ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS NO DESASTRE DO MORRO DO BUMBA

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS NO DESASTRE DO MORRO DO BUMBA
Autores
  • Luiza Alves Chaves
  • Felipe Daflon Vieira Machado
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 02] Conflitos Socioambientais
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/113688-aspectos-socioambientais-no-desastre-do-morro-do-bumba
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
Morro do Bumba; risco; desastre socioambiental
Resumo
Localizado no bairro de Viçoso Jardim do município de Niterói, o Morro do Bumba no dia 7 de abril de 2010 foi o cenário de um dos episódios de maior impacto de calamidade pública do Estado do Rio de Janeiro. Ao todo foram mais de dez mil pessoas desabrigadas, além de 267 (duzentos e sessenta e sete) mortes confirmadas, devido a tragédia a região ficou conhecida como: Cemitério do Bumba, pois inúmeros corpos nunca conseguiram ser retirados do local e dezenas de pessoas ainda permanecem desaparecidas. Situado numa área que havia abrigado um lixão dos anos de 1970 até 1986, o espaço ganhou contornos de urbanização devido a gentrificação, fenômeno infelizmente comum entre cidades de grande porte. Esse movimento de urbanização de um espaço inadequado para moradia foi se construindo a partir de 1986, tendo o bairro de Viçoso Jardim se construído por um desmembramento do bairro do Cubango. Essa compreensão histórica, ainda que realizada de forma breve, é fundamental para que possamos entender quem são os atores sociais envolvidos naquele espaço e, principalmente, na tragédia. Nas palavras de Soares: A história da ocupação dos bairros Cubango e Viçoso Jardim é, na verdade, a mesma. Inicialmente com predomínio populacional da raça negra, toda a região englobava um bairro só, com a denominação Cubango, e era originalmente proletária, sendo seus habitantes na maioria operários que trabalhavam nas indústrias do Barreto e de Santana e ainda nos estaleiros da Ponta da Areia. Só a partir da década de 1920 começou a se registrar ali a presença lusitana, daí vindo a se formarem quatro fazendas – ou melhor dizendo, grandes chácaras – produtoras de hortaliças e legumes. A presença de moradores negros é massiva na região, sendo esse dado não computado na grande maioria das pesquisas que trabalha com os dados apresentados nesse espaço. Opta-se, portanto, nesse trabalho em buscar também a compreensão acerca da possível percepção de racismo ambiental tanto na ocupação do bairro e na construção de moradias irregulares em um terreno com riscos de desabamento, como também na forma como foi abordada a tragédia e na atuação do poder público após o ocorrido. O seguinte trabalho tem como intuito pensar as questões socioambientais que cercaram o acontecimento destrinchando em três eixos de visões: a) a interação da população vulnerável com aquele ambiente, tendo em vista aspectos como a relação indivíduo e moradia; b) o poder público e as suas ações para com aquele ambiente, perpassando as suas fases e seus respectivos problemas, desde a criação do lixão até as medidas tomadas após a urbanização da área; e c) por fim a relação envolvendo a cidadania e a relação do Estado como agente garantidor direitos e proteções com os moradores envolvidos na tragédia do Morro do Bumba. Diante da complexidade do tema entende-se ser impossível abranger todos os aspectos de modo aprofundado nesse artigo, por isso, trabalhar-se-á incialmente com uma pesquisa bibliográfica, onde serão apresentados os principais dados acerca da urbanização daquele espaço, bem como dos problemas vislumbrados na ocupação irregular da região. Nesse momento, serão buscados dados bibliográficos acerca do apontamento anterior a tragédia de riscos a comunidade devido a ocupação. Após isso será feito uma breve incursão no conceito de risco, para que se possa entender como muitas vezes a percepção de risco nas perspectivas da construção de políticas públicas de prevenção, altera-se de acordo com os sujeitos envolvidos. Por último, será feito um trabalho empírico buscando entrevistas moradores da região para que eles possam contar um pouco de sua história, mostrando pela sua perspectiva como era a atuação do poder publico na região anteriormente a tragédia e qual a atuação atualmente, cerca de oito anos após o ocorrido. Nesse ponto, buscar-se-á compreender também a relação desses próprios agentes/moradores com o espaço, como era sua interação com o ambiente antes da tragédia e se há modificação após o ocorrido. Como o trabalho encontra-se em pleno desenvolvimento não acreditamos ser válido apresentarmos conclusões parciais acerca do projeto. Isso porque como a visão dos moradores será norteadora do processo de elaboração do trabalho e da análise crítica acerca da bibliografia levantada sobre o tema, apontar elementos autorais de conclusão não alcançaria os objetivos pretendidos com o artigo. Desse modo, opta-se por deixar esse espaço em aberto.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CHAVES, Luiza Alves; MACHADO, Felipe Daflon Vieira. ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS NO DESASTRE DO MORRO DO BUMBA.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/113688-ASPECTOS-SOCIOAMBIENTAIS-NO-DESASTRE-DO-MORRO-DO-BUMBA. Acesso em: 11/05/2025

Trabalho

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