AUTOCUIDADO: UMA PERSPECTIVA EFICAZ NA TERCEIRA IDADE

Publicado em 23/12/2021

Título do Trabalho
AUTOCUIDADO: UMA PERSPECTIVA EFICAZ NA TERCEIRA IDADE
Autores
  • Flávia Teixeira Silva Pires
  • VIVIANE CARNEIRO LACERDA MELEEP
  • Rosalee Santos Crespo Istoe
  • Alice de Souza Tinoco Dias
Modalidade
Resumo Expandido e Trabalho Completo
Área temática
GT 30 - O Envelhecimento Humano: Pré e Pós Pandemia
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xc22021/431478-autocuidado--uma-perspectiva-eficaz-na-terceira-idade
ISSN
Palavras-Chave
Autocuidado, envelhecimento, mulher
Resumo
AUTOCUIDADO: UMA PERSPECTIVA EFICAZ NA TERCEIRA IDADE Flávia Teixeira Silva Pires Bacharel em Direito pela UNIG, Pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil pela FDC, flaviatspires@gmail.com Viviane Carneiro Lacerda Meleep Bacharel em Direito pela UNIG, Mestranda no Programa de Pós-graduação Cognição e Linguagem na Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF, viviclacerdadv@gmail.com Alice de Souza Tinoco Dias Bacharel em Direito pela UNIG, Mestranda no Programa de Pós-graduação Cognição e Linguagem na Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF, alicestdias@gmail.com Rosalee Santos Crespo Istoe Doutora em Saúde da Criança e da Mulher/Fundação Osvaldo Cruz (2007), Professora na Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF, rosaleeistoe@gmail.com. Introdução Autocuidado é um tema mundialmente propagado e precisamos lançar luz numa perspectiva espiritual, até porque há estudos comprovando que a religião não é algo sem sentido no mundo pós-moderno. É necessário que se compreenda a cosmovisão da religião no autocuidado, que narra sobre o ser humano criado por Deus de forma integral e única, e com diferenças a serem respeitadas. A espiritualidade traz um bom desempenho para a vida das pessoas com eficácia no trabalho e aprendizagem. O estudo por parte da ciência e teologia é importante, porque a busca por realização pessoal, significância social e melhoria no desempenho profissional é enorme, um desafio na era pós-moderna. A melhoria e harmonia das relações interpessoais em ambientes organizacionais, que inclui também os educacionais, está intimamente ligada com o estado interior do indivíduo (emocional, intelectual e espiritual). A pesquisa é guiada pela abordagem qualitativa de natureza exploratória e bibliográfica, baseada em autores do tema, pretende-se descrever fatos relacionados ao autocuidado na terceira idade, sobretudo o autocuidado da mulher. 1. Fundamentação teórica A humanidade está adoecida, as pessoas vivem cada vez mais voltadas para seus próprios interesses, as relações se tornaram frias, as pessoas estressadas, deprimidas, ansiosas, doentes física e emocionalmente, as famílias desvalorizadas e disfuncionais, os ambientes organizacionais e educacionais estão apenas competitivos e sem harmonia entre as pessoas, o que impede o processo criativo, e ainda assim, misteriosamente muitos creem que podemos viver em harmonia e equilíbrio sem sermos moldados e tratados espiritualmente. Diante dessa realidade, há uma etapa do ciclo humano que sofre de forma mais acentuada, que é a terceira idade, seja porque passou todas as fases da vida sem o devido autocuidado, o que gera adoecimento e menor qualidade de vida, seja porque quando carece de cuidados de terceiros, não encontra apoio, ou mesmo por desconhecimento dos cuidados básicos e necessários para alcançar uma vida equilibrada. Sabemos que entre os cuidados com a terceira idade está a higiene, visita médica regular, boa alimentação, organização com medicamentos e prática de atividade física, o que retrata o direito dos idosos à vida digna e de qualidade, resguardado pelo Estatuto do idoso, que visa garantir os direitos estabelecidos aos idosos com idade igual ou superior a 60 anos (BRASIL, 1984). No entanto, é preciso pensar no autocuidado do idoso de forma ampla englobando todo seu ser, o que enquadra também o equilíbrio espiritual. Quando o idoso não tem uma fé ou conjunto de valores e crença para compartilhar, se encontra entristecido e propenso ao adoecimento, pois uma comunidade espiritual proporciona fortalecimento na caminhada, além da rede de apoio que é de fundamental importância. Precisamos voltar nossos olhos para essa faixa etária e nos conscientizarmos da necessidade do autocuidado em todas as etapas da vida humana, visando um envelhecimento saudável. 2. Resultados alcançados Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o envelhecimento da população brasileira aumentou e a tendência é continuar. Os dados apresentam uma porcentagem menor no grupo de pessoas abaixo de 30 anos, e um aumento na porcentagem dos grupos que estão no topo da pirâmide, além de apontar uma proporção de mulheres superior à de homens, na idade acima de 80 anos: “Em 2012, a população com 60 anos ou mais era de 25,4 milhões. Os 4,8 milhões de novos idosos em cinco anos correspondem a um crescimento de 18% desse grupo etário, que tem se tornado cada vez mais representativo no Brasil. As mulheres são maioria expressiva nesse grupo, com 16,9 milhões (56% dos idosos), enquanto os homens idosos são 13,3 milhões (44% do grupo).” Diante disso, constata-se que notoriamente em todo mundo, o número de mulheres idosas tem aumentado, e tanto a sociedade como as autoridades responsáveis por promover saúde, bem-estar e dignidade aos idosos, precisam despertar para a necessidade de incentivar e ensinar