PORTFÓLIO COM TECNOLOGIA DIGITAL: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Publicado em 23/12/2021

DOI
10.29327/154029.10-82  
Título do Trabalho
PORTFÓLIO COM TECNOLOGIA DIGITAL: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Autores
  • Gilberto Mazoco Jubini
  • Veruschka Rocha Medeiros Andreolla
  • Crisóstomo Lima do Nascimento
  • Paula Andrea Grawieski Civiero
Modalidade
Resumo Expandido e Trabalho Completo
Área temática
GT 38 - Contemporaneidade, interdisciplinaridade e tradições fenomenológicas e existenciais-humanistas.
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xc22021/434994-portfolio-com-tecnologia-digital--uma-sequencia-didatica
ISSN
Palavras-Chave
Educação Remota, Aprender, Ensinar, Autonomia, Responsabilidade, Praticar
Resumo
Introdução Em de 2020, diante de uma quarentena imposta pela pandemia causada pelo covid -19, o ser humano foi obrigado a parar. Os profissionais da educação precisaram de se reinventarem e, a situação exigiu o uso de recursos de tecnologias de informação e de comunicação (TICs). Foi necessário aprender a trabalhar de forma remota utilizando-se aplicativos para a prática do processo de ensino e de avaliação. Por outro lado, os discentes precisaram compreender o funcionamento dos processos de aprendizagem e de avaliação. O termo portfólio é usado, neste trabalho, como um caderno adaptado, onde o discente pode realizar as anotações das tarefas disponibilizadas, além de poder criar mapas mentais, algoritmos, resumos, mnemônicos e registrar informações que facilitem sua aprendizagem. Esse artigo teve como objetivo descrever um relato de experiência sobre o uso do portfólio físico atrelado a uma sequência didática no ambiente virtual de aprendizagem (AVA), hospedado na plataforma Moodle. 1. Fundamentação teórica Segundo Pasini, Carvalho, Almeida (2020), o surgimento da pandemia causada pelo Coronavírus (Covid - 19), acelerou e potencializou o uso de tecnologias digitais e ambientes virtuais de ensino, aprendizagem e de avaliação. Submeteu os envolvidos no ensino a ressignificarem a educação para um novo patamar de relações. Para os autores é a transformação pedagógica mais significativa desde o advento da tecnologia contemporânea de comunicação e informação. Diante da necessidade do trabalho remoto imposto pela pandemia, este relato descreve algumas ponderações a respeito de como a teoria e o método proposto por Paulo Freire são capazes de refinar o processo de ensino e de aprendizagem na prática de educação remota. O relato leva a reflexão sobre o ensino praticado de forma remota, o uso do portfólio proposto como uma sequência didática (SD) aplicada às novas tecnologias de informação e comunicação e associado aos princípios do construtivismo Freireana. Durante décadas a educação foi responsável por modelar a aprendizagem com agente transmissor e agente receptor de conhecimentos, conforme o tempo foi passando, percebeu-se uma tentativa de ressignificação pela construção de saberes. A educação realizada de forma remota instiga o levantamento de várias reflexões e discussões, quando se dialoga sobre a importância da matemática no processo de ensino e aprendizagem. No processo da Educação Matemática, um ponto crítico que merece atenção e precisa ser discutido, é a prática docente remota. Conforme Freire (1987), o docente em sua prática, substitui o comunicar por “comunicados” e depósitos e os discentes são “considerados” agentes passivos do processo que recebem pacientemente, memorizam e repetem, ou seja, aparece a concepção “bancária” da educação, onde a única ação oferecida aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los para uso a posteriori. Com a inserção das tecnologias de informação e comunicação no processo de ensino e aprendizagem, acredita-se que os discentes conseguirão exercer a discência e os docentes praticarão a docência com mais eficácia em tempos de educação remota, uma vez que a nova metodologia tende a aproximar professor e aluno, em época de pandemia. Logo, “o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos [...]” (FREIRE, 1987, p. 39). Conforme Freire, 2019, “Ninguém é autônomo primeiro para depois decidir. A autonomia vai se constituindo na experiência de várias, inúmeras decisões que vão sendo tomadas”, nesse sentido a inserção do portfólio na educação remota, com roteiros de estudo, incentivo a realização de mapas mentais pessoais, mapas conceituais, resumos e o incentivo construção da autonomia no exercício da discência, significa respeitar a decisão individual de compreender o que é liberdade de escolha e a tomada de decisão. O uso lúcido do portfólio possibilita analisar uma gama de alternativas frente a necessidade de uma escolha ou decisão, incentiva-o a aprender a analisar e avaliar as possibilidades, decidir entre elas, avaliar e ser responsável pela escolha realizada. No exercício do aprender, o discente é convidado a desenvolver sua autonomia emocional, praticar comportamentos positivos em busca do autoconhecimento, manter uma elevada autoestima, identificar os limites pessoais e buscar ajuda, quando necessário. Pode-se, nesse contexto, praticar pedagogia da autonomia centrada em experiências que estimulam a tomada de decisão e, simultaneamente, assumir a responsabilidade por tal escolha e experienciar de maneira respeitosa o exercício da liberdade. (FREIRE, 2019). O relato está sustentado em uma sequência didática (SD) pautada no uso do portfólio, do ambiente virtual de aprendizagem (AVA) hospedado no Moodle e de vídeos aulas fundamentados nas concepções educacionais de Paulo Freire. Segundo Zabala (1998), uma SD consiste em uma intervenção pedagógica que inclui um grupo de atividades que foram planejadas e que são apresentadas de maneira sequencial sobre um conteúdo específico e que busca atender certos objetivos educacionais. 