PERSPECTIVISMO AMERÍNDIO E ARTE RUPESTRE: UMA POSSIBILIDADE INTERPRETATIVA PARA SÍTIOS NA BAHIA

Publicado em 26/05/2025 - ISBN: 978-65-272-1355-0

Título do Trabalho
PERSPECTIVISMO AMERÍNDIO E ARTE RUPESTRE: UMA POSSIBILIDADE INTERPRETATIVA PARA SÍTIOS NA BAHIA
Autores
  • Carlos Alberto Santos Costa
  • Henry Luydy Abraham Fernandes
Modalidade
Comunicação Oral
Área temática
Sessão Temática 4: Teoria, Método e Tecnologias em Arte Rupestre.
Data de Publicação
26/05/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiiabar/1080435-perspectivismo-amerindio-e-arte-rupestre--uma-possibilidade-interpretativa-para-sitios-na-bahia
ISBN
978-65-272-1355-0
Palavras-Chave
Perspectivismo Ameríndio, Arte Rupestre, Morro do Chapéu, Bahia
Resumo
O propósito dessa investigação é refletir sobre a necessidade de superação da estagnação epistemológica nos estudos da Arte Rupestre no Brasil, em especial na Bahia. Para tanto, aprofundamos reflexões sobre o Perspectivismo Ameríndio, como possibilidade interpretativa de algumas representações rupestres identificadas em sítios da Chapada Diamantina, especialmente das Serras Nua eIsabel Dias, no município de Morro do Chapéu, Bahia. Segundo Viveiros de Castro enunciou em 1996, o Perspectivismo Ameríndio corresponde a uma concepção de existência, adotada por muitos povos indígenas do continente americano, segundo a qual “o mundo é habitado por diferentes espécies de sujeitos ou pessoas, humanas e não humanas, que o apreendem segundo pontos de vista distintos”. Essa forma de perceber a existência humana quebra com a distinção “natureza-cultura” estabelecida no pensamento ocidental, na medida em que admite outras formas de humanidade, baseadas sempre no ponto de vista de quem as estabelece. Assim, o olhar das demais categorias de animais, distintos da espécie homo sapiens , sobre as diferentes coisas lhes confere o status de humanidade. Ou seja, a humanidade está na perspectiva de quem olha, no ponto de vista, e não no fenótipo, conforme rege o pensamento ocidental. O Perspectivismo Ameríndio, como forma de compreensão das diferentes culturas, aplica-se às sociedades atuais, às quais os antropólogos têm acesso. A Arte Rupestre deriva de culturas extintas, sem elo conhecido de continuidade histórica com grupos humanos contemporâneos. Por isso, a proposição guarda em si a necessidade de um exercício comparativo cauteloso, para não imposição às culturas extintas das cosmovisões das culturas atuais. Ademais, essa proposta traz um implícito determinista, o da existência de formas de percepção do mundo, com grande persistência espaço-temporal, comuns entre os grupos ameríndios extintos e atuais, observáveis por meio da materialidade. Metodologicamente, esta pesquisa foi desenvolvida a partir de três grandes etapas: - Aprofundar o estudo do Perspectivismo Ameríndio, a partir da literatura clássica do tema, especialmente Eduardo Viveiros de Castro, Aparecida Vilaça e Tânia Stolze Lima, dentre outros. - Realizar levantamento de sítios rupestres nas Serras Nua e Isabel Dias, que demonstrem elementos passíveis de analogias com as teorias relacionadas ao Perspectivismo Ameríndio. - Desenvolver protocolos de análise da Arte Rupestre do Nordeste do Brasil, especialmente, do estado da Bahia, a partir das teorias 'perspectivistas', com foco no estudo de caso. Não se vislumbra aplicar de forma direta as teorias 'perspectivistas' sobre os estudos da Arte Rupestre, mas buscar compreender como alguns aspectos com expressões materiais dessa teoria – observadas nas discussões sobre a noção de corpo, roupas, espírito, metamorfose, sobrenatureza etc. – podem ser percebidos nas pinturas. A tentativa é de uma analogia antropológica-arqueológica. Por essa razão, percebemos o Perspectivismo Ameríndio como uma alternativa para a superação ou, de outra forma, como uma nova possibilidade interpretativa aos sítios rupestres.
Título do Evento
VIII Reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre. Arte Rupestre: Ciência, Economia Criativa e Sustentabilidade Social
Cidade do Evento
Nova Olinda
Título dos Anais do Evento
Anais da reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre: arte rupestre, ciência, economia criativa e sustentabilidade social
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

COSTA, Carlos Alberto Santos; FERNANDES, Henry Luydy Abraham. PERSPECTIVISMO AMERÍNDIO E ARTE RUPESTRE: UMA POSSIBILIDADE INTERPRETATIVA PARA SÍTIOS NA BAHIA.. In: Anais da reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre: arte rupestre, ciência, economia criativa e sustentabilidade social. Anais...Nova Olinda(CE) Fundação Casa Grande, 2025. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/viiiabar/1080435-PERSPECTIVISMO-AMERINDIO-E-ARTE-RUPESTRE--UMA-POSSIBILIDADE-INTERPRETATIVA-PARA-SITIOS-NA-BAHIA. Acesso em: 02/08/2025

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