ENSINO DE PRODUÇÃO TEXTUAL: IMPLICAÇÕES, DESAFIOS E ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
ENSINO DE PRODUÇÃO TEXTUAL: IMPLICAÇÕES, DESAFIOS E ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
Autores
  • CLAUDIA CORREIA DE MATOS
  • Daniele Ribeiro Fortuna
  • Márcio Luiz Corrêa Vilaça
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 08] Ensino e aprendizagem de língua materna
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/126436-ensino-de-producao-textual--implicacoes-desafios-e-estrategias-metodologicas
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
Produção textual, Ensino, Gêneros textuais
Resumo
Partindo do princípio de que a educação básica e pública de grande parte da população do país, grosso modo, não atende satisfatoriamente no que tange à leitura e à escrita dos estudantes e de que o ensino superior exige dos alunos determinados conhecimentos inerentes à formação universitária, pesquisas nessa área são de grande importância, considerando-se a complexidade de fatores envolvidos. Assim, este trabalho tem por objetivo propor uma discussão acerca de dados coletados por uma pesquisa interdisciplinar de um programa de mestrado sobre a produção textual de alunos que acabavam de ingressar no ensino superior. Estudos linguísticos mostram que há uma série de elementos que envolvem a produção de textos. Esses estudos trazem significativas contribuições para se ampliar os conhecimentos relacionados à leitura e à escrita. Dentre eles, para se produzir um texto, o indivíduo tem de ter leituras sobre o tema. A partir disso, o aluno já terá o que dizer. Outro ponto é que ele deve ter uma razão para dizer e alguém para quem dizer. Ademais, a Pedagogia mostra que a abordagem dada no ensino deve fazer sentido para o aluno, não deve ser descontextualizada. E um dos grandes desafios dos educadores é o fato de que os indivíduos buscam leituras de acordo com seu interesse. Então, como a escola deve trabalhar com textos que tenham alguma relação com a realidade do aluno, para que ele desenvolva as habilidades necessárias para a produção de textos, de modo que, ao ingressar no ensino acadêmico, algumas questões já tenham sido superadas? No ensino superior, a disciplina Português Instrumental, nos períodos iniciais das graduações, busca sanar algumas lacunas da formação básica dos alunos. Na pesquisa realizada com 26 alunos que acabavam de ingressar no ensino superior, sobre a relação deles com a leitura e a escrita, houve significativa contribuição para o conhecimento dessa fase da formação. Perguntados sobre os hábitos de leitura e escrita, a formação do ensino médio quanto a essas questões, o que liam na escola e fora dela e o que produziam, surgiram uma série de dados pertinentes nas respostas dos alunos que mostram que a escola ainda está muito aquém do que linguistas e educadores consideram diretrizes para o ensino de língua materna e, consequentemente, de produção textual. Ao serem questionados sobre o que liam na escola e o que estavam acostumados a ler, verificou-se que existe um distanciamento entre o que a escola propõe como leitura o que o jovem lê, efetivamente. Os dados mostram a necessidade de se tentar propor um engajamento dos alunos, utilizando-se textos que gerem interesse nos estudantes, leituras que também estejam relacionadas ao universo dos jovens. Isso não quer dizer que sejam textos rasos, que não haja critérios para adotá-los. Talvez textos relacionados à tecnologia e às ciências, o que causa interesse significativo nos jovens, conforme a pesquisa mostrou. Perguntados ainda sobre os textos que produziram ao longo do ensino médio, houve quase uma unanimidade nas respostas dos alunos: redação, para a escola e para concursos públicos. Essa resposta traz à tona uma série de questões. Primeiro porque comprova que a produção de textos no ensino médio é muito restrita, o que torna o trabalho improdutivo para as variadas práticas sociais, e isso é rejeitado por linguistas e pedagogos. A produção de textos na escola esvazia o sentido da escrita, por não ser necessário esforço de reflexão, pois a escola reduz as redações a uma obrigatoriedade, uma vez que é algo preestabelecido e não há variedade nos tipos produções, apenas nos temas. Outro ponto a ser tratado é que escrevemos para interlocutores dos mais variados. A redação da escola é elaborada unicamente para o professor. Pode-se dizer, assim, que a questão do destinatário dos textos é relativamente negligenciada. Com bases nesses dados, observa-se a complexidade que envolve o que o aluno leva de experiência em relação à produção de textos para o ensino universitário. Como no país a passagem do ensino médio para o ensino superior acontece sem que haja um aprimoramento na formação – esse papel é dos exames de seleção –, os estudantes muitas vezes seguem para a vida acadêmica com muitas lacunas na formação. Por exemplo, nos cursos de graduação das ciências humanas, com a obrigatoriedade de produção acadêmica, um trabalho de conclusão de curso passou a fazer parte dos currículos das graduações. A disciplina Metodologia da Pesquisa busca dar auxílio aos alunos para familiarizá-los aos conhecimentos inerentes ao universo científico e para atingir ao objetivo dessa produção do âmbito acadêmico. No entanto, a falta de intimidade dos alunos com a produção de textos se reflete no momento em que o estudante se depara com o fato de ter de fazer leituras mais complexas, sobre o conhecimento científico, e de ter de produzir dentro dos moldes acadêmicos. Resumos, resenhas, artigos e monografia são algumas das produções exigidas. Essas estruturas são mais complexas para produção, considerando-se que, além de produzir, ou seja, ter domínio sobre o conteúdo, o aluno tem de saber as características sobre a forma, o estilo, a função e a situação. Com isso, o que se espera é que o aluno detenha domínio de determinados conceitos relacionados ao que se chama genericamente de texto e que consiga expressar-se satisfatoriamente quanto aos gêneros textuais acadêmicos que forem solicitados pelos professores. Ocorre, entretanto, que, por um lado, os estudantes muitas vezes não detêm conhecimentos prévios sobre o que lhe é cobrado; por outro, muitos professores pensam que os alunos já estão familiarizados com as produções acadêmicas. Isso gera angústia entre os alunos e preocupação por parte desses professores. Portanto, pesquisas que envolvem a produção de textos, sobretudo, as interdisciplinares, são muito profícuas, pois trazem conhecimentos de áreas distintas que podem propor convergências para o ensino e ampliar os saberes para a educação. Pesquisas assim contribuem para a produção textual dos alunos, o trabalho dos professores, a divulgação do conhecimento e, consequentemente, para a possibilidade de outras pesquisas.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MATOS, CLAUDIA CORREIA DE; FORTUNA, Daniele Ribeiro; VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa. ENSINO DE PRODUÇÃO TEXTUAL: IMPLICAÇÕES, DESAFIOS E ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/126436-ENSINO-DE-PRODUCAO-TEXTUAL--IMPLICACOES-DESAFIOS-E-ESTRATEGIAS-METODOLOGICAS. Acesso em: 03/05/2025

Trabalho

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