AUTOEFICÁCIA ACADÊMICA NO ENSINO SUPERIOR: UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO

Publicado em 23/12/2021

Título do Trabalho
AUTOEFICÁCIA ACADÊMICA NO ENSINO SUPERIOR: UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO
Autores
  • Mara Cristina Ramos Quartezani
  • Gerson Tavares do Carmo
  • Fabio Machado de Oliveira
  • Cristiana Barcelos da Silva
Modalidade
Resumo Expandido e Trabalho Completo
Área temática
GT 17 - Análises Bibliométricas na Produção Científica Interdisciplinar
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xc22021/432491-autoeficacia-academica-no-ensino-superior--um-estudo-bibliometrico
ISSN
Palavras-Chave
Autoeficácia acadêmica, ensino superior, bibliometria, persistência.
Resumo
Introdução O presente estudo se desenvolve a partir de um recorte teórico da minha pesquisa de tese a qual busca relacionar, autoeficácia acadêmica, conversação emancipatória e permanência escolar a partir do protagonismo estudantil. Para realização deste estudo utilizamos como recorte teórico do projeto a autoeficácia acadêmica no Ensino Superior e, portanto, seu objetivo é realizar uma análise bibliométrica das publicações sobre o assunto. Em segundo plano, trataremos da análise bibliométrica a respeito da relação entre as publicações sobre autoeficácia e persistência, visando verificar a produção acadêmica no campo educacional sobre o assunto. Para o desenvolvimento da pesquisa, utilizamos a base de dados Scopus onde foram selecionados os trabalhos utilizados a partir dos descritores em inglês: autoeficácia acadêmica e ensino superior. O software VOSviewer foi utilizado como instrumento para a visualização e criação de mapas de redes bibliométricas e maior compreensão sobre os dados. 1. Fundamentação teórica A bibliometria é uma técnica metodológica estatística e quantitativa para demonstrar indicadores de publicações acadêmicas sobre um determinado campo do conhecimento, servindo de aporte para evidenciar, sobretudo, como um determinado assunto está sendo difundido na produção científico/acadêmica, quais os autores e instituições mais publicam, quais redes de publicações são elaboradas em torno do assunto, as tendências de publicações, dentre outros (SILVA, et al, 2016). Na busca de uma construção epistemológica que relacione protagonismo estudantil, conversação emancipatória e autoeficácia acadêmica com foco na permanência escolar, dialogamos com as cinco condições para a permanência defendidas por Tinto (1999), quais sejam: as expectativas, o apoio, o feedback, o envolvimento e a aprendizagem. Reportamo-nos à condição "expectativa" como recorte conceitual em diálogo com a autoeficácia acadêmica. A expectativa diz respeito aos objetivos definidos pelos estudantes e seu alcance, mas também ao que se espera deles em seu percurso acadêmico. Para Tinto (1999), não há pessoa que evolua com baixas expectativas ou sem clareza. Em diálogo com essa perspectiva, temos a apresentação conceitual da autoeficácia como recurso para o alcance de objetivos desejados. Chagas et al (2020, p. 29), descreve que a autoeficácia se constrói por meio das “crenças que o indivíduo desenvolve sobre si mesmo”, àquelas em que ele tece a partir de suas próprias potencialidades. Reconhecendo-a como um dispositivo chave para a composição da agência humana, Bandura (1994, p. 71) compreende a autoeficácia como “as crenças das pessoas a respeito de suas capacidades de produzir determinados níveis de desempenho que exercem influência sobre fatos que afetam suas vidas”. Para Guerreiro-Casanova e Polydoro (2011, p. 78), no Ensino Superior a autoeficácia se associa a cinco dimensões: 1) autoeficácia acadêmica; 2) autoeficácia na regulação da formação; 3) autoeficácia na interação social; 4) autoeficácia em ações proativas; 5) autoeficácia na gestão acadêmica. Nesse sentido, perspectiva e autoeficácia são procedimentos que influenciam nas formas como os indivíduos constroem suas mobilizações, pensamentos e sentimentos. Considerados como dispositivos mobilizadores de comportamentos, autoeficácia e perspectivas tornam-se sinônimos quando analisados do ponto de vista da Teoria Social Cognitiva. Conforme apontado por Chagas et al (2020), indivíduos que possuem autoeficácia elevada têm maior possibilidade de alcançar seus objetivos com resultados mais bem-sucedidos, uma vez que são inspirados na autoconfiança e expectativa sobre si mesmos. Outrossim, os que possuem baixa autoeficácia podem ter mais dificuldades de alcançar suas metas ou, até mesmo, não as alcançar, obtendo desempenhos ou resultados inferiores. 2. Resultados alcançados A pesquisa bibliométrica foi realizada na plataforma Scopus e optamos pela busca das palavras-chave em inglês utilizando o operador lógico AND, uma vez que a intenção foi verificar as produções acadêmicas que relacionavam autoeficácia e Ensino Superior. Realizamos uma busca a partir dos títulos, resumos e palavras-chave com o seguinte protocolo: “academic self-efficacy” AND “higher education”. Foram encontrados 118 trabalhos, o que demonstra uma produção incipiente sobre o tema em publicações nesta base de dados. As publicações foram exportadas para o aplicativo Zotero onde realizamos a leitura dos resumos e excluímos os trabalhos que não faziam parte do objetivo da pesquisa. Assim, os trabalhos que traziam como relação o Ensino Médio, por exemplo, foram excluídos da mostra. Após exclusões, 99 trabalhos foram utilizados para análise dos dados. Para operacionalizar a pesquisa bibliométrica utilizamos os gráficos elaborados na base de dados Scopus e, também, o software VOSviewer na construção