O CUIDADO HUMANIZADO EM SAÚDE – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA FORMAÇÃO NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

Publicado em 23/12/2021

DOI
10.29327/154029.10-37  
Título do Trabalho
O CUIDADO HUMANIZADO EM SAÚDE – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA FORMAÇÃO NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Autores
  • Jaqueline Portella Buaski
  • CRISTINA IDE FUJINAGA
  • Caroline Guisantes DE Salvo Toni
  • Marina Baptista de Oliveira
Modalidade
Resumo Expandido e Trabalho Completo
Área temática
GT 21- Pesquisa, Extensão Universitária e Intervenção Social
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xc22021/432205-o-cuidado-humanizado-em-saude--um-relato-de-experiencia-da-formacao-na-extensao-universitaria
ISSN
Palavras-Chave
Extensão universitária; humanização; saúde; formação acadêmica;
Resumo
O CUIDADO HUMANIZADO EM SAÚDE – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA FORMAÇÃO NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA BUASKI, Jaqueline Portella Mestre pelo Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Desenvolvimento Comunitário Bolsista USF jacqueportella@hotmail.com FUJINAGA, Cristina Ide Professora Associada do Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO) cifujinaga@gmail.com TONI, Caroline Guisantes de Salvo Professora Adjunta do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO) carolineguisantes@yahoo.com.br OLIVEIRA, Marina Baptista de Mestranda pelo Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Desenvolvimento Comunitário marinabap24@gmail.com Introdução A prematuridade é um dos principais motivos de internação em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Com isto, o nascimento prematuro provoca impactos principalmente à mulher mãe, devido a nova rotina imposta pelo internamento e chegada de um bebê, com condições diferentes daquelas imaginadas. Isto pode gerar angústias, sentimento de culpa, estresse, entre outros. Portanto estratégias de cuidado necessitam ser criadas, para oferecer apoio ao enfrentamento no processo de hospitalização. Sendo assim, o Projeto de Extensão “HumanizAção”, promoveu ações de cuidado, em seu sentido ampliado, às mulheres mães de prematuros da UTIN de Irati (PR). Foram realizadas atividades manuais, música, filme, autocuidado e beleza. A equipe executora das ações foi interdisciplinar, composta por duas graduandas do curso de psicologia, três do curso de fonoaudiologia e uma mestranda em desenvolvimento comunitário. A equipe atuou na preparação teórica, discussão das demandas com a coordenação do Projeto, organização e in loco nas ações. Com caráter descritivo, qualitativo, de registros efetuados em diário de campo, o objetivo é relatar a experiência de uma equipe interdisciplinar na sua formação no cuidado humanizado em saúde. Estudo aprovado nº 3.061.071. 1. Fundamentação teórica A prematuridade se constitui em um grande problema de Saúde Pública, principalmente em países em desenvolvimento, pois se trata de uma questão multifatorial que se inter-relaciona e pode variar em diferentes populações (ESCOBAR; CLARK; GREENE, 2006), e ainda, é um dos principais motivos de internação em UTIN (ESTEVAM; SILVA, 2016). O Brasil ocupa a 10ª posição mundial entre os países com maior número de nascidos prematuros (PASSINI, et al 2014). Neste contexto a região Centro Sul do Paraná, em especial a região de Irati (PR), no ano de 2017, apresentou índice (10,4%) maior que o estado do Paraná (8,9%), o que demostra para o elevado número de prematuridade no município de Irati e região (SINASC, 2017). O prematuro possui a necessidade de cuidados específicos para sua sobrevivência, o que se coloca como um desafio aos pais, para o próprio bebê e para a equipe de profissionais (RODARTE et al., 2005). Aos pais, essa situação provoca elevada desestabilidade, uma luta diária é iniciada na tentativa de se adaptar com a nova realidade e rotina imposta para a família, em especial para a mulher mãe (BRAGA; MORCH, 2003). À equipe de saúde e os diferentes profissionais de diferentes áreas que assistem estas mulheres mães/famílias, cabe procurar identificar as necessidades durante o período de internamento, com o objetivo de promover, em seguida, ações de cuidado que são importantes para elas, que ofereçam apoio para o enfrentamento do processo de hospitalização. Para isso, precisam compreender os sentimentos de culpa, insegurança, sofrimento, as dificuldades de adaptação as novas rotinas, o afastamento do convívio social, com a família e de outros filhos, ainda, a condição financeira pode ser prejudicada, entre outros aspectos que envolvem esta mulher e o contexto/comunidade que está inserida (BRAGA e MORSCH, 2003). Estes são alguns dos agravantes que podem ser gerados pela vivência na UTIN, desta forma, cabe aos profissionais, para além de seu conhecimento específico, habilidades para reconhecer e promover espaços de acolhimento e escuta por meio da promoção de estratégias humanizadas de cuidado em saúde. Para isto, o profissional necessita desde a sua formação experienciar na prática os desafios que contexto de serviços de saúde e suas populações assistidas demandam, para então desenvolver estas habilidades e atender estas reais demandas, na busca do atendimento humanizado e afirmação dos princípios do Sistema Único de Saúde (CASATE E CORRÊA, 2012). 