2. Resultados alcançados O presente relato de uma experiência profissional inclui o uso de tecnologias digitais, portfólio e uma sequência didática que foi realizada no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), campus Ibatiba. A pandemia trouxe consigo desafios a serem enfrentados e superados. No Ifes, campus Ibatiba, os obstáculos foram agravados pelos arranjos sociais e geográficos locais. Levando-se em consideração a importância de se trabalhar os conteúdos dos componentes curriculares de matemática, estatística aplicada e de estatística para os discentes dos cursos técnicos em Florestas e em Meio Ambiente, integrados ao ensino médio e para o componente curricular Probabilidade e Estatística para o curso de Bacharelado em Engenharia Ambiental, foi pensando uma SD explorando elementos que possam servir de meios que conduzam os estudantes a compreenderem os assuntos ministrados, no período de educação remota. A SD foi planejada e aplicada explorando vídeos aulas, arquivos no formato .PDF, portfólio, gravação de vídeos, publicação no YouTube e finalizando com a publicação do link do vídeo no AVA. A SD foi realizada em 3 semestres letivos e consecutivos, ou seja, primeiro e segundo semestre de 2020 e o primeiro semestre letivo de 2021. Com a suspensão das aulas presenciais, os docentes e discentes do Ifes, tiveram que se adaptar à educação remota. O AVA, hospedado na plataforma Moodle, foi o primeiro desafio a ser enfrentado. A SD é iniciada com o conteúdo novo, onde o docente disponibiliza vídeos aulas ou arquivos que devem ser lidos pelos discentes. Os discentes são incentivados a assistirem aos vídeos ou lerem os materiais disponibilizados em arquivos, realizarem registros no portfólio. Porém os discentes têm a autonomia de pesquisarem outras formas que o assunto é apresentado e realizarem os registros, inclusive auxiliando o processo de aprendizagem dos demais colegas. No grupo de troca de informações, em um aplicativo para smartphone, os discentes podem discutir como aconteceu a aprendizagem individual, onde encontrou materiais com outra abordagem do assunto, colocar suas dúvidas e explorar os caminhos utilizados pelos colegas. Após realizar as atividades propostas e buscar alternativas para aprender de forma significativa, os discentes fazem uma avaliação no AVA, utilizando o portfólio com seus registros, resolução de exemplos, resolução de atividades de fixação e anotações pessoais que facilitaram o processo de sua aprendizagem. Após realizar a avaliação, os discentes gravam um vídeo narrando com a própria voz os registros realizados no portfólio, narram as dificuldades, as facilidades, as pesquisas, os caminhos trilhados para aprenderem e finalizam o vídeo criticando ou elogiando o ciclo. O vídeo é postado no YouTube, o mais interessante, nesse ponto, foi que alguns discentes tinham canais e dominavam técnicas de edição de vídeos, outros tiveram que iniciar a caminhada. Foi um processo que trouxe muitos aprendizados para os envolvidos, pois os discentes se ajudaram e conseguiram evoluir, inclusive alguns tiveram que superar a timidez e o medo de usar tecnologias. O link do vídeo publicado no YouTube é postado no AVA que segue para ser avaliado pelo docente. Conclusões A pandemia possibilitou a realização da educação remota, mudando de forma significativa paradigmas e alterando as relações entre docente e discentes, discentes e discentes e, finalmente, entre discentes e docentes. O trabalho remoto propiciou a aprendizagem do uso de tecnologias digitais para docentes e discentes. O relato sobre a experiência com a sequência didática apresentada oportunizou a aprendizagem significativa, com autonomia e responsabilidade compartilhada. As dificuldades encontradas foram diversas, por exemplo, aprender a trabalhar com o AVA, encontrar uma rede que disponibilizasse internet com qualidade para atender as necessidades, e realizar a edição de vídeos. A superação das barreiras institucionais colocadas pelas resoluções que protegiam os direitos de imagens dos discentes e a quebra de paradigmas foram as grandes conquistas realizadas na aplicação da sequência didática, que será estudada e aperfeiçoada em pesquisa futura. Referências bibliográficas FREIRE, P.. Pedagogia do oprimido.17ª. ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra,1987. ___________Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2019. PASINI, C. G. D.; CARVALHO, E. de; ALMEIDA, L. H. C.. A educação híbrida em tempos de pandemia: algumas considerações. Observatório Socioeconômico da Covid - 19 Disponível em: <https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/820/2020/06/Textos-para-Discussao-09-Educacao-Hibrida-em-Tempos-de-Pandemia.pdf>. Acesso em: 31 maio 2021. ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Tradução: Ernani F. da F. Rosa. 1ª ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
Título do Evento
10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento
Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI

Como citar

JUBINI, Gilberto Mazoco et al.. PORTFÓLIO COM TECNOLOGIA DIGITAL: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/434994-PORTFOLIO-COM-TECNOLOGIA-DIGITAL--UMA-SEQUENCIA-DIDATICA. Acesso em: 04/05/2025

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