sobre o autocuidado de forma integral, o que promoverá uma vida equilibrada, mesmo com as limitações próprias da idade. Os idosos passam nessa fase por tantas transformações, e também enfrentam uma diminuição da autonomia até para atos comuns do dia a dia, quadro que se agravou na pandemia, além do enfrentamento da violência, abandono, luto, dificuldade de adaptação com a modernidade, com autoestima das mulheres e a solidão, que é um problema antigo do cotidiano de muitos idosos, seja em casas de repouso ou mesmo em seus lares abandonados pelos familiares. A solidão, como um sentimento que aumenta na terceira idade, agravou-se com o isolamento em decorrência da pandemia do coronavírus, trazendo também um adoecimento mental e emocional. É algo que consome o idoso, que sem uma rede de apoio e demais cuidados, pode entrar num quadro grave de depressão. Segundo a Drª Elaine Cruz, a dor da solidão é considerada a dor emocional mais cruel para o ser humano, seguida da dor da rejeição, como expressa em seu livro Equilíbrio Emocional: “Estudos acadêmicos mostram que o sentimento da rejeição é semelhante a dor física, ativando inclusive as mesmas áreas no cérebro. Entretanto, enquanto as dores físicas podem ser tratadas com medicamentos ou exercícios, as dores emocionais, como a da rejeição, podem ser cultivadas por anos. (...) Causa uma dor maior quando quem rejeita são pessoas que nos afetam, de quem esperávamos amor e cuidado, como pais, cônjuges, filhos ou amigos que queremos por perto, de quem gostamos e/ou amamos” (CRUZ, 2019, p57). Em uma sociedade cada vez mais individualista, onde a busca por autorrealização, estruturada no diagrama ‘da hierarquia das necessidades’, de Abraham Maslow, leva as pessoas a viverem sob a premissa de que só se realizam encontrando a tão sonhada felicidade depois que as demais necessidades forem preenchidas, pode agravar ainda mais a situação de abandono dos idosos. Uma vez que essas necessidades englobam autoestima, necessidades afetivas (amar e pertencer), de segurança e proteção, e fisiológicas, segundo bem observa Jay E. Adams, para quem vive segundo essa premissa, é impossível se autorrealizar enquanto todas essas necessidades não forem preenchidas. Diante disso uma pessoa só caminhará na direção de amar e ajudar outras, quando estiver autorrealizada, obtendo a satisfação das necessidades de níveis mais baixos, o que dificilmente se alcança nessa vida, considerando que o Brasil é um país de 3º mundo. Logo, os idosos ficam por vezes esquecidos por seus próprios familiares, que estão na constante busca de suas realizações pessoais (ADAMS, 2007, p.39). A velhice é abordada em diversos estudos, como histórico, filosófico, antropológico, médico, jurídico, entre outros, como parte fundamental da vida humana, e torna-se no tempo contemporâneo uma etapa vital despertando atenção e precisa ser estudada com mais afinco e sensibilidade (EIZIRIK, 2013). Conclusões É preciso lançar luz ao envelhecimento, voltando os estudos também para a área do autocuidado, como busca do equilíbrio integral, não só nos aspectos físico, mental e social, mas também no aspecto espiritual, pois uma mulher na terceira idade bem cuidada em todo seu ser, encontrará além de bem-estar e melhor qualidade de vida, paz e harmonia, através de sua fé, para enfrentar as adversidades comuns da vida. O idoso além de enfrentar eventuais enfermidades, lida com sua personalidade e características que trazem ou não dificuldades de relacionamentos, realidade que é vivenciada em todas as etapas da vida humana, e não é diferente na velhice. Essa fase pode ser enfrentada também com novas experiências, aprendizados, trocas e mudanças de pensamento e comportamentos. A terceira idade ainda é uma etapa da vida humana, e deve ser vivenciada de forma dinâmica e vívida dentro da realidade de cada um, proporcionando prazer e contentamento, mesmo em meio às dificuldades comuns dessa linda fase. A roda de conversa é uma ferramenta poderosa, fornecendo um ambiente acolhedor, que proporcione saúde, conhecimento, instrução e também um local onde podem ser ouvidos e ensinados sobre o autocuidado. Referências bibliográficas ADAMS, Jay E. Autoestima: Uma perspectiva bíblica. 2ª ed. São Paulo. ABCB – Associação Brasileira de Conselheiros Bíblicos, 2007. p.39. BRASIL. Lei nº 10.741, 01º de outubro de 2003. Estatuto do Idoso. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Acesso em: 04 out. 2021. CRUZ. Elaine. Equilíbrio Emocional. Personalidade transformada pelo fruto do espírito. 2ª impressão. Rio de Janeiro. CPAD, 2019. EIZIRIK, Cláudio Laks; BASSOLS, Ana Margareth Siqueira. O ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, P,227-239, 2013. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Agência de notícias IBGE. Números de idosos cresce 18% em 5 anos e ultrapassa 30 milhões em 2017. Disponível em https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/20980-numero-de-idosos-cresce-18-em-5-anos-e-ultrapassa-30-milhoes-em-2017. Acesso em: 14 de setembro de 2021.
Título do Evento
10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento
Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PIRES, Flávia Teixeira Silva et al.. AUTOCUIDADO: UMA PERSPECTIVA EFICAZ NA TERCEIRA IDADE.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/431478-AUTOCUIDADO--UMA-PERSPECTIVA-EFICAZ-NA-TERCEIRA-IDADE. Acesso em: 01/05/2025

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