O CAPITAL HUMANO E A EDUCAÇÃO: A TEORIA DO CAPITAL HUMANO NA CRÍTICA PEDAGÓGICA

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
O CAPITAL HUMANO E A EDUCAÇÃO: A TEORIA DO CAPITAL HUMANO NA CRÍTICA PEDAGÓGICA
Autores
  • Néliton Gomes Azevedo
  • Diana Paola Gutierrez Diaz de Azevedo
  • Ricardo Rodrigues Gomes
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 04] Cultura e Desenvolvimento
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/113597-o-capital-humano-e-a-educacao--a-teoria-do-capital-humano-na-critica-pedagogica
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
Teoria da Economia da Educação, Capital Humano, Capital Cultural, Pedagogia Liberal
Resumo
A Teoria da Economia da Educação tornou-se, a partir dos anos 1990, o corpus dominante dos documentos propositivos de órgãos influentes na Educação Mundial como o Banco Mundial, a União Europeia ou o Acordo de Bolonha (DALE, 2004). Qualquer Teoria se baseia em premissas, conceitos e suas inter-relações, e, para receber status de teoria, deve superar a fase de hipótese, deve ser comprovada, confrontada com a realidade que tenciona explicar. Qualquer Teoria está historicamente condicionada, associada a grupos sociais que lhe alimentam com insumos e antagonizada por grupos sociais que contestam e combatem seus pressupostos, seu cerne e seus desdobramentos. Assim se passa com a teoria do Capital Humano, e seus derivativos: Capital Cultural, Capital Científico etc. Como qualquer hipótese, esta também necessita comprovação, demonstração de validade, atestado de competência como explicativa da parte da realidade que lhe cabe explicar. O liberalismo econômico e o neoliberalismo em particular, nos ensinam que o Capital é um valor universal, um éter que penetra tudo e todos. E a busca ilimitada pela satisfação, ou seja, a obtenção de ganhos, está no mais profundo da essência humana e caracteriza o ser. Se assim for, é natural inferir que a busca e acúmulo do capital integra a essência humana. O capital é divinizado: está em tudo e tudo penetra, essência da natureza, do homem e da sociedade,. Mais que essa inferência, o liberalismo procura na Natureza em sua totalidade, na vida e ação humana em sua totalidade a presença omnipresente do Capital. Generalizando e universalizando sua presença em todo e qualquer fenômeno, humano, social ou natural. O Capital Humano apresenta-se como um conceito pedagógico que embasa que alicerça a Teoria da Economia da Educação (TEE), de cariz liberal (SCHULTZ, 1972) e seu crescimento e expansão encontram terreno ótimo de existência na liberdade econômica das economias de mercado. Estabelecer as relações conflitadas entre os diversos conceitos de Capital envoltos no Conceito pedagógico de Capital Humano a partir da literatura especializada que adota o termo, na busca de uma síntese conceitual. Verificar a possibilidade pedagógica, filosófica, da síntese conceitual da Educação como processo cumulativo de Capital Humano, individual e/ou coletivo a partir da relação de causa-efeito entre desenvolvimento econômico e acumulação de Capital Humano e sua generalização. Analisar os processos de intervenção da Teoria do Capital Humano nas teorias educativas a partir da matriz oferecida pela Teoria da Economia da Educação, em contraste com a necessidade de sua demonstração. Baseando-se em bibliografia histórica, a pesquisa, de natureza investigativa bibliográfica do tema, visa uma base comum que perpassa os principais expoentes da Teoria da Economia da Educação, de autores considerados 'clássicos', por sua condição de precursores, pela grande quantidade de citações que acumulam e pela reverência com que são referenciados. O ponto comum da busca se concentra na conceituação de Capital Cultural e seu uso na Teoria da Economia da Educação, em seus aspectos discursivos, expositivos. Segundo sua própria exposição de metas (VAIZEY, 1962), o objetivo básico da Teoria da Economia da Educação é demonstrar a influência do Capital Humano e seu acúmulo - via educação - no desenvolvimento econômico e social. Para cumprir tais objetivos, os adeptos da TEE seguem predominantemente dois roteiros discursivos: efetuar a prova empírica da relação causa-efeito entre desenvolvimento econômico como efeito derivado do desenvolvimento educativo; justificar teoricamente esta mesma relação de causalidade. A prova empírica majoritária se utiliza da Econometria da Educação como instrumento probatório da hipótese, estabelecendo as correlações quantitativas. Uma das dificuldades que ainda não encontraram solução está na quantificação do caráter cíclico do desenvolvimento econômico, em contraste estatístico com o alegado crescimento monótono da generalização da educação nas economias de mercado. A educação cresce e se aprofunda de forma continuada, enquanto que o desenvolvimento econômico sofre crises cíclicas paralisantes, que comumente degeneram em involutivas. Outro roteiro, teórico, mais sofisticado, encontra suas dificuldades na não correlação entre sua capacidade explicativa e previsora e o realidade econômica histórica que visa explicar. Na raiz está a insolvência da correlação entre teoria explicativa e fato econômico explicado, divorciando a justificação teórica da constatação empírica. Baseando-se numa constatação histórica que parece evidente em si - que os países mais avançados no campo econômico estão também entre os mais desenvolvidos nos campos educacional, científico e técnico (FRIEDMAN; KUZNETS, 1945) - a Teoria da Economia da Educação, e, em especial, suas bases no Capital Cultural, os adeptos dessa teoria procuram demonstrar que as economias de mercado são as que oferecem o melhor ambiente para o livre desenvolvimento do Capital Humano que, ao acumular-se, propicia um desenvolvimento econômico de larga duração que, por sua vez, aporta mais facilidades à obtenção e acúmulo de Capital Cultural, num círculo virtuoso ascendente (JOHNSON, 2014). A impossibilidade prática-empírica de demostrar, no estágio presente, alguma correlação de causalidade entre desenvolvimento econômico e educativo põe em dúvida a ordem da causalidade (FRIGOTTO, 1993), e, em consequência, a validez das conclusões teoricamente otimistas dos teóricos clássicos da TEE e dos primeiros estudos vultosos sobre o tema. Mesmo as ainda famosas correlações de Denison, Harbison e Myers (SHAFFER, 1961) seguem sem confirmação concludente. Estudos que contrariam a orientação de causalidade e postulam conclusões contrárias, diametralmente opostas, se acumulam aprofundando o fosso entre a dominância da TEE como teoria dominante e a orientação distanciada da realidade econômica que, por um princípio gnosiológico, não pode ser desconsiderada.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

AZEVEDO, Néliton Gomes; AZEVEDO, Diana Paola Gutierrez Diaz de; GOMES, Ricardo Rodrigues. O CAPITAL HUMANO E A EDUCAÇÃO: A TEORIA DO CAPITAL HUMANO NA CRÍTICA PEDAGÓGICA.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/113597-O-CAPITAL-HUMANO-E-A-EDUCACAO--A-TEORIA-DO-CAPITAL-HUMANO-NA-CRITICA-PEDAGOGICA. Acesso em: 27/05/2025

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