CORPO, SEXUALIDADE E SAÚDE MENTAL: OLHARES (IN)VISÍVEIS

Publicado em 16/05/2016 - ISSN: 2238-2208

Campus
Faculdade DeVry | Ruy Barbosa (Campus Rio Vermelho)
Título do Trabalho
CORPO, SEXUALIDADE E SAÚDE MENTAL: OLHARES (IN)VISÍVEIS
Autores
  • luciene figueiredo
Modalidade
Comunicação Oral
Área temática
Psicologia
Data de Publicação
16/05/2016
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
www.even3.com.br/Anais/viimostradevry/29476-CORPO-SEXUALIDADE-E-SAUDE-MENTAL--OLHARES-(IN)VISIVEIS
ISSN
2238-2208
Palavras-Chave
Gênero, Poder, Sexualidade
Resumo
Em uma instituição psiquiátrica no município de Salvador (e outras instituições como o colônia – Barbacena, Juquery, Hospital psiquiátrico de Ribeirão Preto-SP e outros que já foram citados ao longo dessa dissertação), onde seja qual for a instituição lembramos de Goffman (1961) quando em uma das sessões do seu livro ela fala sobre ‘regras de casa’. Tem-se registros de profissionais que reproduzem as falas bem recorrentes, e excessiva, utilizadas pelas pacientes e, que estão associadas ao ato sexual. Libido, erotização ou louca em surto? As manifestações sexuais das pacientes ‘loucas’ também nos sugere que cada uma a sua maneira afirma ser ‘louca’, ‘doente’, ‘norma’, ‘ter uma coisa no corpo ou na cabeça’. O que me remete a Foucault quando em Doença Mental e Psicologia (1975), ninguém melhor do que o paciente para expressar o que ele mesmo sente sobre a sua patologia. Entretanto, sabe-se que a internação cronifica o estado das pacientes, tenham ou não o diagnóstico ‘verdadeira de patologia mental. Cada profissional de saúde seja pelo preconceito ou pela incapacidade de lidar as manifestações de sexualidade das portadoras de transtornos mentais utiliza um modo particular de percepção da sexualidade e uso de sinônimos muitas vezes pejorativos que acaba por desvelar seu juízo de valor e, que de forma tende a uma ‘naturalização banal’ da cena de manifestação sexual. A mulher-louca manifesta e expressa seus sentimentos de modo próprio e intransferível. A repressão da sexualidade, nestes indivíduos, pode alterar seu equilíbrio interno, inclusive levando-a à crises dependendo da circunstâncias da repressão.A marginalização da loucura é revelada por Arbex (2013) nos relatos do Colônia, hospital de Barbacena, no século XX, onde embarcar no vagão deste trem e “ao receberem o passaporte para o hospital, os passageiros tinham sua humanidade confiscada”. (p.28) para uma viagem de ida sem retorno. Um medo socialmente explicado pela história da loucura e pela historiografia da mulher que perturbava a comunidade de vir a ser acometida pela loucura das fêmeas ‘ensandecidas’ e, colônia de Barbacena era uma prisão para contê-las do próprio mal. O vagão do trem de Barbacena (ARBEX, 2013) pode ser semelhante a imagem Nau dos Loucos de Bosh que descreve Foucault também na sua História da Loucura (2008). Ambos ‘meios de transportes’ expressam a segregação social da loucura, não necessariamente, doença mental. Todos nós temos mecanismos individuais de defender-se pela psique frente à angústia e à dor, seja ela de qualquer natureza. Mas qual defesa é possível quando o corpo está sob uma dominação química e/ou mecânica? Como uma mulher louca pode ‘gritar’ por sua autonomia em um espaço manicomializado ? onde seu corpo e subjetividade são dominados-controlados-vigiados? Ora, como sujeitos sociais com expressão da linguagem hoje no século XXI convivem entre a liberdade da sociedade até chegar à clausura de um internamento de um familiar? Quais motivos justificam contrastes incríveis para não dizer predatórios que se estabelecem com a passagem da natureza para a cultura. Há um fracasso da ‘cultura contemporânea’ no manejo em sociedade com a mulher, com a loucura e com o corpo feminino vigiado-fetichizado? Se a louca tem uma patologia mental, a sua família e, por consequência, a sociedade vive uma patologia da razão. Não chame de modernidade, moderna o que é do XVIII para cá... Logo como Psicóloga infiro uma ‘impossibilidade’ da ciência psicológica equacionar a dissensão entre natureza e cultura. Pela sua própria constituição histórica a Psicologia que se instituiu em nossa sociedade era uma ciência conservadora que “ajuda a acobertar as condições sociais que constituem o homem” e propunha uma Psicologia que tivesse uma visão pragmática, objetiva do indivíduo, visando à sua adaptação na sociedade. Esta pesquisa é resultante uma pesquisa de doutorado em andamento no Programa de Pós-graduação em Família na Sociedade Contemporânea.
Título do Evento
VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil
Cidade do Evento
Fortaleza
Título dos Anais do Evento
Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI
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Como citar

FIGUEIREDO, luciene. CORPO, SEXUALIDADE E SAÚDE MENTAL: OLHARES (IN)VISÍVEIS.. In: Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil. Anais... BELÉM, CARUARU, FORTALEZA, JOÃO PESSOA, MANAUS, RECIFE, SALVADOR, SÃO LUÍS, SÃO PAULO, TERESINA: DEVRY BRASIL, 2016. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/viimostradevry/29476-CORPO-SEXUALIDADE-E-SAUDE-MENTAL--OLHARES-(IN)VISIVEIS. Acesso em: 20/04/2024

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