2. Resultados alcançados Participaram aproximadamente 135 mulheres mães, com faixa etária entre 18 e 35 anos, que aceitaram se dirigir à sala de reuniões da instituição, local destinado para ações, no período de outubro de 2018 – outubro de 2019. Foram cerca de 45 ações promovidas in loco, além de momentos de supervisão com a coordenação do Projeto. Durante as ações a equipe e as mulheres mães, sentavam-se em formato de roda para a atividade do dia. Esta organização oferecia a possibilidade de aproximação, acolhimento e escuta às angústias, ou ainda, para permanecer ao lado auxiliando na atividade. Nestes momentos, o silêncio foi frequente, se tornou desafiador, pois impôs à equipe a necessidade desenvolver a sensibilidade em reconhecê-lo e acima de tudo respeitá-lo. Além disto, a vivência no projeto instituiu à equipe comtemplar uma imprevisibilidade e não linearidade dos acontecimentos e demandas. E, por se tratar de um contexto hospitalar, esses fatores ainda são maiores e mais acentuados e, por isso, foram conduzidos de maneira acolhedora, com escuta para as reais necessidades, a fim de manejá-las e solucioná-las. A vivência no projeto possibilitou a imersão em uma experiência intensa e marcante, como pode ser verificado no relato de Sirius (as integrantes da equipe serão referidas com codinomes de estrelas): “O projeto foi realmente transformador na minha formação acadêmica [...]. Cada encontro gerava um aprendizado diferente, e o fato de poder trocar saberes com colegas e professoras de outras áreas era o que mais chamava a minha atenção. Essa troca de saberes permitia um olhar ampliado para a minha própria formação acadêmica, sendo responsável por mudanças até mesmo na escolha de tema do meu trabalho de conclusão de curso, já que não fazia sentindo olhar para algo que não fosse o projeto em que eu estava tão envolvida. Vivenciar a experiência dos encontros presenciais, das supervisões, e de planejar ações coletivamente com as colegas de projeto deixaram marcas também na minha formação enquanto profissional de saúde”. É possível observar no relato de Sirius que a experiência proporcionada pelo projeto de extensão foi transformadora, principalmente pelo fato de promover um espaço de troca de saberes com profissionais de outras áreas de conhecimento, isto permite a compreensão das problemáticas que envolvem uma determinada realidade/problemática (LINHARES, et al., 2014). Isto ainda é reafirmado no relato de Sirius, quando destaca a vivência do planejamento de ações coletivamente, demonstrando o reconhecimento de que o cuidado é uma atribuição de todos os envolvidos, sendo um importante avanço vivenciado ainda durante a formação, além de contribuir para estimular novos coletivos de transformação do cuidado no contexto hospitalar. Ainda, a experiência no projeto despertou em Sirius, o desejo de aprofundar seus conhecimentos durante a formação com a dedicação de seu trabalho de conclusão de curso à temática. Isto evidencia a ampliação despertada pela experiência extensionista para a pesquisa, deste modo fortalecendo os pilares que constituem o tripé da indissociabilidade na universidade – de ensino, pesquisa e extensão (BRASIL, 1988). “Eu não vejo a hora de quando chega sexta-feira e chega a hora do “Humaniza”, é um alívio, por que eu deixo de lado as preocupações com os trabalhos, as coisas da faculdade, então faz muito bem pra mim também [...]”. O relato de Canopus revela que as ações ultrapassaram a contribuição da população alvo, proporcionando bem estar e desvinculação das angústias com as exigências acadêmicas, foi uma oportunidade para a acadêmica vivenciar – sentir – compreender o significado da humanização em saúde. Este fato aponta ainda para a afirmação do que propõe a Política Nacional de Humanização (BRASIL, 2004) que fundamentou as ações do projeto, ao gerar movimento de mudança todos os atores envolvidos no cuidado. Conclusões Conclui-se que a vivência no cuidado humanizado em saúde, proporcionou às acadêmicas a oportunidade de desenvolver habilidades para o manejo da pluralidade de demandas reais que constituem o contexto hospitalar, a experiência de atuação em uma equipe interdisciplinar e o bem estar que transcendeu todos os atores envolvidos. Referências bibliográficas BRAGA, N. A.; MORSCH, D. S. Os primeiros dias na UTI (In: MOREIRA, M. E. L; BRAGA, N. A; MORSCH, D. S. (Org.). Quando a vida começa diferente: o bebê e sua família na UTI neonatal. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2003). BRASIL. Ministério da Saúde. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS / Ministério da Saúde, Secretaria Executiva, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. CASATE, J. C; CORRÊA, A. K. A humanização do cuidado na formação dos profissionais de saúde nos cursos de graduação. Revista da Escola de Enfermagem da USP [online]. v. 46, n. 1, 2012.
Título do Evento
10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento
Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
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Como citar

BUASKI, Jaqueline Portella et al.. O CUIDADO HUMANIZADO EM SAÚDE – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA FORMAÇÃO NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/432205-O-CUIDADO-HUMANIZADO-EM-SAUDE--UM-RELATO-DE-EXPERIENCIA-DA-FORMACAO-NA-EXTENSAO-UNIVERSITARIA. Acesso em: 04/07/2025

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