ESTRATÉGIAS PARA PERMANÊNCIA EM UMA ESCOLA INCLUSIVA: DA MOTIVAÇÃO À MOBILIZAÇÃO DE ALUNOS COM O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E GESTANTES ADOLESCENTES

Publicado em 23/12/2021

DOI
10.29327/154029.10-137  
Título do Trabalho
ESTRATÉGIAS PARA PERMANÊNCIA EM UMA ESCOLA INCLUSIVA: DA MOTIVAÇÃO À MOBILIZAÇÃO DE ALUNOS COM O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E GESTANTES ADOLESCENTES
Autores
  • Mariana Cordeiro Leite
  • Vanessa do Amaral Tinoco
  • Vanessa Rodrigues Amorim da Silva
Modalidade
Resumo Expandido e Trabalho Completo
Área temática
GT 05 - Permanência na Educação
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xc22021/432742-estrategias-para-permanencia-em-uma-escola-inclusiva--da-motivacao-a-mobilizacao-de-alunos-com-o-transtorno-do-es
ISSN
Palavras-Chave
Permanência, mobilização, autistas, gestantes adolescentes
Resumo
Introdução No Transtorno do Espectro Autista (TEA) que é um transtorno do neurodesenvolvimento que acomete a comunicação e interação social com a presença de comportamentos repetitivos e estereotipados, pode ser um grande desafio se motivar diante das dificuldades acadêmicas e até singulares que o próprio transtorno pode trazer à tona em um ambiente escolar. Nos casos de gravidez precoce, as metas traçadas para se alcançar o êxito escolar, podem se esvair, já que agora a adolescente se envolverá com as consequências da gravidez e se preocupar com os cuidados do bebê que está por vir, colocando em risco a permanência nos estudos. Portanto, como destaca Carmo (2016), existe uma proposição emergente nas discussões realizadas por alguns pesquisadores de se tomar a competência, o sucesso escolar e a não evasão escolar como objeto de pesquisa. Com isso, para que os alunos permaneçam no ambiente escolar e rumem ao sucesso, os mesmos devem aprender as ferramentas de autorregulação, a partir de uma postura proativa, autodeterminada e motivada a continuar os estudos na rota do êxito. A escola também pode ser uma grande facilitadora para a motivação e mobilização de seus alunos diante de suas limitações. Diante dessas reflexões, o estudo buscará por meio de uma pesquisa bibliográfica, de caráter exploratório, discorrer as ferramentas de permanecer nos estudos com o uso de uma aprendizagem autorregulada, com foco na motivação e mobilização de alunos adultos com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e alunas adolescentes gestantes, levando em consideração aspectos de uma escola que busca motivar o seu aluno por meio da inclusão. A pesquisa justifica-se pela sua importância para ações de permanência e êxito escolar de seus alunos, independente de suas limitações, oferecendo também um referencial teórico para futuras pesquisas. 1 Fundamentação Teórica 1.1 Estratégias de Aprendizagem Autorregulada para Permanecer - da Motivação à Mobilização Entende-se a partir de Souza (2019) que os sujeitos quando acreditam na sua autoeficácia escolar, autorregulam sua aprendizagem através das competências individuais. Por esse motivo, parece-nos que a autorregulação da aprendizagem pode ser um mecanismo viabilizador e motivacional de permanência e sucesso escolar. Mais do que isso, parece-nos que o estudante com a aprendizagem autorregulada estabelece objetivos diretos da sua aprendizagem, monitoram, regulam e controlam a cognição, a motivação e o comportamento para alcançar seus objetivos de forma centrada (SOUZA, 2019; PINTRICH, 2000). Existem diferentes modelos que conduzem à autorregulação na aprendizagem, mas todos apresentam componente em comum, “de que cada aluno é um indivíduo agente no seu processo de aprendizagem e de que o processo pode ser aperfeiçoado com o domínio das habilidades autorregulatórias” (BRUNSTEIN; GLASER, 2011; ZIMMERMAN, 2013 apud GANDA; BORUCHOVITCH, 2018, p.77). Pensando isso, a próxima seção pretende compreender as motivações mobilizadas pelos indivíduos para as competências escolares através do modelo de autorregulação. Quando falamos em aprendizagem autorregulada nos leva a refletir sobre medidas que estimulam o aluno à busca do que ele almeja, fatores esses que remetem a mobilizações. Por conseguinte, as literaturas apontam o uso de ferramentas voltadas para a questão cognitiva que envolve o aluno a seguir com os estudos. Assim, compreende-se que a mobilização pode ser uma ferramenta eficaz no processo de aprendizagem. Charlot (2000) associa mobilização a engajamento, em que a atividade será estimulada a ser realizada por “boas razões” para se efetuar; e ainda, elucida que a mobilização leva à movimentação e a estar em atividade, sendo ações impulsionadas para o resultado que se almeja. 1.2 O Papel da Escola Inclusiva como Facilitadora da Aprendizagem Autorregulada A Lei n. 6.202/75 assegurou à estudante gestante, a partir do oitavo mês de gestação (por até três meses), o direito de assistência pelo “regime de exercícios domiciliares”. Nesse sentido, com assistência da escola, é direito da grávida realizar as tarefas escolares em seu domicílio, evitando-se, assim, a evasão escolar. Hoje, amplia-se a interpretação dessa lei para o ensino superior e para mães adotantes (NUNES, 2018). Mesmo amparada por lei possibilitando a realização de tarefas em casa, muitas gestantes abandonam os estudos. O peso de novas responsabilidades e os incômodos do momento são mais fortes que a vontade de estudar. Entretanto, há aquelas que apesar das muitas adversidades e mudanças corporais e psicológicas permanecem e