REFLEXÕES SOBRE A INFÂNCIA E O USO DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS

Publicado em 23/12/2021

Título do Trabalho
REFLEXÕES SOBRE A INFÂNCIA E O USO DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS
Autores
  • MONIKI AGUIAR MOZZER DENUCCI
  • FABRIZIA MIRANDA DE ALVARENGA DIAS
  • Elizabeth Matilda Oliveira Williams
  • Carlos Henrique Medeiros de Souza
Modalidade
Resumo Expandido e Trabalho Completo
Área temática
GT 28 - Informação, Educação e Tecnologias
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xc22021/431086-reflexoes-sobre-a-infancia-e-o-uso-das-redes-sociais-digitais
ISSN
Palavras-Chave
INFÂNCIA; TECNOLOGIA; REDES SOCIAIS DIGITAIS;
Resumo
Introdução As experiências com a evolução da internet e as redes sociais digitais permitiram uma nova configuração na sociedade, nela inserida a infância. Neste sentido, torna-se necessário falar sobre infância e o seu livre acesso às redes sociais digitais advindas em decorrência da evolução das tecnologias, em que a sociedade em rede é uma sociedade global, o que significa que todas as pessoas do mundo estão incluídas nessas redes, pois todos serão afetados pelos processos que ocorrem nas redes globais que constituem a estrutura social, em atividades que moldam e controlam as vidas humanas em todos os cantos do planeta (GOMES; TERÁN, 2014). A criança também passou por modificações, pois a criança também é a sociedade. O público infantil da atualidade não somente consome, mas cria comunicação, o que permite que ele transite entre os dois lados, sendo ao mesmo tempo influenciado e influenciador (FERRY, 2008). A disponibilidade ao mundo globalizado desde cedo permitiu e facilitou que as crianças tivessem acesso massivo às diversas mídias de comunicação e com o acelerar da vida cotidiana em um mundo globalizado cada vez mais rápido e tecnológico, as crianças que antes experenciavam brinquedos analógicos, passaram a ter cada vez mais, brinquedos digitais e paralelo a isso um novo “companheiro” nas “brincadeiras” – os smartphones (ANDRADE; COSTA, 2010). O presente trabalho justifica-se, pois, o desenvolvimento infantil se relaciona com mudanças relacionadas à idade e evidencia-se, pois, encontra-se pautada nas mudanças que advindas da tecnologia, nos levando a pensar com urgência e questionar o quanto o acesso do público infantil às redes sociais digitais podem influenciar no seu desenvolvimento. O objetivo do trabalho foi o de refletir acerca do uso das redes sociais digitais pelo público infantil. A metodologia do trabalho foi uma revisão bibliográfica através das bases Google acadêmico, Scopus e Scielo. . 1. Fundamentação teórica A infância na contemporaneidade está cercada pela conexão à internet. Não há como negar o quanto o acesso a internet pôde beneficiar a todos, principalmente no contexto pandêmico. Uma pesquisa realizada pelo Tic Kids Online Brasil aponta que mais de 24 milhões de crianças e adolescentes estão conectados e as medidas de isolamento contribuíram ainda mais para o aumento desse número em que a vida em sociedade passou a fluir conectada nas redes. A tecnologia vem mudando o cenário tanto no contexto educacional, quanto no brincar. São modificações que vieram conforme as tecnologias foram ficando mais acessíveis e conversando com a geração de crianças que já nascem diante delas. Neste sentido, paralelo a isso, observa-se infâncias em que a criança passou a ter importância/status social, ocupando lugar central na família, escola, mídia, sociedade, ancorados (FERRY, 2008). A tecnologia digital se faz presente em todos os contextos, construindo infâncias compostas por crianças que possuem intimidade com os aparatos tecnológicos, que acessam e interagem com a hipermídia e suas múltiplas linguagens desde cedo (SANTAELLA, 2004). Para tal, essa realidade traz a construção de uma nova infância e que de acordo com Dornelles (2005), podemos identificar o espaço da cyber-infância como o contexto em que as crianças convivem com as incertezas da liquidez dos tempos e as inseguranças da modernidade. Um fato que coaduna com as possibilidades de acesso, certamente é no que se refere ao consumo de conteúdo digital apropriado para a idade da criança e perigoso, além de incentivo ao consumo de produtos. As crianças migram de uma rede social a outra, produzem os conteúdos e compartilham. Experimentando brincadeiras com as mídias digitais que as colocam próximas umas das outras, em qualquer lugar onde estejam. Neste sentido, o crescente número de acesso do público infantil às redes sociais digitais promoveu uma modificação no panorama geral do processo comunicacional. Em outras palavras, criança e infância foram ressignificadas por esses processos, modificando, inclusive, os processos comunicacionais (ANDRADE; COSTA, 2010). 