INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Publicado em 23/12/2021

DOI
10.29327/154029.10-100  
Título do Trabalho
INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Autores
  • Adriane Vidal Vaz
Modalidade
Resumo Expandido e Trabalho Completo
Área temática
GT 20 - Acessibilidade em tempos de Diversidade, Inclusão Social e Escolar
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/xc22021/422659-inclusao-de-alunos-com-deficiencia-intelectual-na-educacao-basica
ISSN
Palavras-Chave
inclusão, deficiência intelectual
Resumo
INTRODUÇÃO Este projeto faz parte de um estudo sobre o deficiente intelectual e sua inclusão na Educação Básica, mostrando como a inclusão escolar vem se constituindo na legislação brasileira desde a década de noventa. Serão contextualizados os aspectos históricos da inclusão, apresentado o processo de ensino aprendizagem de crianças com deficiência intelectual e algumas considerações na busca da melhoria da qualidade das respostas educativas para uma escola inclusiva. Para atingir os objetivos do trabalho, foram estudadas as políticas públicas educacionais vigentes em nosso país, o conceito atual de educação inclusiva; o processo de ensino-aprendizagem de pessoas com deficiência intelectual; o currículo e as práticas pedagógicas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e bibliográfica que discorre sobre o fenômeno da inclusão de crianças com deficiência intelectual na Educação Básica, suas expectativas de desenvolvimento e dificuldades de inclusão. Foi utilizado o método dialético, por possibilitar a análise da inclusão escolar em um contexto mais abrangente, diante das contradições deste fenômeno social. E ainda, estudando as dificuldades enfrentadas por professores, familiares e alunos, como reagem e identificam o problema a ser tratado e se há mudanças tanto no comportamento quanto no aprendizado dos alunos em turmas regulares e turmas especiais. 1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo Vygotsky, crianças com deficiência, podem se desenvolver como as outras, desde que sejam utilizadas metodologias de aprendizagens adequadas a sua condição. Para Vygotsky a inteligência não é inata, mas se constrói nas trocas constantes com o meio ambiente, o que implica em acreditar nas possibilidades de desenvolvimento do sujeito com necessidades educativas especiais. Nessa perspectiva, é preciso conhecer a plasticidade cerebral, pois a inteligência não é estática, mas dinâmica, podendo, portanto, evoluir. Assim, sabendo que um dos objetivos da educação é promover o desenvolvimento da inteligência, a escola tem um papel privilegiado nesse processo. Santos (2012), afirma que a Educação Especial precisa vencer algumas barreiras que limitam seu desenvolvimento a fim de atender as necessidades de todos que deveriam ter acesso aos serviços oferecidos por ela. Prieto (2006), diz que cabe à escola buscar meios que assegurem o atendimento das necessidades dos alunos adequando a educação inclusiva aos parâmetros e transformações da sociedade de hoje, a fim de dar continuidade ao desenvolvimento humano, diante da complexidade dos diferentes modos e tempos de aprender. Como diz Madeira-Coelho (2010), é preciso compreender os objetivos da educação inclusiva dentro dos princípios que sustentam o desenvolvimento humano, para que a escola propicie um ambiente capaz de atender às necessidades dos alunos na construção do seu desenvolvimento, assegurando o direito de permanência e excluindo as desigualdades e diferenças. A escola precisa assegurar não somente o acesso, mas a permanência do aluno com necessidades especiais e a continuidade dos estudos. Para Marchesi (2004), tanto a formação dos professores quanto o desenvolvimento profissional são fundamentais para produção de práticas integradoras positivas nas escolas, assim, para melhorar as práticas do professor, é preciso desenvolver seu conhecimento das diversidades dos alunos, como também os planos de trabalho para alunos com necessidades especiais precisam ser elaborados a partir dos conceitos sobre inclusão. E, as políticas públicas precisam focar na formação desses profissionais, dentro da visão da educação especial. 2 – RESULTADOS ALCANÇADOS Diante de muitas produções científicas e da disseminação das políticas de educação inclusiva, observa-se que nem sempre é dada a atenção devida aos próprios sujeitos sobre suas experiências de escolarização. Ao estudarmos sobre o cotidiano de jovens e adultos com deficiência intelectual, tendo como foco suas vivências escolares, observamos que, nem sempre, esses alunos têm experiências escolares adequadas que, de fato, garantam seu desenvolvimento, participação, aprendizagem e inclusão social. Os relatos, principalmente, dos que frequentaram o ensino comum, demonstram, com poucas exceções, um percurso de dificuldades e fracasso escolar, levando, em alguns casos, ao retorno à instituição especializada. A realidade retratada faz questionar a coerência entre as políticas e as propostas educacionais e a sua materialização no espaço e no cotidiano escolar. A concepção do processo de ensino e aprendizado, a composição curricular e as práticas pedagógicas predominantes, assim como as representações sociais docentes sobre esse público, ainda são impregnadas pela cultura meritocrática e