CASTRO MANHÃES
Modalidade
Resumo Expandido e Trabalho Completo
Área temática
GT 20 - Acessibilidade em tempos de Diversidade, Inclusão Social e Escolar
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xc22021/436908-inteligencia-corporal-no-desenvolvimento-do-educando--um-reflexao-sobre-a-pedagogia-do-esporte-e-a-educacao-inclu
ISSN
Palavras-Chave
INTELIGÊNCIA CORPORAL. DESENVOLVIMENTO INFANTIL. EDUCAÇÃO INCLUSIVA.
Resumo
Introdução O presente estudo se propõe através de um resgate teórico e evidências empíricas em trabalhos de intervenção explorar as contribuições dos estudos sobre a inteligência corporal no desenvolvimento infantil. Essa inteligência compreende a capacidade em se expressar corporalmente para a realização de diversas atividades, sendo esta fundamental para o desenvolvimento cognitivo. Além disso, esta inteligência pode ainda completar outras três: lógico-matemática, espacial e corporal, por isso, esta presente nas tarefas mais simples do dia a dia, como: escovar dentes, expressão corporal para se comunicar oralmente, etc. (MANHAES, 2008). Pensando isso, o trabalho em questão trata-se de uma revisão a partir da coleta e análise de literatura através de um instrumento da prática baseada em evidências, que tem como proposta central evidenciar em intervenções pedagógicas refletir sobre uma possível pedagogia do esporte como promoção da educação inclusiva através da intervenção da inteligência corporal- cinestésica. Nosso objetivo é reunir experiências pedagógicas educacionais sobre um determinando fenômeno. Utilizou-se a base de bases SciELO, Google acadêmico, o livro “inteligências múltiplas”: a teoria na prática”, de Gardner (1995) e o seu mais recente que vai reformular as inteligências, “inteligência: um conceito reformulado” (1999) e o livro “Inteligências múltiplas e seus estímulos”, de Celso Antunes (1998). Desse modo, trata-se de estudo que contribui para o surgimento de novas pesquisas que viabilizem identificar as direções que se podem caminhar no que se refere às temáticas relacionadas a inteligência corporal no desenvolvimento do educando, compreendendo melhor alguns conceitos e dos pontos citados anteriormente para futuramente propor um programa ludomotor inclusivo nos moldes da pedagogia do esporte. 1. Fundamentação teórica Antunes (1998) em seu livro ao analisar brevemente o que é a inteligência nas raízes biológicas, descobre que ela é um produto cerebral que permite ao indivíduo resolver problemas e em última análise a escolher a melhor solução. Portanto, assumindo a característica em um sentido mais geral, tanto a origem semântica da palavra quanto o significado presente nos dicionários apresentam um ponto em comum de significação: ela é um fluxo cerebral que nos estimula a escolher a melhor opção para de alguma forma solucionar uma dificuldade, bem como nos leva a compreender qual a melhor solução (ANTUNES, 1998). Ou seja, a inteligência nos ajuda a compreender o problema e de alguma forma a tentar solucioná-los. Dito isso, compreende-se então inicialmente que não existe uma “inteligência geral”, mas sim diversas inteligências. Gardner ao formular a teoria das inteligências múltiplas coloca então inicialmente que existem sete categorias de inteligências, sendo elas: 1) A inteligência linguística, com papel central no desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida, portanto, é a capacidade de explorar e dominar a linguagem, inclusive outras línguas que não a materna (MANHÃES, 2008). Antunes (1998, p.22) coloca que existe uma janela de oportunidades para essa fase que acontece desde o nascimento até os 10 anos, em que acontece no cérebro “uma conexão dos circuitos que transformam sons em palavras”. Por isso, diversos autores consideram essa inteligência de suma importância no desenvolvimento cognitivo do ser humano. 2) A inteligência lógico-matemática, é a capacidade de interpretar tomando por base os dados números, como a solução de problemas lógicos ou habilidades simples como ler tabela de horários. 3) A inteligência musical, nessa inteligência o indivíduo tem a capacidade de interpretação de padrões de música e notas, bem como maior facilidade para aprender algum instrumento. 4) A inteligência interpessoal, essa esta ligada a maior facilidade de interação com outras pessoas, a habilidade esta inteligência está na compreensão do outro. 5) Inteligência intrapessoal, que diferente da interpessoal que reconhece o outro, essa inteligência é a percepção de si, de autocontrole e autoconhecimento. 6) Inteligência espacial, essa inteligência permite a habilidade em localizar espacialmente fenômenos, lugares ou a posição dos objetos (MANHÃES, 2008). Por fim, 7) a inteligência corporal-cinestésica, baseada na capacidade do indivíduo utilizar o corpo para realizar atividades, como atividades esportivas. Essa inteligência completa o trio: inteligência lógico-matemática, espacial e corporal e, está presente nas tarefas mais simples do cotidiano, como: escovar dentes, usar expressão corporal quando se comunica oralmente (MANHÃES, 2008). No livro “inteligência: um conceito reformulado”, Gardner reformula sua teoria e acrescenta a oitava inteligência, a naturalista. Essa inteligência é baseada na sensibilidade do indivíduo em compreender categorias e objetos ligados aos aspectos naturais do meio ambiente (GARDNER, 1999). Outros autores tendem a evidenciar além das 8 inteligências, outros tipos, como a existencial, a espiritual, etc. 