QUIZ COMO FERRAMENTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE CONCEITOS INICIAIS DE GENÉTICA.

Publicado em 24/09/2019 - ISSN: 2448-2110

Título do Trabalho
QUIZ COMO FERRAMENTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE CONCEITOS INICIAIS DE GENÉTICA.
Autores
  • Marcela Oliveira Afonso
Modalidade
COMUNICAÇÃO ORAL
Área temática
TECNOLOGIAS DIGITAIS E EDUCAÇÃO - O uso de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação para fins educacionais; plataformas e recursos digitais para formação inicial e continuada de professores; metodologias ativas de aprendizagem e tecnologias; inserção das tecnologias digitais nas escolas; políticas públicas para informatização de escolas e redes de ensino; história da tecnologia na educação; experiências didáticas com uso de TIC.
Data de Publicação
24/09/2019
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/vsemanadafacedufjf/166864-quiz-como-ferramenta-didatica-para-o-ensino-de-conceitos-iniciais-de-genetica
ISSN
2448-2110
Palavras-Chave
Estratégia de ensino, Tecnologias de Informação, Comunicação, Ensino de Biologia
Resumo
QUIZ COMO FERRAMENTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE CONCEITOS INICIAIS DE GENÉTICA. Marcela Oliveira Afonso marcelaoa@gmail.com Escola Estadual Delfim Moreira Universidade Federal de Juiz de Fora Mestranda PROFBIO / UFJF - Bolsista Capes Michele Munk michele.munk@ufjf.edu.br Universidade Federal de Juiz de Fora Coordenadora PIBID Biologia - Capes RESUMO Nos últimos anos estudos apontam que o uso de tecnologias são importantes ferramentas que podem proporcionar ao sujeito a construção do seu conhecimento (BRITO, 2008). Tomando o conceito de construção do conhecimento aquele em que o professor deve ajudar o alunos a, dentre outras apropriações, ampliar suas experiências sobre o mundo natural e tecnológico (SCHNETZLER, 2008). Ainda na busca por um processo de ensino-aprendizagem eficaz na educação formal, com um professor em sala de aula passando a atuar numa postura de provocador (SHUNEMANN, 2012). O papel do professor é fazer o aluno pensar, agir e promover novas reflexões, acompanhando os passos do educando na sua trajetória de construção do conhecimento. Nesse sentido, o professor-mediador deve ser sempre um pesquisador, não só de conhecimentos científicos, metodológicos, mas também da sua própria prática pedagógica (FREIRE, 2013). Os procedimentos didáticos, nesta nova realidade (aquela em que o professor se torna parte do processo de aprendizagem) devem privilegiar a construção coletiva dos conhecimentos, mediados pela tecnologia, na qual o professor é um particiante pró-ativo, intermediando e orientando esta construção (FARIA, 2004). Ainda nessa linha de pensamento caso o professor queira e não saiba, procure e não compreenda trabalhar com determinada tecnologia seu desafio e busca pelo conhecimento é ainda maior. Nas propostas pedagógicas atuais, ou seja, aquelas que buscam o aluno como protagonista, e colocam metodos ativos de ensinar, torna-se cada vez menor a utilização do quadro- negro, do livro-texto e do professor conteúdista, enquanto aumenta a aplicação de novas tecnologias. Elas se caracterizam pela interatividade, não-linearidade na aprendizagem, em outras palavras, é uma ‘teia’ de conhecimentos e um ensino em rede e pela capacidade de simular eventos do mundo social e imaginário. Não se trata, porém, de substituir o livro texto pelo texto tecnológico, a fala do docente e os recursos tradicionais pelo fascínio das novas tecnologias e somente seu único e exclusivo uso. Não se pode esquecer que os mais poderosos e autênticos "recursos" da aprendizagem continuam sendo o professor e o aluno que, conjunta e dialeticamente, poderão descobrir novos caminhos para a aquisição do saber. A mudança de paradigma requer um exercício muito intenso por parte da escola para repensar a dimensão da ‘distribuição do espaço e do tempo’ necessários às transformações e por parte do professor, refletindo sobre sua prática, porque ela representa o abrir mão da “certeza” do que se está propondo naquele momento e, acima de tudo, da crença de que o professor deve conhecer tudo como o grande mestre, o sábio. Desta visão, passamos para um professor consciente do seu papel de mediador no processo de construção do conhecimento do aluno. Construção esta que passa pela interatividade com materiais/recursos e colegas em ambientes de aprendizagem disponibilizados pelo professor e pela escola moderna. Em seu trabalho Bento (2013) evidenciou o entendimento do celular para um grupo de docentes e discutiu que, mesmo sendo um recurso proibido por Decreto Estadual (na época) o celular pode ser um recurso didático a ser utilizado em diferentes momentos na escola, desde que conste no planejamento do plano de aula do docente e da instituição escolar. Para isto é necessário que o corpo docente, as famílias e a escola comuniquem-se e promovam um trabalho colaborativo. Atualmente a legislação em vigor diz ser vedado o uso do aparelho celular e outros aparelhos eletrônicos que "possam prejudicar a