classificatória, incompatível com uma educação para diversidade. Ressalta-se que a escuta desses estudantes, alvos das políticas e dos programas, precisa ser o ponto de partida para o desenvolvimento de procedimentos e de estratégias pedagógicas que estejam, de fato, em consonância com a perspectiva de inclusão escolar. Para isso, é importante adaptar o currículo às necessidades dos alunos, o que requer observações importantes para que sejam eficientes. Precisa ser dinâmico, flexível, de acordo com as particularidades de cada aluno, estar de acordo com a instituição de ensino, com o projeto pedagógico e com o trabalho do professor em sala de aula. A escola precisa, ainda, valorizar a participação da família como contribuição para o desenvolvimento intelectual do aluno com necessidade educacional especial, propondo atividades que façam sentir-se acolhido e confortável dentro do ambiente escolar, sendo respeitado e valorizado em suas diferenças. Glat (2015), diz que conhecimento das histórias de vida é de extrema relevância para o desenvolvimento de programas que possibilitem o bem-estar desses indivíduos, através de relações pessoais mais equilibradas e dispondo de maior autonomia nos diversos espaços sociais. As exigências do processo sociocultural instituído em comunidades resultam, muitas vezes, na marginalização e exclusão de diversos grupos de pessoas que sofrem diferentes formas de desigualdade e preconceito, devido às suas características físicas ou intelectuais. Nos últimos anos vem ocorrendo uma evolução política, conceitual e social no reconhecimento dos direitos e possibilidades de participação social das pessoas com deficiências. O movimento de inclusão escolar, apesar de todas as dificuldades, vem efetivando a escolarização no sistema regular de ensino tanto na Educação Básica, quanto no Ensino Superior. Também vem surgindo maiores possibilidades para a sua inclusão no mundo do trabalho e em outros espaços sociais. Durante a pesquisa, percebemos a importância da informação científica na valorização da diversidade humana, pois possibilita às pessoas aprenderem a conviver respeitando a diversidade e as especificidades sem preconceitos e sem discriminações. Porém, para que haja uma plenitude do atendimento digno à pessoa com deficiência intelectual, é preciso uma busca contínua de conhecimentos que sustentem a implantação e aplicação de políticas e mudanças atitudinais, de forma que a deficiência seja aceita como condição humana e não como problema. CONCLUSÕES Ainda existe grande resistência em aceitar o desafio colocado pelo processo de construção da escola inclusiva, por parte dos professores e de profissionais da educação, o que pode ser compreensível, diante da falta de formação para enfrentar esse desafio. Para que a inclusão escolar seja real o professor da classe regular precisa estar sensibilizado e capacitado para adequar sua forma de ensinar, a fim de atender às necessidades dos alunos, inclusive de alguns que tenham maiores dificuldades. A escola precisa, valorizar a participação da família como contribuição para o desenvolvimento intelectual do aluno com necessidade educacional especial, propondo atividades que façam sentir-se acolhido e confortável dentro do ambiente escolar, sendo respeitado e valorizado em suas diferenças. Acreditamos que quanto mais conhecermos, trocarmos informações e aprendizados sobre o que é a deficiência intelectual, e os possíveis tratamentos, mais a criança poderá desenvolver habilidades, terá seus pontos fortes valorizados, seu tempo de aprendizagem respeitado e sua independência incentivada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GLAT, Rosana. Falando de si: estudos sobre autopercepção e histórias de vida de pessoas com deficiência intelectual. Projeto de pesquisa, CNPq, 2015 MARCHESI, Álvaro. A prática das escolas inclusivas. Desenvolvimento psicológico e educação: transtornos de desenvolvimento e necessidades educativas especiais. Editora Artmed, Porto Alegre, 2004. MADEIRA-COELHO, C.M. Inclusão escolar. Desenvolvimento humano, educação e inclusão escolar. Brasília: UnB/UAB, 2010. PRIETO, Rosângela Gavioli. Atendimento escolar de alunos com necessidades educacionais especiais: um olhar sobre as políticas públicas de educação no Brasil. Summus Editorial, São Paulo, 2006. SANTOS, Daísy Cléia Oliveira dos. Potenciais dificuldades e facilidades na educação de alunos com deficiência intelectual. Educ. Pesqui. [online]. 2012, vol.38, n.4. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022012000400010&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1517-9702. https://doi.org/10.1590/S1517-97022012000400010
Título do Evento
10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Título dos Anais do Evento
Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
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Como citar

VAZ, Adriane Vidal. INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA.. In: Anais do 10º CONINTER - CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES. Anais...Niterói(RJ) Programa de Pós-Graduação em, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/xc22021/422659-INCLUSAO-DE-ALUNOS-COM-DEFICIENCIA-INTELECTUAL-NA-EDUCACAO-BASICA. Acesso em: 07/06/2025

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