2. Resultados alcançados A aprendizagem é elemento central no desenvolvimento infantil nos anos iniciais do ensino fundamental. Como vimos na seção anterior os indivíduos têm aprendizagens e capacidades diferentes e que estas podem ser de alguma forma estimuladas. Um espaço central nessa estimulação é a escola. Segundo Antunes (1998) a escola assume o papel de “estimuladora da inteligência”. É no ambiente escolar, portanto, que a criança vai desenvolver suas habilidades e inteligências. Partindo disso, a escola e o professor não são mais vistos como meros transmissores, mas sim como estimuladores da inteligência (ANTUNES, 1998). Mas para isso acontecer é preciso práticas pedagógicas inclusivas e pensadas por meio da diversidade para estimular essas aprendizagens. Uma forma de estimular a aprendizagem dessas habilidades, a inteligência corporal é um importante desenvolvedor da psicomotricidade. Os autores Silva e Nista-Piccolo (2010), em uma intervenção pedagógica em um grupo de treze estudantes brasileiros, que cursavam a quarta série de uma escola da rede pública de São Paulo pela segunda vez, promoveram como estímulo de desenvolvimento a inteligência Corporal Cinestésica, por meio do trabalho motor. Em 41 aulas de educação física, com duração de 60 minutos cada, as crianças foram estimuladas por atividades de: movimentos corporais, danças, convivência social, jogos de dramatização e atividades rítmicas. Tendo como pilar central por meio da corporeidade pensar o processo de ensino aprendizagem para estimular também outras inteligências (SILVA; NISTA-PICCOLO, 2010). Os autores Lima e Cardoso (2014, p.148), aplicaram um protocolo de avaliação de habilidades motoras de Bruininks – Oseretsky’, em 150 crianças com idade entre 5 e 7 anos, da rede pública e particular de uma cidade de Rondônia. Através de seis atividades: 1) corrida de velocidade e agilidade, 2) equilíbrio, 3) coordenação bilateral, 4) coordenação dos membros superiores, 5) velocidade de reação, 6) viso-motricidade. O estudo verificou que a intervenção proporcionou “equilíbrio das funções cognitivas nas diversas áreas do desempenho motor de suas variadas funções cinestésicas corporais, através do ato de brincar melhorou a execução de tarefas simples do cotidiano estimulando a aprendizagem e a memória (LIMA; CARDOSO, 2014, p. 151-152). Ainda para os autores acima, estimulação ludomotora faz com que a criança desenvolva redes de neurônios “exercitados” e com isso, um número maior de ramificações para se comunicar com detritos de outros neurônios, para que as informações receptoras se formem da melhor maneira em seu córtex cerebral e com isso, proporcionando uma melhor integração neurofisiológica (LIMA; CARDOSO, 2014). Piaget já havia evidenciado em seus estudos que os jogos e as brincadeiras é um importante estimulador do desenvolvimento infantil. Nesta mesma gama, as autoras Prates e Pereira (2011) identificam a importância dos jogos na superação das dificuldades de aprendizagem dos alunos de uma turma de primeiro ano do ensino fundamental. Conclusões iniciais É possível concluir inicialmente em nossos estudos teóricos que mais do que um mecanismo para desenvolvimento cognitivo, a inteligência corporal através da psicomotricidade parece desenvolver a criança em sua totalidade, por esse motivo elencamos como nosso guarda-chuva, ao entendermos a necessidade dos múltiplos olhares na prática pedagógica e no processo de ensino-aprendizagem do educando. Tal estudo, nos coloca a pensar práticas futuras no processo de aprendizagem, mas também nos ajuda a colaborar com a difusão do ensino e as novas formas de práticas e ferramentas na atualidade que favoreça aspectos físicos, afetivo-emocional, cognitivo e motoras, visto que o corpo pode ser considerado a primeira forma de linguagem para a criança nessa fase. Referências bibliográficas ANTUNES, C. Inteligências Múltiplas E Seus Estímulos (as). Papirus Editora, 1998. GARDNER, H. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999. LIMA, A. P.; CARDOSO, F. B. A importância de um programa ludomotor e da estimulação cortical no desenvolvimento cinestésico de crianças. Saúde (Santa Maria), p. 147-154, 2014. MANHÃES, F. C. A estimulação da inteligência corporal cinestésica no desenvolvimento psicomotor na prática da educação física escolar. Dissertação (Mestrado em Cognição e linguagem). UENF, Campos dos Goytacazes, 2008. PRATES, E. L.; PEREIRA, A. S. A importância dos jogos como recurso na superação dos problemas de aprendizagem na turma de primeiro ano do ensino fundamental. Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Mídias na educação). UFSM, Santa Maria, 2011. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/handle/1/14027. Acesso em: out. 2021. SILVA, V. L. T.; NISTA-PICCOLO, V. L. Dificuldade de aprendizagem na perspectiva das inteligências múltiplas: um estudo com um grupo de crianças brasileiras. Revista Portuguesa de Educação, v. 23, n. 2, p. 191-211, 2010.
Título do Evento
10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento
Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTOS, Fernando Basílio dos et al.. INTELIGÊNCIA CORPORAL NO DESENVOLVIMENTO DO EDUCANDO: UM REFLEXÃO SOBRE A PEDAGOGIA DO ESPORTE E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/436908-INTELIGENCIA-CORPORAL-NO-DESENVOLVIMENTO-DO-EDUCANDO--UM-REFLEXAO-SOBRE-A-PEDAGOGIA-DO-ESPORTE-E-A-EDUCACAO-INCLU. Acesso em: 14/05/2025

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