ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL: TRABALHO, SALÁRIO E RENDA NO CONTEXTO DE DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO NA DÉCADA DE 2000

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL: TRABALHO, SALÁRIO E RENDA NO CONTEXTO DE DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO NA DÉCADA DE 2000
Autores
  • Luiz Filipe Rodrigues Dos Santos
  • Gilmar Ribeiro dos Santos
  • Sheyla Borges Martins
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 21] Trabalho e Economias
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/113620-estratificacao-social--trabalho-salario-e-renda-no-contexto-de-desenvolvimento-brasileiro-na-decada-de-2000
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
Estratificação; Mobilidade Social; Trabalho
Resumo
Este trabalho, preliminar, objetiva fazer um breve balanço da estratificação social, no Brasil, na década de 2000, a partir do trabalho, salário e renda. Tal década se diferencia das demais em razão de políticas econômicas e sociais terem atingido uma parcela maior da população que vivia em situação de privação. Esse contexto de desenvolvimento social do Brasil mostrou-se importante momento para visualizarmos as quedas das desigualdades sociais. O estrato “C” ou “nova classe média” obteve uma mobilidade social horizontal em função do aumento do emprego, valorização anual do salário mínimo concomitante ao aumento da renda per capita. Nesse sentindo, utilizamos nesse trabalho as três variáveis para demonstrar a ascensão social provocada pelas políticas econômicas e sociais, principalmente, a partir de 2004. Estratificação e Mobilidade social O debate sobre estratificação tem sido relevante, principalmente no Brasil, que passou por uma fase de mudanças sociais na década de 2000, sendo manifestadas pela classe “C”, visto que o distanciamento entre os estratos sociais diminuiu, configurando uma queda expressiva das desigualdades, mas não o bastante para rompê-las. A estratificação social é determinada forma a partir da qual os homens se organizam pelo modo de produção vigente e poder político de uma determinada sociedade, sendo manifestada pelas hierarquias e desigualdades. Destarte, a dominação de um estrato sobre o outro depende desses do poder econômico e político. (IANNI, 1978). A sociedade de classes, está pautada, em primeiro plano, pelas estruturas econômica e política, postergando as categorias socioculturais como religião, raça ou hereditariedade a fatores secundários para estruturação social. Outra diferença é que a possibilidade de mobilidade nas classes é maior, pois não são grupos baseados na religião ou em cultura específica. No entanto, a herança da propriedade é determinante para o indivíduo manter sua posição social. (BOTTOMORE, 1968). Nesse sentido, a estratificação que utilizamos no estudo apresentado tem como elemento de mobilidade social o trabalho, o salário e a renda, no Brasil, na década de 2000. Para Tumin (1970), a mobilidade social varia de acordo com o contexto político, econômico, social e cultural de uma época na qual o tempo é circunstância para o movimento intrageracional ou intergeracional. Pode se dar no âmbito da educação, profissão ou outra dimensão, sendo que sua mensuração pode ser objetiva, como a renda, ou subjetiva, quando os sentimentos dos indivíduos mudam de acordo com seu movimento na estrutura. Assim, a mobilidade manifestada, na década de 2000, é resultado de múltiplos fatores. Mas, para esse estudo, damos ênfase a dimensões objetivas que representam a ascensão social no Brasil.Trabalho, Salário e Renda Buscamos em Pochmann (2014) as discussões sobre as categoriais analisadas para representar as mudanças na estratificação social. Segundo o economista, para o entendimento desse fenômeno, é preciso observar que o Brasil começou sua industrialização tardiamente em 1930, diferente de países de capitalismo avançado – Europeus e Estados Unidos – em que puderam realizar reformas necessárias para amparar os indivíduos a terem um padrão de consumo e acesso a bens e serviços necessários. O Brasil não passou por essas reformas, consequentemente o mesmo tornou-se dependente de tecnologias e do capital estrangeiro. Nesse sentido, acabou absorvendo um processo de periferização do fordismo com ausência de estado de bem-estar social e acordos comprometidos com a redução de desigualdades. Concomitantemente, a classe trabalhadora, sempre pauperizada, se via no subconsumo do capitalismo restrito às classes dominantes, não sendo vista, pelas elites, enquanto base fundamental para desenvolvimento socioeconômico do país. Na esfera política, o país apresentava fragilidade política em função de duas ditaduras. De certo, entre 1930 a 1970 não conseguiu, assim como não tinha ambições, de diminuir as disparidades sociais e ampliar às outras classes o acesso a bens fundamentais. (POCHMANN, 2014). O período a partir de 2004 avançou no que se refere a economia com maior participação do rendimento do trabalho da renda nacional, aliado ao aumento de trabalho formal e queda do desemprego. Desta forma, a melhora nos salários concentrou-se no salário mínimo, ou seja, um aumento da participação de rendimento dos trabalhadores pobres, que modificou a base da pirâmide social com crescente impulso do setor terciário, tornando-se fundamentais para o crescimento econômico e do consumo no Brasil. Essa dinâmica, sem dúvida, colaborou para a mobilidade de trabalhadores e sujeitos marginalizados, que puderam ter acesso a bens fundamentais, opondo a ideia de uma nova classe. Nesse sentindo, esse movimento de mudança na pirâmide, “trata-se da recomposição da classe trabalhadora em novas bases de consumo, porém diante do movimento geral de consolidação do capitalismo monopolista transacional” (POCHMANN 2014, p.58). Em um primeiro momento discutimos os conceitos de estratificação, dando ênfase na estratificação de classes, para em seguida compreender a mobilidade social de no capitalismo. A claridade das posições hierárquicas de classes, estratos e grupos é fundamental para que entendamos o impacto do trabalho, salário e renda na mobilidade social, no Brasil, na última década. Exposto isso, propomo-nos, futuramente, para aprofundamento do estudo pretendido, trazer dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA para representar as mudanças na estratificação brasileira. Como ressaltado por Pochmann, as políticas econômicas obtiveram excelentes êxitos não só por elas mesmas, mas pela adoção, por parte do Governo, de políticas públicas e sociais de combate aos empecilhos do acesso das camadas excluídas. Essa atenção, sem dúvida, condicionou a inserção dos pobres, a ampliação do consumo e acesso a bens e serviços.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTOS, Luiz Filipe Rodrigues Dos; SANTOS, Gilmar Ribeiro dos; MARTINS, Sheyla Borges. ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL: TRABALHO, SALÁRIO E RENDA NO CONTEXTO DE DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO NA DÉCADA DE 2000.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/113620-ESTRATIFICACAO-SOCIAL--TRABALHO-SALARIO-E-RENDA-NO-CONTEXTO-DE-DESENVOLVIMENTO-BRASILEIRO-NA-DECADA-DE-2000. Acesso em: 06/05/2025

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