TRAMANDO SABERES: A ETNOMATEMÁTICA DAS MULHERES NEGRAS TRANÇADEIRAS PARA SALA DE AULA

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
TRAMANDO SABERES: A ETNOMATEMÁTICA DAS MULHERES NEGRAS TRANÇADEIRAS PARA SALA DE AULA
Autores
  • LUANE BENTO DOS SANTOS
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 05] Diversidade e políticas de afirmação
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/113481-tramando-saberes--a-etnomatematica-das-mulheres-negras-trancadeiras-para-sala-de-aula
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
Etnomatemática, Etnografia, Relações Étnico-raciais, Educação,Trançadeiras Afro
Resumo
Este trabalho tem por finalidade apresentar os resultados encontrados na pesquisa “Para além da estética: uma abordagem etnomatemática para a cultura de trançar cabelos nos grupos afro-brasileiros”, dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Relações Etnicorraciais/PPRER do CEFET-RJ, campus Maracanã, no ano de 2013, sobre orientação da Professora Doutora Sônia Beatriz dos Santos. Trabalho que teve como um dos principais objetivos demostrar que as técnicas e práticas das trançadeiras negras – no ato de pensar, arquitetar, esquematizar e produzir tranças – em salões de beleza étnicos e em outros espaços – se constituem em conhecimentos etnomatemáticos. Argumentamos que as construções dos penteados trançados estão carregadas de conhecimentos etnomatemáticos. Metodologia: Nosso trabalho é baseado nos pressupostos teóricos e metodológicos da Antropologia Social, Relações Étnico-raciais e da Etnomatemática. Utilizamos as seguintes ferramentas de pesquisa: roteiro de entrevista com perguntas semi-estruturadas (fechadas e abertas), diário de campo, observação participante, história de vida e oral, uso de fotografias, levantamento bibliográfico e revisão de literatura. Precisamos ressaltar que o nosso estudo foi realizado através do método etnográfico, em salão de beleza étnico no bairro da Lapa, Rio de Janeiro. Objetivos: Apresentar as técnicas e práticas culturais de trançar cabelos como produção de conhecimentos etnomatemáticos e elementos marcantes da história e cultura africana e afro-brasileiras. Objetivos específicos: Descrever os significados históricos, políticos, estéticos, identitários e sociais presentes nas culturas de trancar cabelos nos grupos afro-brasileiros; Ressignificar o lugar de mulheres negras na produção de conhecimento desconstruindo as ideias de baixa capacidade cognitiva e pseudo-inabilidade para abstrações teóricas; Demonstrar como a realização dos penteados trancados esta impregnada de conhecimentos etnomatemáticos; Utilizar os conteúdos matemáticos presentes na elaboração dos penteados afro como mais uma ferramenta de ensino para inserção da Legislação Federal de n. 10.639/2003 de Historia e Cultura Africana e Afro-brasileira. Resultados encontrados: Como resultado, auferimos que as práticas e técnicas de trançar cabelos podem servir como instrumentos de ensino e aprendizagem de geometria escolar. Concluímos que o desenvolvimento de conteúdos baseados em elementos socioculturais representativos dos grupos afro-diaspóricos e africanos no currículo escolar são fundamentais no que se refere à criação de instrumentos e estratégias para a promoção da valorização das singularidades históricas e culturais destes povos, sinalizando para professores/as e educandos/as a co-existência de modos de ser, sentir, e pensar plurais na sociedade brasileira. Referências BRASIL, Ministério da Educação. Lei 10.639 de 2003. Brasília: Ministério da Educação, 2003. BRASIL. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília, 1998. CUNHA JUNIOR, Henrique; COSTA, Eliane Onawale; LOBO, Marta Holanda; MENEZES, Marta. CAOS E FRACTAL: uma introdução pela pedagogia da cultura para os cursos de engenharia elétrica. In: World Congress on Engineering and Technology Education. Brasil, SP, 14 a 17 de Marco, 2004. CUNHA JUNIOR, Henrique. Matemática e Cultura Brasileira: afroetnomatemática, África e Afrodescendência, Programa 4. In: Valores afro-brasileiros na educação. Brasília: Ministério da Educação, 2005. _______. Tecnologia Africana na Formação Brasileira. Rio de Janeiro: CEAP, 2010. D' AMBROSIO, Ubiratan. Etnomatemática. São Paulo; Atica, 1989. _______. Etnomatemática: elo entre as tradições e modernidade. Belo Horizonte: Autentica Editora, 2007. _______. História concisa da matemática no Brasil. 2.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. EGLASH, Ron. Fractais africanos. In: Scientific American Brasil, n.11, p. 66-67, 2009. ______.When math worlds collide: Intention and invention in ethnomathematics. Science, Technology and Human Values.Disponívelem: www.google.com.br..Acesso em: 20/03/2011. FAGUNDES, Raphaela M. Penteado afro: cultura e identidade profissão. Fundação cultural Palmares, 2007. Disponível em: http:// C Chave=281 www.palmares.gov.br/00500502001/jspTT acesso em 20/06/2010. FERREIRA, Edson Dias. Desenho e Antropologia: Influências da Cultura na produção autoral. In: Graphica: Congresso Internacional de Engenharia Gráfica nas Artes e nos Desenhos. PE, Recife, Julho, 2005. FRANCA, Evanilson Tavares. Matemática e construção da identidade negra de crianças negras: uma busca a partir de produções. In: Revista Fórum de Diversidades, ano 4, Vol. 7, jan./jun. 2010. GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989. GERDES, Paulus. Geometria dos trançados bora na Amazônia Peruana. São Paulo: Livraria da Física, 2010. ______.Da etnomatemática a arte-design e matrizes cíclicas. Belo Horizonte: Autentica, 2010. GILMER, Gloria. Mathematical patterns in African-American hairstyles. Disponível em: <http://www.math.buffalo.edu/mad/special/gilmer-gloria_HAIRSTYLES.html>, Acesso em: 18/09/2008. GIOVANNI, José Ruy; CASTRUCCI, Benedito. A conquista da matemática (8a série). São Paulo: FTD, 2001. GOMES, Nilma Lino.Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolo da identidade negra. Belo Horizonte: Autentica, 2006. GONZALES, Lelia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: Revista de Ciências Sociais Hoje,p.223-244, 1984. HALL, Stuart. Que negro e esse na cultura negra? In: Da Diáspora: Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG, 2003, p.317-333. HOOKS, Bell. Intelectuais negras. In: Estudos Feministas. Porto Alegre: Revista Estudos Feministas, 1995. MAUSS, Marcel. Noção de Técnica Corporal. In: Sociologia e Antropologia. São Paulo: EDUSP,GONZALES, Lelia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: Revista de Ciências SANTOS, Luane Bento dos. Os saberes e fazeres de trançadeiras como produção de arte e matemática. In: Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e humanidades. Niterói (RJ): CONINTER, 2012. ______. Para além da estética: uma abordagem etnomatemática para a cultura de trançar cabelos nos grupos afro-brasileiros. Dissertação de Mestrado (em Relações Étnico-Raciais) -CEFET, Rio de Janeiro, 2013, 105p. ______.OS CONHECIMENTOS ETNOMATEMÁTICOS PRODUZIDOS POR MULHERES NEGRAS TRANÇADEIRAS. In: Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), [S.l.], v. 9, n. 22, p. 123-148, jun. 2017. ISSN 2177-2770. Disponível em: <http://abpnrevista.org.br/revista/index.php/revistaabpn1/article/view/401>. Acesso em: 21 abr. 2018.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTOS, LUANE BENTO DOS. TRAMANDO SABERES: A ETNOMATEMÁTICA DAS MULHERES NEGRAS TRANÇADEIRAS PARA SALA DE AULA.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/113481-TRAMANDO-SABERES--A-ETNOMATEMATICA-DAS-MULHERES-NEGRAS-TRANCADEIRAS-PARA-SALA-DE-AULA. Acesso em: 16/05/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes