O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS E O ÊXITO ESCOLAR: REFLEXÕES A PARTIR DOS PRESSUPOSTOS DA AUTORREGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS E O ÊXITO ESCOLAR: REFLEXÕES A PARTIR DOS PRESSUPOSTOS DA AUTORREGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Autores
  • Gisele Pessin
  • Glaucio Roberto Bernardo de Cara
  • Vera Lucia Deps
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 11] Informação, educação e tecnologias
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/113538-o-uso-das-novas-tecnologias-e-o-exito-escolar--reflexoes-a-partir-dos-pressupostos-da-autorregulacao-da-aprendiza
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
Autorregulação, Aprendizagem, Novas Tecnologias
Resumo
Introdução Em um contexto de rápidas transformações, caracterizado pela disseminação de informações e pela popularização da ciência e da tecnologia, os papéis tradicionalmente atribuídos a professores e estudantes têm sido contestados. No século passado, a posição do docente como detentor do saber estava associada à expectativa de um comportamento passivo por parte dos alunos frente aos direcionamentos do mestre. No contexto contemporâneo, é fundamental que os estudantes assumam o protagonismo em seus próprios processos de aprendizagem, sobretudo frente às demandas do mundo hodierno. Por meio de uma visão crítica e contextualizada sobre os processos de aprendizagem, a Teoria da Autorregulação tem oferecido importantes contribuições para a mudança de paradigmas no cenário da educação formal. Ao defender o papel ativo do estudante no seu próprio processo de desenvolvimento, considera que a principal função das instituições educacionais é instrumentalizar o aluno para aprender a aprender no decorrer da vida. Em meio aos novos desafios impostos a estudantes e profissionais da educação, quer no contexto do ensino presencial, quer nos ambientes virtuais de aprendizagem da Educação a Distância (EAD), considera-se que sujeitos autorregulados obtém maior êxito, ao utilizarem estratégias mais assertivas para seu próprio desempenho. A partir de uma revisão de literatura, o presente trabalho objetiva evidenciar as contribuições da Teoria da Autorregulação da Aprendizagem para o êxito educativo de estudantes que fazem uso das tecnologias da informação. Desse modo, pretende-se oferecer reflexões sobre papéis exercidos por professores e alunos em um contexto repleto de estímulos e de recursos hipermídia. Discussões O uso das tecnologias digitais pelos estudantes têm sido alvo de preocupações, principalmente frente ao uso constante de redes sociais, aplicativos de troca de mensagens, compartilhamento de vídeos, jogos, dentre diversos tipos de conteúdos interativos. Supostamente, além de desviarem a atenção dos estudantes, podem comprometer o rendimento e propiciar a procrastinação das tarefas escolares. Além disso, o uso frequente das referidas tecnologias têm produzido a dependência digital, caracterizada pela excessiva necessidade de manter o uso contínuo desses recursos, o que decorre em comportamento adicto (AZEVEDO, 2016). Contudo, pesquisas têm evidenciado que esses recursos tecnológicos trazem inúmeros benefícios à aprendizagem, sobretudo quando pressupõem um uso autorregulado pelo estudante (AZEVEDO, 2005). Pintrich (2000) considera que indivíduos autorregulados assumem a responsabilidade sobre a própria aprendizagem, exercendo maior controle sobre as próprias escolhas, manejando inclusive, estímulos e situações do contexto que podem comprometer a atenção durante o estudo, por exemplo. Para isso, mobilizam recursos metacognitivos, motivacionais e comportamentais para o alcance de objetivos estabelecidos (ZIMMERMAN, 2013). Além disso, a autorregulação implica em refletir continuamente sobre as próprias ações, de modo a construir estratégias que conduzam a um desenvolvimento qualitativo, para além de uma performance aparentemente satisfatória. No que se refere ao contexto da Educação à Distância (EAD) em ambientes virtuais de aprendizagem, as pesquisas também evidenciam que os estudantes que apresentam características de comportamento autorregulado apresentam maior êxito na sua formação (RAMÍRES, GUERRERO, 2017) e por outro lado, os próprios ambientes de aprendizagem, quando adequadamente estruturados, podem favorecer o desenvolvimento de habilidades