CABEÇA DE CAJU OU CANINDÉ? POTENCIALIDADES DE UMA HISTÓRIA INDÍGENA DE LONGA DURAÇÃO PARA PRÁTICAS ARQUEOLÓGICAS DA ÁREA ARQUEOLÓGICA DO SERIDÓ.

Publicado em 26/05/2025 - ISBN: 978-65-272-1355-0

Título do Trabalho
CABEÇA DE CAJU OU CANINDÉ? POTENCIALIDADES DE UMA HISTÓRIA INDÍGENA DE LONGA DURAÇÃO PARA PRÁTICAS ARQUEOLÓGICAS DA ÁREA ARQUEOLÓGICA DO SERIDÓ.
Autores
  • Moysés Marcionilo de Siqueira Neto
  • JÚLIO CÉSAR SILVA DE OLIVEIRA
  • Santana Taciana Mariz Félix
  • Cícero Pereira Jiripankó
  • Demétrio da Silva Mützemberg
  • Joadson Vagner Silva
Modalidade
Comunicação Oral
Área temática
Sessão Temática 3: Arte Rupestre, Diálogos, Ética e Participação Comunitária-colaborativa.
Data de Publicação
26/05/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiiabar/1080390-cabeca-de-caju-ou-caninde-potencialidades-de-uma-historia-indigena-de-longa-duracao-para-praticas-arqueologicas
ISBN
978-65-272-1355-0
Palavras-Chave
arqueologia; área arqueológica do seridó; história indígena; Otxukayana (Tarairiú)
Resumo
Desde a década de 1980, a Área Arqueológica do Seridó vem sendo estudada por diferentes equipes de pesquisadores, pois a localidade conserva importantes vestígios da antiguidade indígena nos vales dos rios Carnaúba, Acauã, Seridó e seus afluentes, entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba. As pesquisas se dedicaram principalmente ao estudo das pinturas e gravuras rupestres, com o objetivo de inferir sobre os grupos étnicos do passado, com especial atenção às pinturas classificadas como Tradição Nordeste e Sub-tradição Seridó em sítios arqueológicos das cidades de Carnaúba dos Dantas e Parelhas (Martin, 2007). Essas pinturas têm grande potencial para as pesquisas arqueológicas, pois contêm representações de diversas cenas das práticas indígenas do passado. Uma das características da Sub-tradição Seridó são as representações humanas, descritas nas pesquisas de Martin como “cabeça em forma de castanha de caju”. Em 2025, o Grupo de Pesquisa Arqueologia dos Povos Originários do Semiárido (APOS/UFPE) foi convidado pelo povo indígena do levante da Nação Otxukayona (Tarairiú) para realizar o cadastramento de novos sítios arqueológicos com vestígios de pinturas rupestres na atual região do Seridó, no Rio Grande do Norte e Paraíba. Os sítios arqueológicos e os diversos vestígios da presença indígena na área fazem parte de um conjunto de elementos importantes para a reconstrução da história e da memória Otxukayona no Seridó. Esta história e memória Otxukayana no Seridó foram marcadas por séculos de violência colonial, que buscou desarticular a população indígena do presente, inviabilizando a reorganização política na área e propagando um discurso do “desaparecimento” indígena após as tentativas de extermínio empreendidas em diferentes períodos históricos. Nesse encontro, foi debatida a possibilidade de que a “cabeça em forma de castanha de caju” seja uma representação de um marcador identitário relacionado à arara canindé, cuja identificação é semelhante e identificável em outras pinturas rupestres na área arqueológica. A historiografia registrou a etnicidade relacionada à representação da arara canindé na Nação Otxukayona (Tarairiú), assim como etnografias de povos presentes em regiões próximas, como os Fulniô (PE) e Kanindé (CE), além de novos estudos que consideram o perspectivismo ameríndio nas investigações arqueológicas. Trata-se do início de um importante debate sobre a ideia de uma pesquisa arqueológica que considere a história indígena de longa duração e seus potenciais e limites. Esta comunicação tem como objetivo de debater algumas inquietações que emergiram do encontro entre arqueólogos e indígenas Otxukayanes (Tarairiú) e apontar as potencialidades do uso da história de longa duração indígena nas pesquisas da área arqueológica do Seridó. Ela é motivada pela construção de novas perspectivas de pesquisa colaborativas com os povos nativos e pela consolidação de uma concepção mais sólida de uma história indígena de longa duração para as práticas arqueológicas na Área Arqueológica do Seridó.
Título do Evento
VIII Reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre. Arte Rupestre: Ciência, Economia Criativa e Sustentabilidade Social
Cidade do Evento
Nova Olinda
Título dos Anais do Evento
Anais da reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre: arte rupestre, ciência, economia criativa e sustentabilidade social
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

NETO, Moysés Marcionilo de Siqueira et al.. CABEÇA DE CAJU OU CANINDÉ? POTENCIALIDADES DE UMA HISTÓRIA INDÍGENA DE LONGA DURAÇÃO PARA PRÁTICAS ARQUEOLÓGICAS DA ÁREA ARQUEOLÓGICA DO SERIDÓ... In: Anais da reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre: arte rupestre, ciência, economia criativa e sustentabilidade social. Anais...Nova Olinda(CE) Fundação Casa Grande, 2025. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/viiiabar/1080390-CABECA-DE-CAJU-OU-CANINDE-POTENCIALIDADES-DE-UMA-HISTORIA-INDIGENA-DE-LONGA-DURACAO-PARA-PRATICAS-ARQUEOLOGICAS. Acesso em: 16/07/2025

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