AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NO COMBATE A PATOLOGIZAÇÃO DA VIDA.

Publicado em 16/05/2016 - ISSN: 2238-2208

Campus
DeVry | Fanor
Título do Trabalho
AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NO COMBATE A PATOLOGIZAÇÃO DA VIDA.
Autores
  • Martina Edwiges Maia Vieira
  • Kelly Moreira de Albuquerque
Modalidade
Comunicação Oral
Área temática
Psicologia
Data de Publicação
16/05/2016
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
www.even3.com.br/Anais/viimostradevry/29208-AS-CONTRIBUICOES-DA-PSICOLOGIA-NO-COMBATE-A-PATOLOGIZACAO-DA-VIDA
ISSN
2238-2208
Palavras-Chave
Patologização do cotidiano, Medicalização da vida, Contemporaneidade, Psicologia, Subjetividade.
Resumo
O presente trabalho oferece apontamos para a problematização referente a patologização da vida na contemporaneidade, estabelecendo as possibilidades de contribuição da Psicologia na discussão da temática. Acredita-se que os valores reforçados pela cultura, enredados a busca de autonomia, desempenho, bem estar e qualidade de vida, sobretudo presentes nos discursos e práticas da ciência moderna, alteram e modificam os modos pelos quais os homens se relacionam com seu sofrimento psíquico e, consequentemente, simbolizam este elemento nos laços sociais que estabelecem com os seus. De fato, atualmente, experiências inerentes a existência humana, quer dizer, vivências que indicam as intermitências do devir do homem, como luto, crises conjugais, dificuldades escolares, tristeza, impasses laborais, dentre outros, são tomadas como objetos clínicos de atenção terapêutica haja vista constituírem-se enquanto sinais de risco para o desencadeamento de transtornos somáticos e/ou psíquicos. Ora, tal racionalidade faz com que os indivíduos se percebam a si próprios enquanto doentes, fato que reduz a capacidade deste de produzir narrativas que deem suporte e o façam elaborar esses conflitos existenciais de modo ativo e empoderado. Neste sentido, parece que todas as ações do homem devem ter como motor a busca pela felicidade plena, significada em termos de domínio e controle da vontade de si. Trata-se de um estudo teórico que se organiza metodologicamente da seguinte forma: primeiramente, apresenta-se uma análise crítica sobre a cultura contemporânea, mais precisamente, as insígnias simbólicas que a constitui. Sabe-se que a contemporaneidade, em seu processo de ressignificação de valores, eleva o discurso médico a categoria de força motriz a partir da qual o homem deve imprimir valor a suas escolhas. O sofrimento hoje não é suportado. Na modernidade, o homem passa a ser o centro. Porém, ele ficou desamparado. A liberdade o colocou em uma posição de não saber o que fazer consigo próprio, então veio a crise. A figura do que é “anormal” é, então, fruto dos mecanismos de poder, como mídias, cultura, sociedade, economia, etc. Então, busca-se por métodos de suprir o sofrimento de forma imediata, como o uso de medicamentos, mesmo que isso custe não vivenciar momentos que são inerentes a experiência humana. Em seguida, discute-se o processo pelo qual condutas cotidianas são transformadas em patologias a serem tratadas. Sabe-se que o processo de ampliação da psiquiatria, outrora alocada nos hospitais psiquiátricos, em que a loucura era tratada enquanto doença mental, aumentou consideravelmente seu espaço de intervenção, estando hoje presente na comunidade e endereçando-se ao indivíduo normal. Hoje a indústria farmacológica tem sempre um remedinho milagroso para “curar” dores emocionais, ansiedades, tristezas e angústias. A imposição da sociedade por produtividade e sucesso, não permite que o sujeito se permita viver momentos de dor e sofrimento por considera-los empecilhos à vida. Desta forma, a medicalização se tornou a melhor solução para se evitar qualquer mal-estar e cumprir com o que a cultura da exaltação do Eu nos impõe: a felicidade permanente. Por fim, investiga-se a construção dos modos de subjetivação reforçados pela cultura e sua tendência em patologizar comportamentos e atitudes que fogem do parâmetro considerado normal, evidenciando os efeitos deste processo de patologização de condutas cotidianas sobre a existência mundana do indivíduo. Conclui-se afirmando a psicologia então, precisa se atentar a esse processo, e não estar também contribuindo para diagnósticos e rotulações conceituais que visam enquadramento do sujeito. O proposito aqui não é invalidar a psiquiatria e a farmacologia, porém é visto que a subjetividade e a historia individual são importantes no processo de sofrimento que é inerente a existência humana.
Título do Evento
VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil
Cidade do Evento
Fortaleza
Título dos Anais do Evento
Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI
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Como citar

VIEIRA, Martina Edwiges Maia; ALBUQUERQUE, Kelly Moreira de. AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NO COMBATE A PATOLOGIZAÇÃO DA VIDA... In: Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil. Anais... BELÉM, CARUARU, FORTALEZA, JOÃO PESSOA, MANAUS, RECIFE, SALVADOR, SÃO LUÍS, SÃO PAULO, TERESINA: DEVRY BRASIL, 2016. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/viimostradevry/29208-AS-CONTRIBUICOES-DA-PSICOLOGIA-NO-COMBATE-A-PATOLOGIZACAO-DA-VIDA. Acesso em: 29/03/2024

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