autorregulatórias (DE CASTRO, 2016). Para isso, é necessário que os professores incentivem a autonomia dos estudantes e construam condições facilitadoras que incentivem a utilização de estratégias adequadas para a realização das tarefas (SCHUNK, USHER, 2013). Monnerat, Pessoa e Ferreira (2016) revisaram produções científicas do Brasil e de Portugal sobre a temática e identificaram diferentes contribuições: estudos centrados no tutor, a utilização do portfólio como instrumento de avaliação formativa e as aplicações hipermídia como apoio à aprendizagem. Esses estudos evidenciam a importância do assunto, ao mesmo tempo em que denunciam a urgência de novas pesquisas, que tragam maior consistência à discussão sobre a utilização das novas tecnologias a partir dos pressupostos da Teoria da Autorregulação. Em suma, considera-se que o uso de aplicativos, jogos e plataformas virtuais pode oferecer recursos vantajosos para a aprendizagem, principalmente quando voltados à mediação, à aprendizagem colaborativa e ao desenvolvimento da autonomia. Tais recursos também podem oportunizar avaliações formativas, através de feedbacks que incentivem a autorreflexão sobre a aprendizagem. Considerações finais É sabido que o desenvolvimento da autorregulação da aprendizagem em contexto educativo pressupõe relativo nível de autonomia e incentivo à reflexão durante todo o processo de aprendizagem. A escola ainda é um espaço tradicional, que pouco contribui para o protagonismo dos estudantes e para a construção ativa do próprio conhecimento. No contexto contemporâneo, onde ciberespaço há muito monopoliza a atenção das pessoas, é imprescindível que as instituições de educação formal se utilizem de recursos tecnológicos como meio de favorecer a aprendizagem autônoma dos estudantes, tornando-a funcional e significativa. Frente ao crescimento expansivo das possibilidades da internet, é importante que a Educação contemple novas formas de pensar e agir no mundo, características das novas gerações. Referências AZEVEDO, Jeferson Cabral. Dependência digital. Campos dos Goytacazes, RJ: Brasil Multicultural, 2016. AZEVEDO, Roger. Using hypermedia as a metacognitive tool for enhancing student learning? The role of self-regulated learning. Educational psychologist, v. 40, n. 4, p. 199-209, 2005. DE CASTRO, Rafael Fonseca. Autorregulação da aprendizagem no ensino superior a distância: o que dizem os estudantes?. Revista Brasileira de Ensino Superior, v. 2, n. 2, p. 15-26, 2016. MONNERAT, Janaína Copello Quintes; PESSOA, Maria Teresa Ribeiro; FERREIRA, Joaquim Armando Gomes Alves. Autorregulação da Aprendizagem na Educação a Distância: análise das produções científicas realizadas em Brasil e Portugal no período de 2010 a 2015. EAD em foco: [s.l], v. 6, n. 2, 2016. Disponível em: <http://eademfoco.cecierj.edu.br/index.php/Revista/article/view/377>. Acesso em: 05 ago.2018. PINTRICH, Paul R.. The role of goal orientation in self-regulated learning. In: BOEKAERTS, Monique; PINTRICH, Paul. R.; ZEIDNER, Moshe. (Ed.) Handbook of self-regulation. Academic Press, 2000. p.452-502. RAMIREZ, Rebeca; GUERRERO, José I. Martínez.. Estrategias de autorregulación en contextos virtuales de aprendizaje. Perfiles educativos: México, v. 39, n. 156, p. 89-102, 2017. Disponível em: <http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0185-26982017000200089&lng=es&nrm=iso>. Acesso em: 31 agosto 2018. SCHUNK, Dale H.; USCHER, Ellen .L. Barry Zimmerman’s theory of self-regulated learning. In: Bembenutty, H.; Cleary, T.J.; Kitsantas, A. (Ed.). Applications of self-regulated learning across diverse disciplines: a tribute to Barry J. Zimmerman. Charlotte: Information Age Publishing, 2013. p.1-28. ZIMMERMAN, Barry J. From cognitive modeling to self-regulation: A social cognitive career path.[s.l]: Educational psychologist, v. 48, n. 3, p. 135-147, 2013.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PESSIN, Gisele; CARA, Glaucio Roberto Bernardo de; DEPS, Vera Lucia. O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS E O ÊXITO ESCOLAR: REFLEXÕES A PARTIR DOS PRESSUPOSTOS DA AUTORREGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/113538-O-USO-DAS-NOVAS-TECNOLOGIAS-E-O-EXITO-ESCOLAR--REFLEXOES-A-PARTIR-DOS-PRESSUPOSTOS-DA-AUTORREGULACAO-DA-APRENDIZA. Acesso em: 16/07/2025

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