é nelas onde o foco de pesquisas e posteriormente políticas públicas devem estar. Outro perfil de alunos que também urgem de serem ouvidos são os com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), sobretudo na fase adulta. Segundo Alvarenga (2020), a transição da pessoa com o Transtorno do Espectro Autista para a fase adulta não irá isentá-lo de possuir o transtorno. Talvez muitos adultos autistas podem desenvolver ferramentas singulares para lidar com os desafios diários nos quesitos de comunicação, interação social e adaptação de comportamentos. Mas, isso não quer dizer que o mesmo ainda não necessite de algum suporte. Dessa forma, revelar a presença tanto das grávidas quanto dos alunos com transtorno do espectro autista nas salas de aula, identificar os motivos de entrada, necessidades e expectativas é contribuir para que, a partir de experiências exitosas, adequações aconteçam e, sobretudo, novos sujeitos entrem e permaneçam. 2 Resultados Alcançados A pesquisa permeia as estratégias para permanência em uma escola inclusiva com alunos com o transtorno do espectro autista e gestantes adolescentes, baseados nos levantamentos documentais nesta temática. Inicialmente, apontaremos resultados focados nas adolescentes gestantes e em seguida, alunos com o transtorno do espectro autista. Pesquisa realizada pelo Ministério da Educação, Organização dos Estados Ibero-americanos e pela Faculdade Latino Americana de Ciências (Flacso), em 2016, revela que 18% das jovens brasileiras grávidas abandonam a escola. Contudo, nos fundamentamos nos resultados em que a permanência é evidenciada. A gravidez transforma e tem impacto na vida da mulher estudante. Quanto mais precoce, mais suscetíveis a riscos estão a adolescente e o bebê. A adolescência é ainda uma fase de desenvolvimento físico, psicológico e social. Uma gravidez nessa fase pode resultar em prematuridade, dificuldades cardiorrespiratórias, baixo peso, anemia para o bebê; além disso, mortalidade materna e fetal (SABROZA et al., 2004). Agora pensando no aluno autista, sobretudo no adulto que ingressa no ensino superior, os desafios ainda estarão presentes nesse contexto. Os desafios podem ser pelas próprias características que o transtorno traz consigo em um ambiente novo e que requer novas ferramentas para que este aluno se socialize e busque se autorregular perante os estudos. Segundo estudo realizado por Aguilar e Rauli (2020), os desafios dos alunos no ensino superior perpassam o “peso” de se ter o diagnóstico, o desconhecimento de outros níveis de autismo por parte dos professores e alunos, as características singulares do próprio espectro (hiperfoco, comportamentos considerados inadequados socialmente, alterações sensoriais) e comorbidades como ansiedade, além da sobrecarga de informações emocionais e sensoriais (Meltdowns e Shutdowns). Diante do exposto, ferramentas externas que promovam a motivação e mobilização como ferramenta de autorregulação do adulto autista nas instituições de ensino superior são de grande valia. Conclusão De acordo com os estudos bibliográficos e relatos colhidos, percebemos a importância da Instituição de ensino promover práticas que motivem os alunos que apresentam alguma dificuldade, como as gestantes que ainda estão estudando e os autistas, que são o foco deste trabalho, assim, tendo como consequência positiva a permanência destes nas instituições. Com o ensinamento de ferramentas de autorregulação podem alcançar essa motivação, pois colocando em prática essas ferramentas a aprendizagem será mais eficaz e os resultados serão satisfatórios, trazendo ânimo e vontade para permanecerem. Referências AGUILAR, Claudia Paola Carrasco; RAULI, Patrícia Forte. Desafios da inclusão: a invisibilidade das pessoas com Transtorno do Espectro Autista no ensino superior. Revista Educação Especial, vol. 33, pp. 1-26, 2020. Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/3131/313162288042/html/. Acesso em: 12 out. 2021. CARMO, Gerson Tavares do. PERMANÊNCIA ESCOLAR, MEMÓRIA E AUTORIA: Uma proposta de formação continuada da UENF para docentes de Educação de Jovens e Adultos. Revista Teias, v. 17, n. Ed. Esp., p. 129-139, 2016. REIS, Verônica Lima dos. Concepções e relatos de adolescentes com Altas Habilidades ou Superdotação sobre aspectos psicossociais da sexualidade. 240 f. Tese de Doutorado em Educação Escolar. Faculdade de Ciências e Letras. Universidade do Estado de São Paulo. Campus de Araraquara/SP, 2018. SOUZA, Tânia Midan Freitas de. A autorregulação da aprendizagem: um caminho para promoção da permanência e do êxito na educação profissional e tecnológica. Dissertação (Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica) - Centro do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas. Manaus, 2019.
Título do Evento
10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento
Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
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Como citar

LEITE, Mariana Cordeiro; TINOCO, Vanessa do Amaral; SILVA, Vanessa Rodrigues Amorim da. ESTRATÉGIAS PARA PERMANÊNCIA EM UMA ESCOLA INCLUSIVA: DA MOTIVAÇÃO À MOBILIZAÇÃO DE ALUNOS COM O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E GESTANTES ADOLESCENTES.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/432742-ESTRATEGIAS-PARA-PERMANENCIA-EM-UMA-ESCOLA-INCLUSIVA--DA-MOTIVACAO-A-MOBILIZACAO-DE-ALUNOS-COM-O-TRANSTORNO-DO-ES. Acesso em: 30/06/2025

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