MIGRAÇÕES RURAIS: DINÂMICAS ENTRE O RURAL E O URBANO

Jaqueline Da Silva Teixeira; Andrea Maria Narciso Rocha de Paula

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Trabalho

Título do Trabalho

MIGRAÇÕES RURAIS: DINÂMICAS ENTRE O RURAL E O URBANO

Autores

Jaqueline Da Silva Teixeira
Andrea Maria Narciso Rocha de Paula

Modalidade

Comunicação Oral - Resumo

Área temática

[GT 18] População, modos de vida, território e vulnerabilidade

Data de Publicação

14/03/2022

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/113517-migracoes-rurais--dinamicas-entre-o-rural-e-o-urbano

ISSN

2316-266X

Palavras-Chave

Palavras-chave: Migração, Rural, Urbano, Lugar.

Resumo

Jaqueline da Silva Teixeira Unimontes - PPGDS E-mail: jaqueline8st@gmail.com Bolsista CAPES Andréa Maria Narciso Rocha De Paula Unimontes- PPGDS E-mail: andreasertao@gmail.com Introdução As migrações rurais perpassam atores de diferentes gerações. De acordo com Camarano e Abramovay (1999), tem-se um envelhecimento da população rural, devido a uma grande migração de jovens, que segundo Ferrari et al. (2004) são em sua maioria do sexo feminino. Diante disso surgem indagações a respeito dos fatores que levam as pessoas a migrarem do rural, não dando sequência na atividade que permeou sua história de vida. Seria um fenômeno atravessado por uma falta de sentido do lugar? Quais dinâmicas permeiam o rural o e o urbano nesse processo? Quando se fala em rural-urbano, o que se tem são relações. Segundo Gomes (2015), a mobilidade socioespacial aumentou significativamente, o que leva ao intercâmbio entre os distintos modos de vida. Sendo assim, o urbano e o rural não são encarados como extremos, o que reforça a concepção de que não cabe mais uma visão dicotômica ao tratar do assunto. Trata-se então de uma distinção que diz respeito à modos de vida, trazendo especificidades no que diz respeito às relações estabelecidas. O rural tem seus sentidos peculiares, e entendê-los faz parte da compressão desse processo migratório. Segundo Tuan (1980), há uma relação de intimidade entre o agricultor e a terra, existindo então uma integração e mistura de sentimentos. Portanto, o presente estudo visa estudar o processo migratório do rural, buscando compreender as dinâmicas e sentidos que permeiam as relações entre rural e urbano. Metodologia Este estudo tem como metodologia, a pesquisa de cunho bibliográfico (GIL, 2002), caracterizado como estudo exploratório, que se baseia nas ideias apresentadas em obras já escritas sobre a temática em questão. Para tanto, foi feita uma revisão narrativa com a consulta em livros, artigos, dissertações e teses referentes ao tema, sendo em sua maioria acessados em meios eletrônicos. Resultados e Discussão O processo migratório envolve não só desejos, mas também necessidades, trabalhos como o de Costa e Ralisch (2013) mostram que a migração do rural nem sempre é uma vontade do jovem, sendo muitas vezes uma necessidade, que envolve condições de vida (tanto econômicas, quanto as condições de trabalho), falta de políticas públicas para estes espaços, e uma invisibilidade sentida diante das decisões comunitárias e familiares, fatores que, apesar do desejo de continuarem com as atividades rurais, deixa-os sem perspectivas De acordo com Tuan (1980) existe um envolvimento afetivo com determinados lugares, entendido como topofilia. Tem-se então uma relação que ultrapassa questões econômicas. Em uma perspectiva rural, o autor diz de uma relação em que a terra é tida não só como recurso material, mas também como fonte de lembranças e expectativas. O rural não é então algo a ser ultrapassado, é necessário que se considere o dinamismo que permeia o rural, ultrapassando uma perspectiva dicotômica, que segundo Marques (2002) deve ser substituída para que se considere as relações que que o rural e o urbano estabelecem, o que implica inclusive outras concepções de desenvolvimento. De acordo com Gomes (2015), as diferenças variam conforme a incidência das dinâmicas globais nas relações, já que a globalização implica em uma flexibilização de fronteiras. Tais fenômenos evidenciam a construção de múltiplas territorialidades, em que distintos modos de vida se mesclam. Tem-se então a concepção de que a migração envolve distintas dinâmicas e modos de vida, que não são estáticos, estão continuamente se renovando e se reconstruindo, pois o sentido do lugar está também enlaçado pelas relações que são estabelecidas neste e em suas relações com os distintos lugares que compõe a rede migratória, lugares de origem, os lugares das travessias e os lugares de destino. Considerações Finais Distintos fatores se fazem presentes no fenômeno da migração rural, mas se faz necessário problematizar sobre a realidade de cada cultura, de cada território. Por isso, a possibilidade de estudos não se esgota, já que cada lugar traz consigo singularidades em seu processo de migração, os atores diferem também em suas motivações e acesso a políticas públicas que sejam fontes de alternativas para aqueles que desejam permanecer no rural. Sendo assim, há a necessidade de estudos que se aprofundem em questões relacionadas as motivações dessas migrações, e aos sentidos que o rural e o urbano possuem na vida dos migrantes e daqueles que tem a migração como projeto. Referências Bibliográficas CAMARANO, A. A.; ABRAMOVAY, R. Êxodo rural, envelhecimento e masculinização no Brasil: panorama dos últimos 50 anos. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 1999. COSTA, F. L. M.; RALISCH, R.. A juventude rural do assentamento Florestan Fernandes no município de Florestópolis (PR). Rev. Econ. Sociol. Rural, Brasília, v. 51, n. 3, p. 415-432, set. 2013. FERRARI, D. L. et al. Dilemas e estratégias dos jovens rurais: ficar ou partir?. Estudos Sociedade e Agricultura, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p.237-271, 2004. GIL, A.C. Como classificar as pesquisas com base em seus objetivos?. In:_____. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. p. 41-57. GOMES, Nayhara Freitas Martins. A mobilidade socioespacial dos rurais e suas expressões citadinas: uma análise do município de Araponga, MG. 2015. 189f. 2015. Dissertação (Mestrado em Extensão Rural) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2015. MARQUES, Marta Inez Medeiros. O conceito de espaço rural em questão. Revista Terra Livre, v. 18, n. 19, p. 95-112, jul./dez. 2002. Disponível em: <https://www.agb.org.br/publicacoes/index.php/terralivre/article/view/160>. Acesso em 27 jun. 2018. TUAN, Yi-Fu. Topofilia e meio ambiente. In: _______. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo: Difel, 1980. p. 106-128.

Título do Evento: VII Coninter
Cidade do Evento: Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento: Anais VII CONINTER
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

TEIXEIRA, Jaqueline Da Silva; PAULA, Andrea Maria Narciso Rocha de. MIGRAÇÕES RURAIS: DINÂMICAS ENTRE O RURAL E O URBANO.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/113517-MIGRACOES-RURAIS--DINAMICAS-ENTRE-O-RURAL-E-O-URBANO. Acesso em: 15/06/2025