concentração de alunos e professores, salvo em atividades com fins pedagógicos" (MINAS GERAIS, LEI Nº 23.013, DE 21 DE JUNHO DE 2018). Leis como esta mostram o avanço no entendimento de ferramentas eletrônicas como auxiliares no processo de ensino-aprendizagem. Atividades em grupos heterogêneos se justificam em um ambiente em que há diversidade de opiniões e argumentos, o pensamento e o discurso individuais serão mais ricos, desde que o professor apresente aos alunos situações-problema que os façam pensar, falar e agir (PEDRANCINI, 2011). Já que o celular (smartphone) é um aparelho tão presente na vida do aluno seu uso pode deixá-lo mais à vontade para expor suas habilidades e consequentemente seu conhecimento. É importante aqui mudar o objetivo da utlização deste aparelho para a geração de conhecimento e estímulo ao aprendizado. Visto que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) estão presentes no cotidiano dos alunos, e que poderão fazer parte da sua vida profissional, é esperado que elas sejam exploradas nas escolas. Nesse contexto, a utilização das TIC e das ferramentas da WEB 2.0 em Google Docs, Google Forms e Flubaroo, podem ser ferramentas que contribuem para se conseguir um ensino e aprendizagem de qualidade. (PÁDUA, 2016). O desenvolvimento da técnica, da ciência e da tecnologia devem ser entendidos em estreita relação com as determinações sociais, políticas, econômicas, culturais e ambientais. Essas atividades constróem uma relação do homem com a natureza; é o esforço humano em criar instrumentos que superem as dificuldades das barreiras naturais. Neste sentido é que se pode afirmar que a história do homem e da técnica são entrelaçadas e que a técnica é tão antiga quanto o homem. Ela, a técnica, tem sua gênese com a utilização de objetos que se transformam em instrumentos naturais; estes vão se complexificando no decorrer do processo de construção da sociedade humana (PINTO, 2000). No presente trabalho foi criado um formulário no software Google Forms com a pergunta "É uma característica genética?" e em seguida alguns atributos em seres humanos como cor do cabelo e tipo sanguíneo; e algumas condições como depressão e miopia foram mostrados aos alunos que responderam "sim" ou "não". As características trabalhadas totalizam 15 atributos. O quiz pode ser respondido através do QR Code abaixo (Figura 1). A atividade foi desenvolvida em 4 turmas de terceiro ano do Ensino médio Escola Estadual Delfim Moreira localizada na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. A abrangência do trabalho foi de aproximadamente 135 alunos. O grupo de alunos alcançado é muito heterogêneo uma vez que a escola se encontra na região central da cidade e atende praticamente todos os bairros. Os alunos são da faixa etária entre 17 e 19 anos e, em sua maioria tem pretensão de continuar os estudos em um curso superior. A forma de ingresso na qual a grande maioria almeja esse ingresso é o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Os alunos foram organizados em grupos de acordo com afinidade entre eles, com o critério que pelo menos um dos integrantes do grupo ter um smartphone com acesso a internet. Foi disponibilizado o link para o formulário e, ao mesmo tempo, os grupos começaram a responder. Alguns dos critérios não tem uma resposta precisa, exata ou mesmo dependem do ambiente e não podem ser respondidas com um simples "sim" ou "não". Essas questões levaram, propositalmente, os alunos a uma discussão mais aprofundada. Por exemplo, a atividade perguntava sobre a característica "cor do cabelo", ela é genética, mas existem as pessoas que pintam o cabelo, num outro extremo existe a característica "tipo sanguíneo" que seguramente vem dos genes recebidos dos progenitores e não pode ser modificada ao longo da vida. Outro tipo de questão colocada foi por exemplo o câncer e a depressão. Esses distúrbios podem ter influência genética mas está intimamente relacionado com o estilo de vida da pessoa. O acompanhamento da atividade foi realizado em tempo real, ao finalizar os grupos, estes foram orientados a conferirem suas respostas. Vale ressaltar que o próprio formulário mostra, ao final, as respostas corretas. Este momento foi muito rico pois os alunos se surpreenderam com algumas questões e conversaram bastante sobre as respostas que deram. Como a própria estratégia proporciona correção automática, os alunos puderam imediatamente encontrar seus equívocos, discutir e oportunizar a aprendizagem significativa. Nesse contexto foi possível observar o processo de aprendizagem acontecendo a partir do próprio debate entre os alunos. Os alunos participaram ativamente na resolução da atividade. Como algumas características trabalhadas não tem resposta precisa, e sim dependem de um contexto, serviram para "perturbar" e provocar discussão, reflexão e caminho para a aprendizagem. Foi importante a necessidade de salientar que algumas doenças podem se agravar por diversos fatores comportamentais e ambientais. Em sua totalidade os estudantes mostraram bastante facilidade com a metodologia