A HISTÓRIA INATURAL DE ZORA NEALE HURSTON: ANTROPÓLOGA PIONEIRA E INSUBMISSA

Gabriel Nunes da Silva; Steffane Pereira Santos

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Resumo

Título do Trabalho

A HISTÓRIA INATURAL DE ZORA NEALE HURSTON: ANTROPÓLOGA PIONEIRA E INSUBMISSA

Autores

Gabriel Nunes da Silva
Steffane Pereira Santos

Modalidade

Resumo Simples

Área temática

Ciências Humanas

Data de Publicação

05/11/2021

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/wisci2021/338723-a-historia-inatural-de-zora-neale-hurston--antropologa-pioneira-e-insubmissa

ISBN

978-65-5941-395-9

Palavras-Chave

Zora Neale Hurston; Epistemicídio; Antropólogas Negras; Teoria Antropológica; Mulheres Cientistas

Resumo

O presente trabalho busca reconstruir a trajetória da antropóloga e poeta estadunidense Zora Neale Hurston (1891-1960). Zora Hurston foi uma antropóloga associada ao movimento atualmente conhecido como antropologia culturalista norte-americana. Esse movimento foi fundado pelo reconhecido Franz Boas, situado por alguns pesquisadores como um dos pioneiros da antropologia moderna, o qual orientou Hurston. Iniciou doutorado em Antropologia pela Universidade de Columbia, realizando pesquisas sobre a cultura e religiosidade negra no sul dos Estados Unidos e Caribe. Não obstante, sua proposta de suporte à pesquisa foi rejeitada em 1935. Foi uma mulher negra fazendo ciência na década de 1930, a única de sua universidade no período que frequentou. Estando em um espaço primordialmente composto por homens brancos, Hurston teve seu trabalho duramente criticado e marcado como “não científico” por utilizar-se de um certo caráter literário na sua forma de escrita, hoje entendida como original e visionária, além de sido adotada e difundida na antropologia contemporânea. Seu trabalho se encontra em um patamar semelhante ao de autoras/es reconhecidos no eixo da disciplina. Hurston passou por um processo continuado de apagamento e silenciamento que identificamos como epistemicídio, a partir da compreensão de Sueli Carneiro (2005), que pensa o epistemicídio como um processo de produção de indigência cultural, produzindo inferiorização intelectual e deslegitimando conhecimentos contra hegemônicos. No que tange a pesquisa acadêmica de Zora Hurston, seu foco inicial foi no estudo do folclore das populações afro-descentes do sul do Estados Unidos, essa primeira experiência despertou seu interesse em religiões de matriz africana que a levou ao Caribe, onde realiza pesquisa etnográfica com praticantes de Vodu no Haiti e de Obeah na Jamaica. Hurston também possui significativa produção no campo das artes como roteirista, dramaturga, poeta e romancista, cuja obra mais conhecida da carreira seria o romance “Seus olhos viam Deus”, publicado em 1937. A intelectual possui maior notoriedade pelo seu trabalho ficcional do que pelo acadêmico. Quando em vida, Zora Neale Hurston enfrentou uma série de obstáculos para publicação de suas obras e com financiamento de pesquisa. A autora foi uma figura envolta de polêmicas, tendo sua produção bastante rechaçada dentro e fora da academia. Em meio a tal circunstância, em 1950 ela publica esse texto “O que os editores brancos não publicarão”, em uma revista para e por pessoas negras; onde ela nos traz o debate sobre como os editores brancos, enquanto pessoas que detém poder sobre a indústria editorial, não tem interesse em publicar histórias diversas sobre pessoas negras, que esses editores que pessoas negras sejam sempre representadas da mesma forma, e isso seria assim porque os leitores brancos só aceitam negros de uma certa maneira.

Título do Evento: 2º Wi-Sci do IFNMG
Título dos Anais do Evento: Anais do Wi-Sci do IFNMG
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

SILVA, Gabriel Nunes da; SANTOS, Steffane Pereira. A HISTÓRIA INATURAL DE ZORA NEALE HURSTON: ANTROPÓLOGA PIONEIRA E INSUBMISSA.. In: Anais do Wi-Sci do IFNMG. Anais...Araçuaí(MG) IFNMG, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/wisci2021/338723-A-HISTORIA-INATURAL-DE-ZORA-NEALE-HURSTON--ANTROPOLOGA-PIONEIRA-E-INSUBMISSA. Acesso em: 14/06/2025