de mapas (ou clusters) que demonstram as redes bibliométricas. Os gráficos da plataforma Scopus demonstram que a maior produção acadêmica sobre o assunto é de artigos científicos (91,5%) e a área acadêmica que mais publicou é a de ciências sociais (53,8%) com os estudos no campo educacional, seguida da área de Psicologia (19,7%). O gráfico 1 evidencia as localidades que mais produzem sobre o assunto, sendo os Estados Unidos o detentor da maior quantidade de publicações, seguido do Reino Unido. O Gráfico 2 evidencia a quantidade de publicações por ano, explicitando que a primeira publicação sobre o tema foi em 2000 (1 publicação). De 2002 a 2005 não há publicações relatadas nesta base de dados, o que demonstra baixa produtividade neste período. O gráfico também mostra que a partir de 2018 cresce a quantidade de trabalhos publicados, em 2020 há um salto significativo no percentual de publicações (28 trabalhos) e em 2021 até o momento desta pesquisa 28 trabalhos foram publicados o que evidencia o aumento do interesse pelo tema nos últimos anos. As análises no software VOSviewer buscaram verificar as redes bibliométricas dos principais autores que estudam o tema a partir dos descritores e suas relações com outros autores e redes de pesquisa, demonstrando quais redes possuem maior força de publicações. A Figura 1, apresenta as principais redes de autoria e co-autoria em que cada cluster é um grupo de autores, ou seja, uma comunidade de pesquisa. Foram encontrados 85 clusters e observamos que um cluster não faz redes de autoria ou co-autoria com outros. As construções acadêmicas permanecem dentro do mesmo grupo de autoria e co-autoria, sendo a de maior destaque/força a vermelha, seguida da verde. Na Scopus percebemos que os dois autores que mais publicam sobre o assunto são ALT, D. e NIELSEN, T. Na Figura 1, observamos que o primeiro faz publicações isoladamente sem qualquer construção de rede de autoria e co-autoria, enquanto o segundo, possui uma pequena rede de publicações. A visualização do tipo overlay no software VOSviewer apresenta uma escala temporal dos trabalhos os quais são separados por cores conforme ano de publicação.Observa-se que os autores que mais publicaram sobre o tema não são os que possuem produções mais recentes. Por outro lado, os maiores clusters possuem publicações mais atuais a partir de 2018. Percebe-se também que clusters isolados com apenas um ou dois autores tem produzido recentemente. A Figura 3 traz as co-ocorrências de palavras-chaves nos trabalhos acadêmicos encontrados na Scopus. Observa-se que as palavras utilizadas nos descritores aparecem em destaque na figura, assim como suas correlações. Quanto maior o tamanho da palavra, maior sua ocorrência e co-ocorrência com outras, sendo o tamanho do círculo a definição da quantidade de vezes que ela aparece nas publicações. Os termos “academic self-efficacy” e “higher education” são as de maior destaque e um dado relevante é a correlação destes termos à palavra “covid 19”, evidenciando que publicações recentes buscaram verificar a autoeficácia acadêmica dos estudantes no período de pandemia causada pela Covid-19, o que foi comprovado na leitura dos resumos das publicações e que justifica uma maior produção acadêmica no ano de 2020 e 2021. Um dado importante é que o termo “academic self-efficacy” se relaciona a outros termos como “transição”, “adaptação”, “engajamento”, criando uma importante conexão com o termo “feedback”, uma das condições para a permanência citada por Tinto (1999). Na sequência de ocorrência, temos os termos “academic performance” e “self-efficacy” os quais possuem ocorrência entre si nos estudos, relacionando-se também a “suporte social”, “adaptação” e “sucesso acadêmico”. Conclusão Este estudo bibliométrico objetivou analisar quantitativamente e estatisticamente as publicações sobre autoeficácia acadêmica no Ensino Superior a partir da base de dados Scopus e em segundo plano a relação da produção acadêmica que aborde autoeficácia e persistência, análise a qual será inserida no texto completo. A análise dos dados demonstrou uma incipiente produção acadêmica nesta base de dados sobre o tema, assim como que há um crescente interesse pelo mesmo nos últimos anos. A partir do software VOSviewer foi possível verificar os autores que mais publicam e as redes que se constroem quanto à autoria e co-autoria. Neste aspecto, notamos que não há construção de redes entre os clusters e que os autores que mais produziram sobre o tema o fizeram de forma individual, sem formar grandes redes de pesquisa. A análise das palavras-chave evidenciaram que os termos “academic self-efficacy” e “higher education” usados na pesquisa foram bastante citados, com ocorrência relevante e produção recente, possuindo um viés analítico em algumas produções com o termo Covid-19 e termos usados nos estudos sobre permanência escolar, principalmente, em 2020 e 2021, onde houve maior incidência de trabalhos publicados correspondente ao período de pandemia. Também concluímos que outros termos como “academic performance” e “self-efficacy” se correlacionam, construindo correlações com termos utilizados nos estudos de permanência escolar.
Título do Evento
10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento
Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

QUARTEZANI, Mara Cristina Ramos et al.. AUTOEFICÁCIA ACADÊMICA NO ENSINO SUPERIOR: UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/432491-AUTOEFICACIA-ACADEMICA-NO-ENSINO-SUPERIOR--UM-ESTUDO-BIBLIOMETRICO. Acesso em: 02/06/2025

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