deixando a energia e memória de trabalho para a discussão entre os participantes do grupo e resolução da atividade. A atividade proporcionou um alto engajamento dos alunos (Figura 2), provavelmente pelo fato de usar um material tão familiar para os alunos (o celular). Os alunos relataram extrema facilidade na execução da atividade o que pode ter proporcionado, menos carga na memória de trabalho, e portanto mais dinamismo, destreza, habilidade e envolvimento na atividade. De acordo com observação, a análise das respostas e estudo da pesquisa de satisfação foi colocado por alguns alunos o fato de ser mais fácil. Porém, existe também a distração quando se está estudando ao celular (ou ao computador) com conexão à rede mundial de computadores, nesse contexto, devemos, como professores facilitadores, evidenciar essa problemática, mas, ao mesmo tempo, colocando o aluno responsável pela sua aprendizagem, deixar que a escolha seja dele. Nem todas as características foram discutidas, dúvidas mais gerais foram abordadas e respondidas como miopía e tipos sanguíneos. Mas questões mais complexas foram deixadas para pesquisas e discussões posteriores. A conversa foi de acordo com os questionamentos dos alunos e essas dúvidas puderam nortear a aula seguinte sobre qual texto seria lido e interpretado. Os alunos ainda responderam uma avaliação anônima a fim de procurar avaliar seu desempenho e engajamento na aula com o uso da tecnologia. Esse questionário foi analisado e a frequência das palavras mais repetidas está mostrada na figura 3. Analisando a figura podemos perceber que os alunos além de gostarem da atividade entenderam que ela foi importante para seu conhecimento e ainda demonstraram facilidade na sua execução. Como mostrado por Mercado (2002) e também evidenciado neste trabalho as tecnologias formam um elo de ligação entre o conhecimento acadêmico, novas ideias e a importância do professor se colocar no lugar do aluno, já que ele tem que aprender e pesquisar mais. As tecnologias ainda são fundamentais quando os alunos se unem para estudar, debater, auxiliam no seu desenvolvimento pessoal e cognitivo, facilitando no trabalho interdisciplinar, interação e criatividade. Portanto, pode-se concluir que o uso de novas tecnologias tanto para a introdução de conceitos quanto para a consolidação desses é eficaz. A análise se mostrou positiva no engajamento do aluno que mostra facilidade, habilidade, emoção e divertimento. Mas vai além disso quando interfere também na sua aprendizagem, visto que foi observado aproveitamento, gerou discussão, crescimento cognitivo e interesse à pesquisa. Ao final a ferramenta, mesmo sendo muito nova ao professor, e diferente ao aluno em sala de aula, se mostrou bastante efetiva. Figura 1 - QR Code para acesso a atividade utilizado pelos alunos. Figura 2 - Alunos da turma 3C dedicados sobre o celular respondendo as questões do quiz. Figura 3: Frequência de palavras feita após a aula através do software NVivo Palavras-chave: Estratégia de ensino; Tecnologias de Informação e Comunicação; Ensino de Biologia REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENTO, M. C. M. e CAVALCANTE, R. dos S. Tecnologias Móveis em Educação: o uso do celular na sala de aula. ECCOM, v. 4, n. 7, jan./jun. 2013. Disponível em: <https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/51261673/596-1850-1-PB.pdf?response-content-disposition=inline%3B%20filename%3DTecnologias_Moveis_em_Educacao_o_uso_do.pdf&X-Amz-Algorithm=AWS4-HMAC-SHA256&X-Amz-Credential=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A%2F20190916%2Fus-east-1%2Fs3%2Faws4_request&X-Amz-Date=20190916T185136Z&X-Amz-Expires=3600&X-Amz-SignedHeaders=host&X-Amz-Signature=a9bb01a8abec615640e1592cb34172b8f294df83c7403c860810b84b36cd7a22> Acesso em 14 de setembro de 2019 BRITO, G. da S.; DA PURIFICAÇÃO, I.. Educação e novas tecnologias. Editora Ibpex, 2008. FARIA, E. T. O Professor e as Novas Tecnologias. 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Disponível em <http://www.infoteca.inf.br/endipe/smarty/templates/arquivos_template/upload_arquivos/acervo/docs/1486p.pdf> Acesso em 26 de setembro de 2018. SCHNETZLER, R. P. Construção do conhecimento e ensino de ciências. Em Aberto, v. 11, n. 55, 2008.
Título do Evento
V Semana da Faced X Semana da Educação - A Educação tem futuro? Desafios e possibilidades
Cidade do Evento
Juiz de Fora
Título dos Anais do Evento
Anais da V Semana da Faced e X Semana da Educação: A Educação tem futuro? Desafios e Possibilidades
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

AFONSO, Marcela Oliveira. QUIZ COMO FERRAMENTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE CONCEITOS INICIAIS DE GENÉTICA... In: Anais da V Semana da Faced e X Semana da Educação: A Educação tem futuro? Desafios e Possibilidades. Anais...Juiz de Fora(MG) UFJF, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/vsemanadafacedufjf/166864-QUIZ-COMO-FERRAMENTA-DIDATICA-PARA-O-ENSINO-DE-CONCEITOS-INICIAIS-DE-GENETICA. Acesso em: 01/05/2025

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