CONFLUÊNCIAS: CADASTRAMENTO PARTICIPATIVO DE SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS NO PARQUE NACIONAL CATIMBAU, TERRA INDÍGENA KAPINAWÁ, PERNAMBUCO.

Publicado em 26/05/2025 - ISBN: 978-65-272-1355-0

Título do Trabalho
CONFLUÊNCIAS: CADASTRAMENTO PARTICIPATIVO DE SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS NO PARQUE NACIONAL CATIMBAU, TERRA INDÍGENA KAPINAWÁ, PERNAMBUCO.
Autores
  • Moysés Marcionilo de Siqueira Neto
  • José Ronaldo França de Siqueira
  • Demétrio da Silva Mützemberg
  • Diana Do Nascimento Lima
Modalidade
Comunicação Oral
Área temática
Sessão Temática 3: Arte Rupestre, Diálogos, Ética e Participação Comunitária-colaborativa.
Data de Publicação
26/05/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiiabar/1080399-confluencias--cadastramento-participativo-de-sitios-arqueologicos-no-parque-nacional-catimbau-terra-indigena-ka
ISBN
978-65-272-1355-0
Palavras-Chave
arqueologia pública; território indígena; cadastramento arqueológico
Resumo
Em 2024, o arqueólogo indígena Ronaldo Kapinawá convidou o Grupo de Pesquisa Arqueologia dos Povos Originários do Semiárido (APOS/UFPE) para realizar o cadastramento de novos sítios arqueológicos com vestígios de pinturas rupestres no Parque Nacional do Catimbau (Parna Catimbau/ICMBio), em área de sobreposição da Terra Indígena Kapinawá, em Pernambuco. O cadastro de sítios arqueológicos é um processo fundamental para a gestão do patrimônio arqueológico, tanto para pesquisas sistemáticas, como para o sistema de preservação estatal do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Esse processo é tratado por muitos arqueólogos como uma parte administrativa no processo de pesquisa e, por isso, muitas vezes vista como atividade burocrática ou secundária no planejamento do trabalho de prospecção. Dessa forma, o preenchimento da Ficha de Cadastro de Sítio Arqueológico é interpretado como algo simples e eminentemente prático da atividade arqueológica - o que gera certa insuspeição dos seus conteúdos e epistemologias arqueológicas envolvidas na concepção e descrição de um sítio arqueológico nesse instrumento de identificação. Como qualquer outra atividade arqueológica, o cadastramento de sítios está atravessado das questões teóricas e conceituais que embasam a construção dos seus campos e modos de preenchimento. Nas últimas décadas, uma parte dessas teorias, conceitos e práticas estão sob críticas de arqueólogos, outros pesquisadores e grupos sociais diversos nos países multiculturais que passaram e ainda passam pelo violento processo de colonização. Essas críticas ressaltam as relações entre a arqueologia e o processo de imperialismo e colonização com consequências em assimetrias étnicas, regionais, sociais, gênero, entre outras, que marcam o binômio da relação colonialidade-modernidade. Essa comunicação objetiva analisar os desafios das atividades de identificação e documentação para cadastramento participativo dos sítios arqueológicos sob uma perspectiva colaborativa da arqueologia pública. Para isso, foram revisadas as referências bibliográficas sobre o tema e atividade de campo em novembro de 2024 para cadastramento participativo desses sítios com uma equipe para identificação e documentação dos sítios arqueológicos formada por um arqueólogo indígena Kapinawá, brigadistas do ICMBio e pesquisadores da UFPE. As atividades de identificação e documentação de sítios arqueológicos na área do PARNA Catimbau foram realizadas próxima à Aldeia Quiridalho do território Kapinawá, em locais anteriormente identificados pelos brigadistas do parque durante atividades de fiscalização e outras. Como resultado, refletimos sobre os conflitos entre as novas definições epistemológicas de sítios arqueológicos e os limites de sua inscrição no ato administrativo do cadastramento, com questões importantes, como: a definição do nome e a incompatibilidade de algumas “regras” dos manuais de arqueologia; os valores locais dos povos nativos para definição da área do sítio e a exigência da presença dos vestígios convencionalmente estudados na arqueologia, as práticas arqueológicas e limites definidos pela comunidades. Esses resultados apontam para a formulação de novas metodologias para o trabalho em territórios nativos e comunidades tradicionais com formulação de protocolos de consultas prévias e informadas, reconhecimento de outras epistemologias de sítios arqueológicos pelo Estado-nação e novas estratégias para sua gestão em território tradicional indígena que considerem as populações nativas e tradicionais herdeiras desse patrimônio.
Título do Evento
VIII Reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre. Arte Rupestre: Ciência, Economia Criativa e Sustentabilidade Social
Cidade do Evento
Nova Olinda
Título dos Anais do Evento
Anais da reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre: arte rupestre, ciência, economia criativa e sustentabilidade social
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

NETO, Moysés Marcionilo de Siqueira et al.. CONFLUÊNCIAS: CADASTRAMENTO PARTICIPATIVO DE SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS NO PARQUE NACIONAL CATIMBAU, TERRA INDÍGENA KAPINAWÁ, PERNAMBUCO... In: Anais da reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre: arte rupestre, ciência, economia criativa e sustentabilidade social. Anais...Nova Olinda(CE) Fundação Casa Grande, 2025. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/viiiabar/1080399-CONFLUENCIAS--CADASTRAMENTO-PARTICIPATIVO-DE-SITIOS-ARQUEOLOGICOS-NO-PARQUE-NACIONAL-CATIMBAU-TERRA-INDIGENA-KA. Acesso em: 16/07/2025

Trabalho

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