O MITO DA MATERNIDADE EM “QUANTOS FILHOS NATALINA TEVE?”

Publicado em 27/01/2022

Título do Trabalho
O MITO DA MATERNIDADE EM “QUANTOS FILHOS NATALINA TEVE?”
Autores
  • Dalva Ribeiro Vieira
  • Fernanda Valim Côrtes Miguel
Modalidade
Resumo da Pós-Graduação
Área temática
Ciências Humanas
Data de Publicação
27/01/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiisintegraufvjm/442404-o-mito-da-maternidade-em-quantos-filhos-natalina-teve
ISSN
Palavras-Chave
maternidade; literatura brasileira contemporânea
Resumo
A presente comunicação pretende refletir sobre a representação da maternidade na narrativa Quantos filhos Natalina teve?, conto do livro Olhos d’água (2014), de Conceição Evaristo. O trabalho é um recorte inicial de uma pesquisa de mestrado em andamento que pretende refletir sobre a representação da maternidade em três obras da literatura brasileira contemporânea de autoria de mulheres. A imagem da mulher-mãe e a concepção de que toda mulher possui um instinto materno e que só se realiza no casamento e na maternidade foram e continuam sendo difundidas na sociedade a ponto de serem praticamente inquestionáveis. Nas novelas, propagandas, obras literárias e em outras manifestações culturais são ainda constantemente reproduzidas. Em parte dessas representações, as personagens femininas nos são apresentadas como boas esposas, mães extremosas e parecem não ter outros anseios e desejos que as afastem desses papeis sociais. Diante desse contexto, uma mulher que revele não desejar casamento e filhos, uma mãe que confesse não se sentir feliz com a maternidade, não ter vontade de cuidar ou de amamentar passa por um processo de silenciamento e invisibilidade e nem sempre consegue ser compreendida. De acordo com Elizabeth Badinter (1985), a maternidade é um termo sagrado, um espaço simbólico de difícil questionamento, uma vez que a concepção de mãe permanece no inconsciente coletivo relacionada à Maria, símbolo do indefectível amor incondicional. A autora esclarece que, embora se possa afirmar que esse sentimento sempre tenha existido e atravessado gerações e culturas, ele foi sendo transformado e reconhecido de diferentes maneiras ao longo do tempo, da mesma maneira que o conceito de infância não foi o mesmo em todas as épocas. Em “Quantos filhos Natalina teve?” (2014), Evaristo apresenta uma personagem que tensiona os limites da experiência com a maternidade, rompendo com as expectativas estereotipadas sobre o mito do amor materno. A narrativa conduz o leitor ao questionamento sobre a construção do amor maternal. No conto, Natalina vivencia sua quarta gravidez, fruto de um estupro. Contraditoriamente, este filho é o único que ela realmente deseja, já que os anteriores ela havia tentado abortar, doar, expressando não ter sentido nenhum afeto por eles: “Não aguentava se ver estufando, estufando, pesada, inchada e aquele troço, aquela coisa mexendo dentro dela. Ficava com o coração cheio de ódio” (EVARISTO, 2014, p.45). As análises iniciais partiram também do diálogo teórico propositivo com autoras como Butler Heleieth Saffioti (1986), Judith Butler (2006) e Paula Cristina Silva (2020).
Título do Evento
VIII SEMANA DA INTEGRAÇÃO: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana de Integração: Ensino, Pesquisa e Extensão da UFVJM
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

VIEIRA, Dalva Ribeiro; MIGUEL, Fernanda Valim Côrtes. O MITO DA MATERNIDADE EM “QUANTOS FILHOS NATALINA TEVE?”.. In: Anais da Semana de Integração: Ensino, Pesquisa e Extensão da UFVJM. Anais...Diamantina(MG) UFVJM, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIISINTEGRAUFVJM/442404-O-MITO-DA-MATERNIDADE-EM-QUANTOS-FILHOS-NATALINA-TEVE. Acesso em: 12/05/2025

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