2. Resultados alcançados A criança passa a conceber enquanto seu mundo real o ambiente que o cerca. Desta forma, é possível afirmar que diferentes espaços de socialização, independentes de classes sociais, produzem indivíduos com perspectivas diferentes em relação a mesma realidade em que estão inseridos (MACHADO; WUO, 2019). Pois é interagindo que o indivíduo participa de situações e vivências que formam sua consciência e desta forma, internalizam habilidades cognitivas, conhecimentos, convicções e valores sobre o mundo que o cerca e de si próprio, podendo ser consideradas interações sociais e que estão na própria base do desenvolvimento como um todo (VYGOTSKY, 2003). As redes sociais digitais, voltadas para o incentivo ao consumo e acesso pelas crianças, utilizam-se de novas ferramentas que se valem da interdisciplinaridade entre o marketing, a psicologia, a economia e as técnicas de mapeamento cerebral, buscando compreender mais profundamente o que os consumidores pensam e como agem quando confrontados por um produto ou marca (GONÇALVES, 2015). Neste sentido, no que tange ao brincar, ao longo dos anos, esse tem se modificado e vem tomando novas formas. Desde a antiguidade apontam-se a existência de brinquedos e brincadeiras humanas nas mais diferentes culturas. Em uma perspectiva temporal da existência, o brincar vem promovendo na história muitas definições acerca de processos distintos. O brincar na era tecnológica mescla a relação entre infância, o brincar e as tecnologias digitais. Porém, assume uma configuração que recebe as influências mercadológicas. Assim, nos últimos anos, pode-se perceber uma mudança na cultura lúdica em que a criança se modificou com a chegada dos aparatos tecnológicos advindo das tecnologias digitais, fazendo-se necessário levar em conta as mudanças na sociedade, onde os espaços para as brincadeiras e os brinquedos já não são os mesmos e as brincadeiras tomaram novos ares, contando com a participação de brinquedos tecnológicos, smartphones, computadores e tablets (GOMES, 2017). Ainda segundos os autores, as brincadeiras constituem um espaço de flexibilidade, criação e inovação. Nesse espaço social, a subjetividade da brincadeira também é levada em conta por ser livre e criada a partir de situação imaginária dentro de um contexto cultural e social ao quais os atores pertencem, sendo estruturadas conforme os sistemas de significados culturais e da sua interação com seus pares ou com membros de sua cultura. Muitos influenciadores digitais valem-se de bordões e da produção de música, slogans e até um estilo de linguagem próprio, buscando evidenciar suas marcas, produtos e incentivando o consumo pelo público infantil e seus responsáveis, o que pode interferir na construção do seu processo linguístico, no que concerne à fala. Os vídeos estilo unboxing (aqueles que as pessoas abrem produtos, presentes etc.) por exemplo, são um gênero existente na plataforma do YouTube e no Instagram e os usuários encenam a surpresa ao abrir um determinado produto, observando todas as suas etapas e divulgando o produto em seus mínimos detalhes. As crianças imitam, faz parte do processo de desenvolvimento, de acordo com a Teoria Social Cognitiva proposta por Bandura, Azzi e Polydoro (2008), em que as crianças são influenciadas pela ação dos indivíduos da sociedade quando elas os observam desde sua infância, o que poderia afetar as questões relativas à personalidade, pois a experiência tem grande importância nessa formação. Elas passam a imitar, a incorporar na vida os costumes, atitudes, falas e brincadeiras vivenciadas no ambiente virtual. Por fim, corroborando esse pensamento, Castells (2010) ressalta que a identidade pode ser entendida como fonte de significado e experiência de um povo, pois, dessa forma, a identidade não é inata, sendo oriunda da mistura e articulação de experiências. Conclusões Por fim, conclui-se que a nova conjectura do brincar aliada às redes sociais digitais traz para o público infantil dois lados, os riscos e possíveis benefícios. A pesquisa traz enquanto conclusão de que as Redes sociais digitais se valem desses acessos para fomentar uma indústria de brinquedos e acessórios. Para além dos produtos, é possível evidenciar que existem as músicas, as danças e as condutas que são reforçadas e em muitos contextos situações em que as crianças não estão prontas para (maturidade cerebral) para compreender. Referências bibliográficas ANDRADE, P. D.; COSTA, M. V. Usando crianças para vender: infância e consumo na publicidade de revistas. Reflexão e Ação, v. 18, n. 2, p. 230-248, 2010. BANDURA, A.; AZZI, R. G.; POLYDORO, S. Teoria social cognitiva: conceitos básicos. Porto Alegre: Artmed, 2008. CASTELLS, M. Fim do milênio. Vol. 3. EUA: John Wiley & Sons, 2010. DORNELLES, L. V. Infâncias que nos escapam: da criança na rua à criança cyber. Petrópolis: Vozes, 2005. FERRY, L. Famílias, amo vocês: política e vida privada da era da globalização. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2008. GOMES, S. dos S. Infância e tecnologias. In: COSCARELLI, C. V. Tecnologias para aprender. São Paulo: Parábola, 2017. GOMÉZ, S. M. A.; TERÁN, E. N. Transtornos de Aprendizagem e Autismo. São Paulo: Editora Cultural S.A., 2014. GONÇALVES, A. C. O papel do neuromarketing na alimentação infantil. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2015. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Título do Evento
10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento
Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

DENUCCI, MONIKI AGUIAR MOZZER et al.. REFLEXÕES SOBRE A INFÂNCIA E O USO DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/431086-REFLEXOES-SOBRE-A-INFANCIA-E-O-USO-DAS-REDES-SOCIAIS-DIGITAIS. Acesso em: 10/09/2025

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